Um Mito Duradouro: entre Objetividade e Ilusionismo

ou

Novas de Celso

Notícias, Informações, Artigos e Ensaios do

Instituto Celso Furtado/APD

 

 

O INSTITUTO CELSO FURTADOInsti­tu­to Inter­na­cional de Dire­ito, Econo­mia, Desen­volvi­men­to, Inte­gração, Políti­cas Públi­cas e Inclusão Cel­so Fur­ta­doICF/APD, cri­a­do pela Dire­ti­va 4/I, da ACADEMIA PAULISTA DE DIREITOAPD, é um dos ACADEMIA PESQUISANúcleos de Pesquisa, Estu­dos e Ativi­dades de Par­tic­i­pação e Exten­são à Sociedade da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito.

Está vin­cu­la­do à CADEIRA SAN TIAGO DANTAS, sendo dirigi­do por seu Acadêmi­co Tit­u­lar, ALFREDO ATTIÉ, e coor­de­na­do por CECI JURUÁ.

Seu obje­ti­vo é, na for­ma con­ce­bi­da por Alfre­do Attié, indo além do impor­tante tra­bal­ho desen­volvi­do por out­ras enti­dades, tam­bém ded­i­cadas (duas delas haven­do par­tic­i­pa­do da Sessão Inau­gur­al do ICF/APD (Partes I e II) ao impor­tante pen­sador brasileiro do sécu­lo XX, “bus­car estru­tu­rar e desen­volver uma rede de relações de pen­sa­men­to e ação, que per­mi­ta refle­tir e atu­ar, em con­stante diál­o­go com a sociedade, seus movi­men­tos e vários mod­os de saber e agir, para situ­ar uma con­cepção atu­al, orig­i­nal e trans­for­mado­ra da real­i­dade con­tem­porânea, não restri­ta aos aspec­tos chama­dos de econômicos.”

A par dis­so, o ICF/APD segue os obje­tivos esta­b­ele­ci­dos não somente para todos os ACADEMIA PESQUISA, mas aque­les que expres­sam a Mis­são e a Nova Expressão de Uni­ver­si­dade da APD.

Para tan­to, o ICF/APD con­ta com grupo de pesquisado­ras e pesquisadores, que farão des­en­cadear a dinâmi­ca dessa rede, em con­jun­to e com a efe­ti­va par­tic­i­pação da sociedade.

Para Ceci Juruá, é pre­ciso “divul­gar a palavra sábia do próprio Cel­so e per­mi­tir a leitu­ra e inter­pre­tação de seus tex­tos.  Além dis­so, divul­gar as anális­es de difer­entes ver­tentes de inter­pre­tação dos tex­tos de Cel­so e dos temas que abor­dou, a começar pelo seu pas­so ini­cial, que foi  a questão do pro­gres­so tec­nológi­co, na obser­vação de Raúl Pre­bisch e da CEPAL, que o lev­ou ao con­ceito de subdesenvolvimento.”

A pre­sente pági­na ofi­cial do ICF/APD está ded­i­ca­da a pub­licar tex­tos sele­tos de CELSO FURTADO e de seus pre­cur­sores, intér­pretes e dos que com ele e sua obra têm dialo­ga­do de modo críti­co e con­stru­ti­vo, a par de autoras e autores que nele se inspi­raram, bem como ensaios e arti­gos orig­i­nais, além de pas­sagens de infor­mação e notí­cias de Cel­so, sua obra e do ICF/APD. As pro­duções mais orig­i­nais serão tam­bém pub­li­cadas na POLIFONIA Revista Inter­na­cional da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito — CAPES/QUALIS A3., seguin­do os rig­orosos critérios acadêmi­cos e cien­tí­fi­cos ado­ta­dos pela Revista.

ICF/APD con­vi­da a todos e todas a par­tic­i­par ati­va­mente de seus tra­bal­hos e do movi­men­to e con­teú­do da pre­sente pági­na, cujas sementes, espera e con­fia, ger­arão as mel­hores e mais vig­orosas árvores da eman­ci­pação e do bem viv­er para nos­so plan­e­ta e para as futuras gerações.

 

 

 

Breve Biografia de Censo Furtado

Dilva Frazão (Biblioteconomista e Professora)

 

Cel­so Fur­ta­do (1920–2004) foi um econ­o­mista brasileiro. Foi Min­istro do Plane­ja­men­to no gov­er­no João Goulart e Min­istro da Cul­tura no Gov­er­no José Sar­ney. Foi super­in­ten­dente da SUDENE (Super­in­tendên­cia do Desen­volvi­men­to do Nordeste), cri­a­da no gov­er­no de Jusceli­no Kubitschek.

Cel­so Fur­ta­do nasceu em Pom­bal, na Paraí­ba, em 26 de jul­ho. Aos sete anos, mudou-se com a família para a cap­i­tal do esta­do, João Pes­soa. Estu­dou no Liceu Paraibano. Com­ple­tou os estu­dos no Giná­sio Per­nam­bu­cano no Recife. Em 1939 foi para o Rio de Janeiro, estu­dou Dire­ito na Fac­ul­dade Nacional de Dire­ito da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro, con­cluin­do o cur­so em 1944.

Logo após a for­matu­ra, foi con­vo­ca­do para inte­grar a FEB (Força Expe­di­cionária Brasileira) e servir na Itália, durante a II Guer­ra Mundi­al. Ingres­sou no cur­so de doutora­do em Econo­mia na Uni­ver­si­dade de Sor­bonne, em Paris, no ano de 1946. Defend­eu a tese “A Econo­mia Brasileira no Perío­do Colo­nial”. De vol­ta ao Brasil tra­bal­hou na Fun­dação Getúlio Var­gas (FGV). Casou-se com a quími­ca argenti­na Lúcia Tosi, com quem teve dois fil­hos, Mário e André.

Em 1949 pas­sou a faz­er parte da Comis­são Econômi­ca para a Améri­ca Lati­na (CEPAL). Foi nomea­do Dire­tor de Desen­volvi­men­to e via­jou por vários país­es. Par­ticipou do con­vênio entre o CEPAL e o BNDE, cujo Grupo Mis­to elaborou um tra­bal­ho que serviria de base para o Plano de Metas, esta­b­ele­ci­do pelo gov­er­no de Jusceli­no Kubitschek.

Cel­so Fur­ta­do foi nomea­do, em 1960, super­in­ten­dente da Super­in­tendên­cia do Desen­volvi­men­to do Nordeste (SUDENE), órgão cri­a­do no Gov­er­no de Jusceli­no Kubitschek. Em 1962 assum­iu o Min­istério do Plane­ja­men­to, no gov­er­no de João Goulart.

Com o golpe de 1964, foi exi­la­do e perdeu os dire­itos políti­cos por dez anos. Foi para o Chile, onde per­manece até setem­bro, indo em segui­da para os Esta­dos Unidos, como pesquisador grad­u­a­do do Cen­tro de Estu­dos do Desen­volvi­men­to da Uni­ver­si­dade de Yale.

Em 1965 foi para Paris, onde assum­iu a cát­e­dra de pro­fes­sor na Sor­bonne, e lá per­maneceu durante vinte anos. Real­i­zou via­gens por diver­sos país­es, como pro­fes­sor vis­i­tante em uni­ver­si­dades. Par­ticipou de sem­i­nários e inte­grou o Con­sel­ho Acadêmi­co da Uni­ver­si­dade das Nações Unidas, em Tóquio, em 1978.

Depois da anis­tia, Cel­so Fur­ta­do voltou várias vezes ao Brasil. Casou-se com Rosa Freire. Em 1986, foi nomea­do Min­istro da Cul­tura no gov­er­no José Sar­ney, crian­do a primeira leg­is­lação de incen­ti­vo à cul­tura. Em 1999 seu livro “O Cap­i­tal­is­mo Glob­al” gan­hou o Prêmio Jabu­ti, na Cat­e­go­ria Ensaio.

Em 2000, em comem­o­ração de seus 80 anos, a Acad­e­mia Brasileira de Letras do Rio de Janeiro real­i­zou a exposição “Cel­so Fur­ta­do: Vocação Brasil”.

Cel­so Fur­ta­do fale­ceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de novem­bro de 2004.