
Nascido na cidade de São Paulo, em quatorze de julho de 1916, André Franco Montoro destacou-se como um dos mais importantes políticos da história brasileira.
Foi um dos fundadores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo — PUC SP —, que nasceu sucedendo a antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento — FFCL São Bento —, Franco Montoro foi seu professor por muitos anos, de Introdução ao Estudo do Direito. Desses cursos, resultou o manual que se tornou seu maior legado ao ensino jurídico. Publicou, ainda, mais de dezessete livros, sobre temas jurídicos e da política, repletos de lições decorrentes de sua experiência coerente e de ensinamentos éticos, influenciados pela Doutrina Social da Igreja.
Formado em Direito pela Universidade de São Paulo, e em Filosofia e Pedagogia pela FFCL São Bento,.
Iniciou seu percurso pleno de êxitos na política, no antigo Partido Democrata Cristão, depois tendo sido um dos líderes da resistência democrática durante o regime ditatorial civil militar de 1964–91985/6, militando no Movimento Democrático Brasileiro — MDB. Já no período democrático, após sua importante atuação de apoio ao Congresso Constituinte, foi fundador do Partido da Social Democracia Brasileira — PSDB.
Montoro destacou-se como defensor da integração latino-americana, tendo afirmado, em artigo que a POLIFONIA Revista Internacional da Academia Paulista de Direito faz publicar, em seu mais recente número, na Seção Memória, que havia necessidade de substituir “o conflito pela solidariedade”, na relação entre os Países e os Povos. Para a América Latina, afirmava, a opção estava entre “o atraso e a integração”.
Foi Deputado Estadual, Deputado Federal, Ministro do Trabalho, Senador e Governador do estado de São Paulo, o primeiro eleito já no processo de redemocratização do País.
Filho do tipógrafo calabrês Andrea Montoro e da espanhola, de origem basca, Tomasa Alijostes Zubia, cursou o ensino fundamental na Escola Normal Caetano de Campos e concluiu o ensino médio no Colégio São Bento.
Também foi Secretário-Geral do Serviço Social da Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo e Procurador do Estado de São Paulo.
Durante a juventude colaborou em alguns periódicos, como O Debate, de que foi diretor, O Legionário, Folha da Manhã, A Noite e Diário de São Paulo.
Franco Montoro permanece como um dos principais modelos de exercício ético da política, tendo sido autor de várias iniciativas educacionais e culturais, cuja memória e restauração muito contribuiriam para o processo de construção da dignidade da política e do direito, no Brasil. Ainda se destacou no Movimento Diretas Já, que pugnava pela eleição direta para Presidente da República, no fim do regime ditatorial.
A Academia Paulista de Direito homenageia um de seus Patronos, escolhido a nomear uma de suas Cadeiras, “em reconhecimento de seu papel exemplar, e sua adesão incondicional ao caráter democrático da política e do direito brasileiros”, como afirma Alfredo Attié, Presidente da Academia Paulista de Direito.
Para o Professor da PUC SP, o jurista Márcio Camarosano — que, em breve, receberá o título de Acadêmico de Honra da Academia Paulista de Direito —, “Montoro deve figurar no Panteão brasileiro, como um dos raríssimos políticos dotados de plena dignidade e ética, no difícil manejo da arte de deliberar, no respeito à pluralidade de concepções de mundo e de valores, cuja expressão resulta em tantos debates. Montoro, respeitando essa diversidade de opiniões, permaneceu coerente com sua formação democrata-cristã.”
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