A Acad­e­mia Paulista de Dire­ito emite nota em repú­dio aos ataques real­iza­dos nos últi­mos dias à car­a­vana do ex-pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va, em viagem pela região Sul do Brasil.

O pres­i­dente da enti­dade, o desem­bar­gador Alfre­do Attié (TJ-SP), reforça na men­sagem que não se tra­ta de ser a favor ou con­tra o ex-pres­i­dente Lula, mas de defe­sa mais firme da democ­ra­cia e dos Dire­itos Humanos.

A seguir, a ínte­gra da nota:
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“Não é questão de ser con­tra ou a favor do ex-Pres­i­dente da Repúbli­ca Lula, mas de recon­hecer que são inad­mis­síveis ess­es ataques a sua car­a­vana. Ataques de milí­cias, que querem se pas­sar por ‘povo’. E são apre­sen­tadas, lamen­tavel­mente, por alguns, inclu­sive da impren­sa, como se fos­sem ‘povo’.

Não é coin­cidên­cia que, na segun­da-feira (26), o pres­i­dente da Repúbli­ca Temer usou o ter­mo ‘povo’ do mes­mo modo espúrio, desvir­tu­a­do, ao falar em “dese­jo e regoz­i­jo do povo pela con­cen­tração de poder”. Ele falou em ‘con­cen­tração de poder’ para sub­sti­tuir a ver­dade históri­ca do golpe civ­il-mil­i­tar de 1964 e da ditadu­ra que foi insta­l­a­da no País.

Esse modo leviano de falar é tão perigoso quan­to o ataque de milí­cias a defen­sores dos dire­itos humanos e do império da Con­sti­tu­ição. Tão danoso à democ­ra­cia quan­to os ataques com pedras e tiros con­tra qual­quer can­dida­to.

Apoio a ess­es ataques é apoio ao golpis­mo, aos sinais de paixão de alguns por um regime forte e dita­to­r­i­al.

A sociedade brasileira deve respon­der a isso com a defe­sa da Con­sti­tu­ição.
Cabe à sociedade civ­il e a seus órgãos de rep­re­sen­tação a respos­ta mais firme de defe­sa da democ­ra­cia”.