Anto­nio Augus­to Cança­do Trindade, Juiz da Corte Inter­na­cional de Justiça CIJ, prin­ci­pal órgão con­tencioso e con­sul­ti­vo do sis­tema das Nações Unidas, fale­ceu no últi­mo dia 29 de maio.

A CIJ fez o anún­cio de falec­i­men­to, man­i­fe­s­tando imen­so pesar.

Cança­do Trindade foi um jurista brasileiro extrema­mente respeita­do na sociedade inter­na­cional, sendo autor de obra fun­da­men­tal para a com­preen­são do sis­tema inter­na­cional dos dire­itos humanos.

Com­pôs a CIJ de 2009 a 2018, quan­do foi reeleito para o segun­do manda­to — fato inédi­to entre os rep­re­sen­tantes brasileiros na insti­tu­ição.

Além de doutri­nador impor­tante do dire­ito inter­na­cional, Cança­do Trindade atu­ou como Juiz na Corte Inter­amer­i­cana de Dire­itos Humanos, da qual foi Pres­i­dente, onde foi respon­sáv­el por decisões impor­tantes, que fir­maram o diál­o­go entre Cortes inter­na­cionais como práti­ca fun­dam­rental para a eficá­cia da pro­teção dos dire­itos humanos.

For­mou-se na Uni­ver­si­dade Fed­er­al de Minas Gerais - UFMG, ten­do obti­do os títu­los de Mestre e Doutor em Dire­ito pela Uni­ver­si­dade de Cam­bridge, no Reino Unido.

Autor de exten­sa obra, foi ain­da mem­bro da Comis­são Con­sul­ti­va da UNESCO sobre Dire­ito à Paz e Dire­itos Humanos, Pesquisador Super­vi­sor do pro­je­to sobre Dire­ito Human­itário e Dire­ito Cos­tumeiro da Cruz Ver­mel­ha, além de árbi­tro do Cen­tro Inter­na­cional para a Solução de Dis­putas sobre Inves­ti­men­to, e Dire­tor Exec­u­ti­vo do Insti­tu­to Inter­amer­i­cano de Dire­itos Humanos.

Foi Pro­fes­sor e con­fer­encista em várias insti­tu­ições de ensi­no, no Brasil e no estrangeiro. Foi mem­bro do Cura­to­ri­um de Dire­ito Inter­na­cional da Acad­e­mia da Haia.

Pre­stando hom­e­nagem a um dos mais ilus­tres brasileiros cul­tores do dire­ito e defen­sores dos Dire­itos Humanos, a Acad­e­mia Paulista de Dire­ito per­manecerá em luto, por 10 dias e, opor­tu­na­mente, realizará hom­e­nagem, conce­den­do-lhe o títu­lo de Acadêmi­co Eméri­to.