
“Ainda Estou Aqui”: Uma Conquista Histórica para o Cinema Brasileiro e para a Memória Democrática
O Instituto Piracicabano de Estudos e Defesa da Democracia (IPEDD) parabeniza Walter Salles, diretor, Fernanda Torres, Selton Mello e demais atores e equipe técnica do filme “Ainda Estou Aqui” por sua histórica conquista do Oscar, ao vencer na categoria de Melhor Filme Internacional. Esta é uma vitória sem precedentes para o cinema brasileiro e um marco na divulgação de uma história que, por décadas, permaneceu desconhecida para milhões de pessoas.
O impacto do longa-metragem levou Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens Paiva e autor do livro que deu nome e enredo ao filme, a agradecer publicamente, em sua conta na plataforma X, à ex-presidenta Dilma Rousseff e à Comissão Nacional da Verdade, criada em 2012 durante seu governo. A Comissão foi responsável por apresentar documentos e depoimentos que comprovaram a entrada de Rubens Paiva no DOI-CODI, em 20 de janeiro de 1971, evidenciando que ele foi torturado e assassinado pelo regime militar brasileiro. Segundo o escritor, sem esses atores políticos, nem o livro nem o filme existiriam.
O IPEDD reforça a necessidade de justiça para os crimes cometidos durante a ditadura e também para aqueles que, em tempos recentes, tentaram subverter a democracia brasileira. Assassinos, golpistas e ditadores que impuseram um clima de terror não podem ser anistiados.
Da mesma forma, é essencial que a participação de generais e civis nas tentativas de golpes de Estado entre outubro de 2022 e 8 de janeiro de 2023 seja julgada conforme a legislação vigente. É imprescindível que os acusados tenham amplo direito de defesa, mas também que os rigores da lei sejam aplicados sobre os culpados.
O cinema tem o poder de iluminar o passado e nos lembrar que a democracia não pode ser tomada como garantida e que é necessário lutar diuturnamente para preservá-la. O IPEDD celebra essa conquista histórica e reafirma seu compromisso na luta pela justiça, pela memória e pela verdade.