El País pub­li­cou entre­vista com o ex-juiz espan­hol Bal­tasar Garzón, na qual o jurista crit­i­ca a tendên­cia de uso anti civ­i­liza­cional do dire­ito, por meio de instru­men­tos que negam as liber­dades públi­cas, bem como os abu­sos da Justiça, no momen­to atu­al.

Os cole­tivos de juris­tas obser­vam que alguns país­es, como a Polô­nia e Hun­gria, bus­cam sub­me­ter o Poder Judi­ciário. Out­ros, como o Brasil e Argenti­na, tam­bém uti­lizam ou podem uti­lizar o Poder Judi­ciário para deter­mi­nadas pro­postas. Por out­ro lado, na Turquia, há ataques dire­tos aos meios de comu­ni­cação e a jor­nal­is­tas inde­pen­dentes. Ou então no caso dos EUA, a perseguição a Snow­den e Assange. [Ess­es fatores] começam a inter­a­gir. E isso é o que ago­ra mes­mo esta­mos ven­do no caso Lula. Vemos, do pon­to de vista inter­na­cional, cer­tos alarmes que nos dizem que o Dire­ito está sendo usa­do politi­ca­mente para fins ou com fins políti­cos de perseguição. Há ações uni­ver­sais, coor­de­nadas, per­ante ameaças que estão vin­do dessa extrema dire­i­ta, desse neopop­ulis­mo, dessa ação pop­ulista neo­fascista, que ten­ta revert­er a história e recon­quis­tas obti­das por parte da sociedade, essen­cial­mente no âmbito de dire­itos humanos. Esse é o fato novo. Estru­turas jurídi­cas que já estavam em fun­ciona­men­to, em casos nacionais e inter­na­cionais. A uni­ver­sal­iza­ção dessas ini­cia­ti­vas já ocor­reu, em algum momen­to históri­co, como na época da detenção de Pinochet através da juris­dição uni­ver­sal, que foi uma explosão de ações e uti­liza­ção de mecan­is­mos que estavam aí para faz­er frente à impunidade. Ago­ra se colo­cam em movi­men­to para pre­venir, evi­tar ou impedir que se con­soli­dem essas novas ações. Pro­te­jamos quem denun­cia. Mas tam­bém é pre­ciso denun­ciar quem pode abusar. Por exem­p­lo, as delações pre­mi­adas. É pre­ciso saber quais são os lim­ites. Denun­ciemos a uti­liza­ção do Dire­ito com final­i­dade políti­ca de luta con­tra a cor­rupção, que seg­men­ta a ação e esquece out­ra parte. E, ao final, se tor­na uma arma políti­ca para pro­mover um can­dida­to em detri­men­to de out­ro,” adverte.

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