Alberto Zacharias Toron
A condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) foi recebida por muitos como um sopro de justiça diante da atrocidade praticada contra Vladimir Herzog. 25 de outubro de 1975 é a data em que se deu o covarde e cruel assassinato do destacado jornalista, que voluntariamente se apresentou às autoridades para ser inquirido. A farsa montada para encobrir o vil assassinato indignou a todos. O rabino Sobel, num ato de coragem e independência, não o enterrou na ala dos suicidas, como é o costume na religião judaica. O saudoso cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, empenhado na luta contra a ditadura, celebrou memorável missa ecumênica na Catedral da Sé. Em 1978, um jovem juiz, que depois veio a ser presidente do Tribunal Regional Federal de São Paulo, Marcio Mores, obrigou a União a indenizar a família por danos materiais e morais. Para a época, a sentença foi considerada um marco contra os desmandos da ditadura e dava sinais de um novo Judiciário que parecia querer sair do jugo militar.
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https://www.conjur.com.br/2018-jul-13/toron-condenacao-brasil-dificuldades-herzog