Em even­to cul­tur­al cir­cun­scrito a mil con­vi­dadas e con­vi­da­dos, real­iza­do na rua Mario de Andrade, em São Paulo, no auditório Símon Bolí­var, do Memo­r­i­al da Améri­ca Lati­na, Ricar­do Stuck­ert lançou seu livro “O Brasil no Mun­do: 8 Anos de Gov­er­no Lula” — coleção de fotografias dos impor­tantes momen­tos pro­tag­on­i­za­dos pelo Brasil na cena inter­na­cional, durante a primeira déca­da do sécu­lo XXI -, pub­li­ca­do pelo Insti­tu­to Lula, a par­tir de orga­ni­za­ção, pesquisa e edição de tex­to de Daisy Bar­reta.

A pub­li­cação, em sete­cen­tos e quarenta e sete fotos, dis­tribuí­das por quase oito­cen­tas pági­nas, retra­ta alguns dos mais mar­cantes momen­tos da diplo­ma­cia e da políti­ca exter­na brasileiras, que o então Chancel­er Cel­so Amor­im chamou de “ati­va e alti­va.” Inspi­ra­da na políti­ca exter­na inde­pen­dente, for­mu­la­da, nos anos sessen­ta do sécu­lo pas­sa­do, por San Tia­go Dan­tas, jurista, políti­co e pen­sador do Brasil e de seu papel na Sociedade das Nações e dos Povos, a políti­ca inter­na­cional brasileira alcançou, entre 2003 e 2010, pre­sença inau­di­ta e o respeito dos demais País­es e Orga­ni­za­ções inter­na­cionais e region­ais, e das demais lid­er­anças estrangeiras e inter­na­cionais, sobre­tu­do por seu caráter inclu­si­vo e solidário, como ressaltou, em seu breve dis­cur­so, Cel­so Amor­im.

Além do ex-Min­istro das Relações Exte­ri­ores, estiver­am pre­sentes vários e impor­tantes ex-Min­istros e ex-Min­is­tras de Esta­do, que par­tic­i­param da for­mu­lação e da exe­cução das políti­cas do Gov­er­no Lula da Sil­va. Rep­re­sen­tan­do-os, falaram a Pro­fes­so­ra da Uni­ver­si­dade da Inte­gração Inter­na­cional da Luso­fo­nia Afro-Brasileira – Uni­lab Matilde Ribeiro, ex-Min­is­tra-chefe da Sec­re­taria Espe­cial de Políti­cas de Pro­moção da Igual­dade Racial, e o Pro­fes­sor da Uni­ver­si­dade de São Paulo Fer­nan­do Had­dad, ex-Min­istro da Edu­cação. Matilde Ribeiro salien­tou que a políti­ca exter­na lev­a­da a cabo pelo Brasil naque­les anos teve impor­tantes reflex­os no ambi­ente inter­no brasileiro, falan­do de seu tra­bal­ho na Uni­lab e da dívi­da com a África e os afro-brasileiros e afro-brasileiras que deve ain­da ser res­gata­da. Fer­nan­do Had­dad ressaltou as políti­cas edu­ca­cionais daque­la época e a ousa­dia da insti­tu­ição da Ulni­lab, da Uni­ver­si­dade Fed­er­al da Inte­gração Lati­no-Amer­i­cana – Uni­la e da Uni­ver­si­dade Aber­ta, em Moçam­bique.

Matilde Ribeiro

Cel­so Amor­im falou de modo emo­ciona­do da exper­iên­cia retrata­da no livro, con­tan­do casos e refletindo sobre o que o Brasil fez desen­har, son­har e realizar no perío­do em que foi Min­istro das Relações Exte­ri­ores, as mais de cen­to e seten­ta via­gens ofi­ci­ais do então Pres­i­dente, pre­ce­di­das de out­ras tan­tas via­gens pelo Min­istro, para nego­ci­ações preparatórias ou acer­to de aspec­tos pon­tu­ais dos doc­u­men­tos inter­na­cionais fir­ma­dos.

Ricar­do Stuck­ert con­tou de sua exper­iên­cia, ao acom­pan­har um Gov­er­no que vis­i­tou mais de oiten­ta País­es, das difi­cul­dades e do praz­er de cap­tar o pro­tag­o­nis­mo inter­na­cional brasileiro.

Lula, Amor­im e Stuck­ert

Daisy Bar­reta falou da importân­cia e da elab­o­ração do livro.

O ex-Pres­i­dente, em dis­cur­so infor­mal e bem-humora­do, além de con­tar várias exper­iên­cias que pro­tag­o­ni­zou e agrade­cer o papel deci­si­vo desem­pen­hado pelos Min­istros e Min­is­tras de seu Gov­er­no, e por Mar­co Aurélio Gar­cia e Paulo César de Oliveira Cam­pos, respec­ti­va­mente Asses­sor Espe­cial de Relações Inter­na­cionais e Chefe de Cer­i­mo­ni­alde seu Gov­er­no, e de elo­giar o tra­bal­ho de Stuck­ert, ressaltou a mis­são que impôs à diplo­ma­cia brasileira, de pre­sença e relevân­cia não ape­nas econômi­ca, mas sobre­tu­do sim­bóli­ca e cul­tur­al, com o ele­var de todos os País­es, pequenos e grandes, ao mes­mo pata­mar de relações. Lula, ain­da, hom­e­na­geou Almi­no Affon­so, quan­do referiu o Memo­r­i­al da Améri­ca Lati­na. Ao sub­lin­har que esteve em todos os can­tos do Mun­do, fez questão de priv­i­le­giar as relações que empreen­deu com os País­es da África, na bus­ca de sal­dar “uma dívi­da irres­gatáv­el de trezen­tos e cinquen­ta anos de escravidão,” e de for­mu­lar uma políti­ca duradoura para um Brasil novo.

Ain­da falaram o Pres­i­dente da Fun­dação Memo­r­i­al e o Pres­i­dente da Fun­dação João Mangabeira.

Cel­so Amor­im

Entre jor­nal­is­tas, per­son­agens do mun­do cul­tur­al, edu­ca­cional e políti­co, admi­radores e admi­rado­ras, ami­gos e ami­gas, estiver­am pre­sentes o Pro­fes­sor e Médi­co Ger­al­do Alck­min, ex-Gov­er­nador de São Paulo, o Advo­ga­do Már­cio França, ex-Gov­er­nador de São Paulo, o His­to­ri­ador Ral­dolph Rodrigues, Senador da Repúbli­ca pelo Amapá, o Advo­ga­do e Jor­nal­ista Rui Fal­cão, Dep­uta­do Fed­er­al por São Paulo, a Cien­tista Social Rosân­gela da Sil­va, a Pro­fes­so­ra Lúcia França e a Pro­fes­so­ra Maria Lúcia Alck­min, ex- Primeiras-Damas de São Paulo, o Pro­fes­sor Nabil Bon­du­ki, rep­re­sen­tante brasileiro na Con­fer­ên­cia das Nações Unidas sobre Assen­ta­men­tos Humanos — Habi­tat e impor­tante for­mu­lador de políti­cas e nor­mas urbanas, de meio ambi­ente e habita­cionais, o jor­nal­ista Juca Kfouri, Fabio Gas­par, Pres­i­dente do Sindi­ca­to de Advo­ga­dos e Advo­gadas de São Paulo, Advo­gadas, Advo­ga­dos e mebros do Grupo Pre­rrog­a­ti­vas, lid­er­anças de sindi­catos e de movi­men­tos indí­ge­nas, negros, fem­i­nistas, lgbtqia+ e per­iféri­cos.

Durante a exe­cução do Hino Nacional

Para Alfre­do Attié, Tit­u­lar da Cadeira San Tia­go Dan­tas e Pres­i­dente da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, “não se tra­ta ape­nas de livro de arte, na beleza da expressão do tal­en­to do con­sagra­do fotó­grafo Ricar­do Stuck­ert, além da rev­e­lação de sua exper­iên­cia de fotó­grafo ofi­cial, nas jor­nadas inter­na­cionais do Gov­er­no, mas um doc­u­men­to impre­scindív­el de um momen­to em que o Brasil mar­cou a cena inter­na­cional, pela igual­dade e respeito de sua pos­tu­ra e bus­ca do sen­ti­do e da práti­ca da paz e da justiça. Perío­do ímpar de nos­sa políti­ca exter­na, destoante dos demais, exata­mente por ter alcança­do con­ju­gar ess­es val­ores expres­sos na Con­sti­tu­ição Cidadã, em políti­cas públi­cas inter­nas e exter­nas inte­grais e inte­grado­ras, que mudaram, recon­heci­da­mente, o per­fil do povo brasileiro e do próprio Brasil, vis­to com admi­ração em todos os can­tos do Mun­do.” Anton­in­ho Mar­mo Tre­visan, edu­cador, con­ta­dor e Dire­tor da Tre­visan Esco­la de Negó­cios, ressaltou a boa for­ma e a impres­sio­n­ante memória do ex-Pres­i­dente. Allen Habert, da CNTU e Engen­haria pela Democ­ra­cia, falou da vibração do even­to. Taube Gold­en­berg, Advo­ga­da, da emoção de par­tic­i­par­mos todos os pre­sentes daque­le momen­to históri­co. Mar­co Aurélio de Car­val­ho, Coor­de­nador do Grupo Pre­rrog­a­ti­vas, ressaltou a impres­sio­n­ante simil­i­tude e a con­ju­gação entre a imagem caris­máti­ca do ex-Pres­i­dente e do ser humano, a quem vem acom­pan­han­do há tan­tos anos. Para Ricar­do Ribeiro, Pro­fes­sor da UNESP, chama a atenção a vital­i­dade e o dis­cur­so fran­co de son­hos e pro­je­tos do ex-Pres­i­dente, e des­ti­tuí­do de qual­quer resquí­cio de mágoa pelos sofri­men­tos injus­tos que sofreu.

O livro tem aces­so livre e pode ser baix­a­do gra­tuita­mente por meio deste link.

Lula, Amor­im, Stuck­ert e Daisy Bar­reta