O biólogo Fernando Reinach, colunista do Estadão, discute, em seu mais recente artigo, publicado em 15 de setembro de 2018, pesquisa realizada por Lisa Littman, cujos resultados foram publicados em 16 de agosto de 2018, a propósito do fenômeno do incremento de casos da chamada “disforia de gênero”.
Aspectos ambientais parecem, segundo a pesquisadora, estar relacionados a esse aumento exponencial de casos: “rapid-onset gender dysphoria (ROGD) describes a phenomenon where the development of gender dysphoria is observed to begin suddenly during or after puberty in an adolescent or young adult who would not have met criteria for gender dysphoria in childhood. ROGD appears to represent an entity that is distinct from the gender dysphoria observed in individuals who have previously been described as transgender. The worsening of mental well-being and parent-child relationships and behaviors that isolate AYAs from their parents, families, non-transgender friends and mainstream sources of information are particularly concerning. More research is needed to better understand this phenomenon, its implications and scope.”
Mas há outras hipóteses, como refere Reinach: “Um aumento brutal como esse pode, em princípio, ter duas explicações. A primeira é que o número na verdade não aumentou. O que teria ocorrido é que um maior número de casos tem vindo à tona conforme o preconceito diminui. Se essa for a explicação, é uma ótima notícia. A segunda explicação é que o aumento observado corresponde realmente a um incremento de casos, ou seja, que mais pessoas passaram a sofrer disforia de gênero e, nesse caso, é preciso descobrir a causa e tentar conter a epidemia. O fato é que distinguir entre essas duas explicações é muito difícil, principalmente se as duas estiverem contribuindo simultaneamente. É um problema que só pode ser resolvido por meio de uma investigação científica cuidadosa.”
Vale a pena ler a pesquisa em sua íntegra, aqui, assim como o artigo, neste link.