O Acadêmico Titular da APD José Raimundo Gomes da Cruz visitou a exposição “Rafael”, e oferece-nos gentilmente um aperitivo e um convite a segui-lo em sua revisitação emocionada das obras do importante pintor do Renascimento. Leia a seguir.
Rafael em Exposição, por José Raimundo Gomes da Cruz, da Academia Paulista de Direito, Procurador de Justiça de São Paulo aposentado
“Aqui está Rafael: enquanto vivia, a natureza receava ser vencida; quando morreu, ela receou morrer também.”
(Pietro Bembo. Epitáfio de Rafael, in P. Rónai. Dicionário Universal Nova Fronteira de Citações. RJ: Nova Fronteira, 1985)
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No Centro Cultural FIESP, Galeria de Arte, ao lado da Sede sa Academia Paulista de Direito, até 16 de dezembro, de terça a sábado, das 10h às 22h e domingo, das 10h às 20h, com ingresso gratuito, pode-se visitar a Exposição “Rafael”.
Antes de tratar das peças artísticas em exposição, rápida visita ao Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Arte Italiana (MASP, 1998), vê-se: “Raffaello Sanzio” – Urbino, 1483 – Roma, 1520” (p. 62), e, na página seguinte inteira, a pintura “Ressurreição de Cristo” de Rafael, seguindo-se texto de Juliana Barone e Luiz Marques sobre “intenso debate” em torno da obra.
Com curadoria de Elisa Byington, a atual exposição usa a obra do italiano como fio condutor para discutir a beleza. Entre os cerca de 90 trabalhos expostos, destacam-se três pinturas de madonas de sua autoria, vindas do acervo dos museus de Nápoles, Modena e Roma. Também são exibidas pinturas e gravuras de outros nomes da época, como Agostino Veneziano e Marcantonio Raimondi.
Pretendo voltar, pelo menos uma vez mais, à referida exposição. São muitas obras, começando com a Madona Sistina (Gemäldegallerie, Dresden) “retábulo enaltecido pela espacialidade movimento das personagens, pela beleza humanizada da Virgem e as figuras dos célebres anjinhos apoiados na balaustrada”.
Por projeção de imagem sobre a parede, a magnífica Escola de Atenas, com os seus grandes filósofos e diversas figuras mais recentes, até com o autorretrato do jovem Rafael.
Em verbete bem acima da média, o Petit Larousse illustré 1989 salienta: “A arte deste mestre do classicismo alia precisão do desenho, harmonia das linhas, delicadeza das cores com uma amplidão espacial e expressiva toda nova. Entre suas obras primas, além dos retratos e das célebres madonas, indicamos o Casamento da Virgem (1504, Brera Milão), o Triunfo de Galateia (1511, Farnesina), a Transfiguração(1518–1520, Pinacoteca vaticana) e uma parte dos afrescos dos aposentos do Vaticano… A ele também são devidos os cartões de tapeçaria dos Atos dos Apóstolos. Sua influência foi considerável até o fim do século XIX.”
Como ilustração, o Larousse inclui o quadro A Madona de Foligno, 1511–1512, do Museu do Vaticano.