O velho e o novo: Pensar o Futuro e não Celebrar os Erros do Passado

O dia vinte e dois de abril traz lem­branças aos brasileiros e brasileiras da época em que se cos­tu­ma­va con­sid­er­ar um even­to denom­i­na­do “Desco­bri­men­to do Brasil(sic), lig­a­do a uma vel­ha e ultra­pas­sa­da con­cepção his­to­ri­ográ­fi­ca mar­ca­da por dis­crim­i­nações, pre­con­ceito, vio­lên­cias e, como ger­ador dis­so tudo, o colo­nial­is­mo. Uma visão históri­ca enviesa­da que­ria mar­car nesse dia uma espé­cie de comem­o­ração do euro­cen­tris­mo e da mar­cação do des­ti­no de todas as nações e todos os povos como trib­utários da auto­pro­moção que a Europa se con­cede até hoje.

Hoje, não é mais assim, pois o povo brasileiro cos­tu­ma obser­var ess­es movi­men­tos de con­hec­i­men­to de modo críti­co. Sabe que não hou­ve descober­ta do Brasil, mas um especí­fi­co proces­so de col­o­niza­ção, que mais males do que bens trouxe ao povo que aqui habita­va e aos vários povos que vier­am para cá, sobre­tu­do trans­porta­dos de modo com­pul­sório, para servir como mão-de-obra escrav­iza­da. Um proces­so de dom­i­nação, opressão e explo­ração, que não find­ou com a chama­da “Inde­pendên­cia”, mas que prossegue até o pre­sente, desafian­do sua super­ação, que exige mudanças cul­tur­ais e edu­ca­cionais e políti­cas públi­cas de afir­mação democráti­ca.

Deixan­do de lado, por­tan­to, essa memória do “22 de abril”, na atu­al­i­dade, as Nações Unidas escol­her­am essa data para cel­e­brar o Dia Inter­na­cional da Ter­ra.

A Acad­e­mia Paulista de Dire­ito une-se a esse esforço, falan­do do Brasil para o Mun­do. Enfim, os povos que foram dom­i­na­dos, no proces­so de col­o­niza­ção, em ver­dade, têm muito mais a ensi­nar do que a apren­der, sobre­tu­do sobre preser­vação e desen­volvi­men­to sus­ten­táv­el e vida digna.

A ONU pre­ocu­pa-se, assim, com o futuro do plan­e­ta e com as ações que Esta­dos, empre­sas, sociedade, comu­nidades, orga­ni­za­ções, movi­men­tos e povos devem realizar para super­ar os graves prob­le­mas que a Ter­ra sofre, ten­do em vista as anti­gas práti­cas de despre­zo pela preser­vação da natureza e respeito pelo ser humano. Mar­cadas, sobre­tu­do, por aque­le colo­nial­is­mo, e que levaram aos impass­es e ao gravís­si­mo peri­go que ameaça a extinção da humanidade e de seu hábi­tat.

A cel­e­bração ocorre na Déca­da da ONU para a Restau­ração de Ecos­sis­temas (2021–2030), como um ape­lo glob­al pela pro­teção e revi­tal­iza­ção dos ecos­sis­temas em todo o mun­do.

 

 10 dicas da ONU para ações pela Mãe Terra

composição gráfica: uma tomada sendo desplugada

1. Economize energia em casa

Mui­ta da elet­ri­ci­dade e do aque­c­i­men­to são pro­duzi­dos através do carvão, petróleo e gás. Use menos ener­gia dimin­uin­do aque­ce­dor e ar-condi­ciona­do, troque para as lâm­padas de LED e para apar­el­hos elétri­cos com con­sumo efi­ciente de ener­gia, lave a roupa com água fria e pen­dure as roupas no var­al em vez de usar secado­ra.

Composição gráfica: uma pessoa andando de bicicleta

2. Caminhe, use bicicleta ou transporte público

Em todo o mun­do as estradas estão con­ges­tion­adas com veícu­los, a maio­r­ia movi­da a diesel ou gasoli­na. Cam­in­har ou andar de bici­cle­ta ao invés de diri­gir reduz a emis­são de gas­es de efeito est­u­fa, além de con­tribuir com a sua saúde e bem-estar. Para lon­gas dis­tân­cias, con­sidere os trans­portes públi­cos ou carona, sem­pre que pos­sív­el.

Composição gráfica: uma cenoura e um garfo

3. Coma mais vegetais

Com­er mais veg­e­tais, legumes, fru­tas, grãos inte­grais, sementes e nozes e menos carne e lat­icínios pode diminuir sig­ni­fica­ti­va­mente seu impacto ambi­en­tal. A pro­dução de ali­men­tos deriva­dos de plan­tas geral­mente emite menos gas­es de efeito est­u­fa e requer menos ener­gia, ter­ra e água.

Composição gráfica: um trem

4. Considere seu transporte

Aviões queimam uma grande quan­ti­dade de com­bustíveis fós­seis, emitin­do sig­ni­fica­tivos gas­es de efeito est­u­fa. Por isso, ao andar menos de avião, você reduz rap­i­da­mente o seu impacto no meio ambi­ente. Quan­do pud­er, faça encon­tros vir­tu­ais, vá de trem e evite via­gens de lon­ga dis­tân­cia.

Composição gráfica: uma pessoa comendo

5. Jogue menos comida fora

Quan­do você joga comi­da fora, você tam­bém está des­perdiçan­do recur­sos e ener­gia usa­dos no cul­ti­vo, pro­dução, embal­agem e trans­porte do ali­men­to. E, quan­do a comi­da apo­drece em ater­ros san­itários, ela pro­duz metano, um potente gás de efeito est­u­fa. Então, use aqui­lo que você com­pra e faça a com­postagem das sobras.

Composição gráfica: o símbolo da reciclagem composto por três folhas

6. Reduza, reuse, repare e recicle

Eletrôni­cos, roupas e out­ros itens que com­pramos causam emis­são de car­bono em todos os momen­tos da pro­dução, des­de a extração do mate­r­i­al bru­to até a fab­ri­cação e o trans­porte dos bens até o mer­ca­do. Para pro­te­ger o cli­ma, com­pre menos coisas, com­pre de segun­da mão, con­serte o que pud­er e reci­cle.

Composição gráfica: um gerador de energia eólica

7. Mude a fonte de energia da sua casa

Per­gunte ao fornece­dor se a ener­gia que chega na sua casa vem do petróleo, do carvão ou do gás. Se pos­sív­el, veja se pode tro­car para fontes ren­ováveis, como eóli­ca ou solar. Ou instale painéis solares no tel­ha­do para ger­ar ener­gia para sua casa.

Composição gráfica: um carro elétrico

8. Troque para um automóvel elétrico

Se você plane­ja com­prar um automóv­el, con­sidere os elétri­cos, há mais mod­e­los baratos chegan­do ao mer­ca­do. Mes­mo que eles fun­cionem a par­tir de elet­ri­ci­dade pro­duzi­da com com­bustíveis fós­seis, automóveis elétri­cos aju­dam a reduzir a poluição do ar e emitem menos gas­es de efeito est­u­fa do que veícu­los movi­dos a gasoli­na ou diesel.

Composição gráfica: um carrinho de compras com uma planta nascendo de dentro dele

9. Escolha produtos ecologicamente corretos

Tudo que com­pramos afe­ta o plan­e­ta. Você pode escol­her qual pro­du­to ou serviço apoia. Para reduzir seu impacto ambi­en­tal, com­pre em mer­ca­dos locais e ali­men­tos da estação, e escol­ha pro­du­tos que ven­ham de empre­sas que usam recur­sos respon­savel­mente e com­pro­meti­das com a redução da emis­são de gas­es e do des­perdí­cio.

Composição gráfica: uma pessoa com um megafone, manifestando sua opinião

10. Manifeste-se

Man­i­feste-se e reú­na out­ras pes­soas para ação con­jun­ta. Essa é uma das for­mas mais ráp­i­das e efi­cientes de faz­er a difer­ença. Fale com viz­in­hos, cole­gas, ami­gos e famil­iares. Informe donos de negó­cios que você apoia mudanças ousadas. Apele a líderes locais e mundi­ais para agirem ago­ra.

 

Importância dos Ecossistemas

Os ecos­sis­temas sus­ten­tam toda a vida na Ter­ra. Quan­to mais saudáveis forem nos­sos ecos­sis­temas, mais saudáv­el será o plan­e­ta — e seu povo.

Restau­rar nos­sos ecos­sis­temas dan­i­fi­ca­dos aju­dará a acabar com a pobreza, com­bat­er a mudança climáti­ca e pre­venir a extinção em mas­sa. Somente com ecos­sis­temas saudáveis podemos mel­ho­rar a sub­sistên­cia das pes­soas, com­bat­er a mudança climáti­ca e deter o colap­so da bio­di­ver­si­dade.

Neste Dia Inter­na­cional da Mãe Ter­ra, vamos nos lem­brar — mais do que nun­ca — que pre­cisamos de uma mudança para uma econo­mia mais sus­ten­táv­el que fun­cione tan­to para as pes­soas quan­to para o plan­e­ta.

Dicas de leitura

Apren­da mais sobre os temas do Dia Inter­na­cional da Mãe Ter­ra com as dicas de leitu­ra da ONU Brasil:

Veja a men­sagem de António Guter­res, atu­al Secretário-Ger­al da ONU:

Na próx­i­ma quin­ta-feira, dia 24 de abril de 2025, todo mun­do pode par­tic­i­par do even­to “Dia da Ter­ra,” que acon­te­cerá na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque e será trans­mi­ti­do pela WebTV da ONU, a par­tir das 10 horas da man­hã, no horário de Brasília–DF.