Em Apoio ao Estado Democrático de Direito
Em importante iniciativa do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por seu Presidente, o Advogado Beto Simonetti, foi redigido manifesto de Apoio ao Estado Democrático de Direito.
Várias entidades da sociedade civil, dentre elas a Academia Paulista de Direito, endossaram o texto, que será lido na sessão de abertura do Ano Judiciário, que acontecerá em 1º de fevereiro, a partir das 10h, no plenário do Supremo Tribunal Federal, em Brasília
Segundo o manifesto, os atos violentos de 8 de janeiro materializaram “agressões reiteradas às instituições” e a “tentativa sistemática de fragilizar a democracia brasileira”.
Para Heleno Torres, Professor Titular da Universidade de São Paulo, que representaria a Academia Paulista de Direito, na cerimônia, é “o momento de a sociedade civil reiterar seu compromisso com o Estado Democrático de Direito.”
Para Alfredo Attié, Presidente da Academia Paulista de Direito, “a iniciativa é de extrema relevância, uma vez que a Constituição, e os valores, direitos, deveres e políticas públicas que determina, na forma de um pacto pelo Estado Democrático de Direito, necessita de constante cuidado e defesa, para evitar que atos como o ocorrido em oito de janeiro voltem a se repetir.” Para Attié, o regime anticonstitucional que se implantou, no Brasil, em 2018, e buscou se perpetuar, em 2022, e, a seguir, derrotado na eleição, por meio dos acampamentos ilícitos, de atentados e do frustrado golpe de janeiro, trouxe incontáveis malefícios ao País e a seu povo, cujas consequências ainda vêm sendo apuradas, as mais graves as que remetem ao cometimento de crimes contra o Estado Democrático de Direito e contra a Humanidade.”
Leia, a seguir, a íntegra do Manifesto, firmado pela Academia:
“Manifesto em apoio ao Estado Democrático de Direito
Os representantes da sociedade civil que subscrevem o presente Manifesto vêm a público reafirmar seu apoio incondicional ao Estado Democrático de Direito e à Constituição. Nesse contexto, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem exercido papel fundamental para a consolidação da democracia e para a efetivação dos princípios e garantias dos cidadãos brasileiros. É preciso defender e preservar o STF como instituição vital para a democracia no Brasil.
A liberdade de expressão e de crítica estão entre os valores mais caros ao Estado de Direito. Divergências ideológicas e de opinião são próprias da democracia e devem ter vez no debate público, mas não se confundem com os intoleráveis ataques violentos que põem em risco a própria democracia. Não há uma liberdade para cometer crimes e não é possível tolerar atos que atentem contra a democracia e a própria liberdade.
Em tempos de agressões reiteradas às instituições e da tentativa sistemática de fragilizar a democracia brasileira, que se materializaram nos atos violentos de 8 de janeiro, é urgente uma união nacional, tendo como norte o fortalecimento do regime democrático. Para isso, é essencial a defesa do STF e de suas competências constitucionais, com o respeito ao devido processo legal, à ampla defesa e à presunção de inocência.
É preciso rechaçar os retrocessos e os ataques contra o Estado Democrático de Direito. É chegada a hora de pacificação da sociedade e da união de todos em prol da construção de uma sociedade livre, justa, fraterna e solidária.”