RESUMO: Nos últimos anos foi publicada uma série de estudos que ressaltam os reflexos e o aprofundamento das desigualdades a partir da internet, isso tanto no Brasil quanto em âmbito internacional. Se, inicialmente, a internet aparecia como um horizonte utópico no qual se realizaria uma série de aspirações democráticas; mais tarde, a internet se mostrou não só como um espaço de reprodução como também de aprofundamento das desigualdades sociais, as quais aparecem comumente atreladas à marcadores como classe, território, idade, raça e gênero. O objetivo desse artigo é apresentar alguns dos dados e reflexões que apontam para esse fenômeno, bem como sugerir como a perspectiva interseccional em direitos humanos fornece uma moldura teórica adequada para enxergar as desigualdades na internet, o que se faz por meio das obras de Patrícia Hill Collins, Kimberlé Crenshaw e Ina Kerner.
PALAVRAS-CHAVE: Desigualdades. Internet. Exclusão Digital. Interseccionalidade.
ABSTRACT: Several studies highlighting the reflections and the deepening of inequality through internet was published in the last years, either in Brazil as worldwide. If, at the beginning, internet appeared as an utopic horizon in which a set of democratic aspirations could take place; later, internet showed itself not only as a place of reproduction but also of deepening of social inequalities, which are commonly associated to markers like class, territory, age, race and gender. So, the aim of this section is to show some data and some considerations that point to this phenomenon, and also to suggest how the intersectional perspective in human rights provides a theoretical frame suitable to understand these inequalities, which is done by the works of Patricia Hill Collins, Kimberlé Crenshaw and Ina Kerner.
KEYWORDS: Inequalities. Internet. Digital Divide. Interseccionality.
Orcid: https://orcid.org/0000–0003-1381–5797
Submissão: 03/03/2020 | Aprovação: 07/03/2020