O escritor, historiador, ensaísta e diplomata Alberto Vasconcellos da Costa e Silva, autor de importante obra de recuperação da memória da conexão fundamental da cultura brasileira com a cultura africana, nasceu em São Paulo, em doze de maio de 1931, tendo seguido o ensino fundamental e secundário em Fortaleza, depois seguindo os estudos universitários no Rio de Janeiro. Faleceu aos noventa e dois anos, em sua casa, no Rio de Janeiro.
Foi membro da Academia Brasileira de Letras, da qual foi Presidente, Secretário-Geral, Primeiro Secretário e Diretor das Bibliotecas, tendo sido, ainda, e membro-correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa de História.
Na carreira diplomática, formado pelo Instituto Rio Branco, em 1957, serviu em Lisboa, Caracas, Washington, Madrid e Roma, tendo sido embaixador em Lagos, Nigéria, Cotonu, Benim, em Lisboa, Portugal, em Bogotá, Colômbia e em Assunção, Paraguai.
Recebeu inúmeras condecorações, como reconhecimento por seu importante trabalho literário e de diplomacia cultural.
Foi o vencedor, por três vezes, do Troféu Jabuti, maior reconhecimento literário brasileiro, havendo recebido, ainda, o Prêmio Camões, máxima láurea da literatura de língua portuguesa, e o Troféu Juca Pato, como intelectual do ano de 2004, oferecido pela União Brasileira de Escritores.
Intelectual admirado, é autor de vasta pesquisa e de estudos e livros sobre a África e suas relações com o Novo Mundo, tendo apontado a radical importância da cultura africana na conformação da cultura brasileira.
Deixa vasta obra, de consulta essencial, sobretudo para conhecimento e experiência dos estudos africanos e das raízes e desenvolvimento histórico brasileiro.
Dentre suas publicações, destacam-se livros de poesia, como Ao Lado de Vera, de 1997, Poemas Reunidos, de 2000, a organização de antologias poéticas, textos de memórias, como O Espelho de Príncipe, de 1994, Invenção do Desenho, de 2007, ensaios, como O Vício da África e Outros Vícios, de 1989, Guimarães Rosa, de 1992, Castro Alves, de 2006/2008, e, sobretudo, os livros indispensáveis de história: A Enxada e a Lança: a África antes dos Portugueses, de 1992/1996/2006, As Relações entre o Brasil e a África Negra, de 1822 à 1a Guerra Mundial, de 1996, A Manilha e o Libambo: A África e a Escravidão, de 1500 a 1700, de 2002/2004 — pelo qual recebeu o Prêmio Sérgio Buarque de Holanda, da Fundação Biblioteca Nacional, Um Rio Chamado Atlântico: A África no Brasil e o Brasil na África, de 2003/2005, Francisco Félix de Sousa, Mercador de Escravos, 2004, Das mãos do oleiro, de 2005, e Imagens da África: da Antiguidade ao Século XIX, que organizou, em 2012.
A Academia Paulista de Direito presta homenagem a Alberto da Costa e Silva, personagem de destaque na formação da cultura brasileira e internacional.