Antonio Carlos Mendes faleceu, em decorrência da Covid-19, aos 75 anos, em São Paulo.
Advogado, Professor da PUCSP e da USP, tendo sido assistente do saudoso Geraldo Ataliba, Procurador da República, Mendes foi sobretudo um cultor do Direito Eleitoral, tendo escrito importante monografia sobre as Inelegibilidades, tema a que se dedicou na pesquisa teórica e na prática jurídica, no exercício da função de Procurador-Regional Eleitoral de São Paulo. Na advocacia, Mendes trabalhou muito próximo dos juristas Celso Antonio Bandeira de Mello, Michel Temer e Adilson de Abreu Dallari.
O periódico Migalhas, que costumava acompanhar as atividades do colégio informal de juristas “Amigos da Lei”, de que Mendes fazia parte, ao lado, entre outros, dos Acadêmicos Titulares da Academia Paulista de Direito Manuel Alceu Affonso Ferreira e Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, ao fazer homenagem ao jurista, relevou suas qualidades de agregador e líder, além de suas discrição, ética, cultura e gentileza.
Dentre suas realizações está a importante e pioneira revista Cadernos de Direito Constitucional e Eleitoral, da qual foi diretor, publicação do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e da Procuradoria Regional Eleitoral, e editada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
Os Cadernos traziam, além de importantes artigos de doutrina de direito público, constitucional, parlamentar e eleitoral, a jurisprudência atualizada do Tribunal Superior Eleitoral e dos Tribunais Regionais Eleitorais de todo o Brasil, e também os pareceres da Procuradoria Eleitoral, constituindo instrumento de consulta obrigatória para os profissionais ligados ao direito público, além de estudantes, assim como vetor de desenvolvimento científico e construção de um debate jurídico-político qualificado.
Nesta Revista, a convite de Mendes, Alfredo Attié, Presidente da Academia Paulista de Direito e Titular da Cadeira San Tiago Dantas, então recém-formado, iniciando o mestrado e a docência na USP, publicou, a convite de Antonio Carlos Mendes, seu primeiro artigo, dedicado a expor sua tese sobre o “Direito Constitucional como Processo”.
Attié relembra especialmente o cuidado, o respeito e o incentivo que o Professor Mendes dedicava aos jovens talentos, marca do verdadeiro jurista.
A Academia Paulista de Direito presta homenagem a esse dedicado cultor do direito público e da arte do direito de construir caminhos de civilização.
A 27a Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, em sua mais recente sessão, também prestou breve homenagem a Antonio Carlos Mendes, por iniciativa de Alfredo Attié, um de seus membros, que proferiu breve elogio, estando presentes a Advogada dra. Gislaine Berardo, Procuradora da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo, irmã de Mendes, o Advogado Antonio Carlos Bonetti, da Associação dos Antigos Alunos da USP, bem como os magistrados Daise Fajardo Nogueira Jacot, Presidente da Câmara, Paulo Miguel de Campos Petroni, Decano, Núncio Teophilo e Angela Lopes.