Em impor­tante tra­bal­ho, pub­li­ca­do na Revista Mul­ti­mí­dia Democ­ra­cia e Dire­itos Fun­da­men­tais, Alfre­do Attié, Tit­u­lar da Cadeira San Tia­go Dan­tas, da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, dis­cute os aspec­tos históri­cos, políti­cos e jurídi­cos do impasse vivi­do pelo Esta­do e pela sociedade brasileiros.

No arti­go “Sín­cope na Com­posição do Espaço Públi­co Brasileiro”, Attié recon­strói a história políti­ca brasileira con­tem­porânea, inseri­da no con­tex­to inter­na­cional, toman­do como pon­to de inflexão o movi­men­to das ruas de jun­ho de 2013, mostran­do a con­sti­tu­ição dís­pare das jor­nadas, a ação repres­si­va do Esta­do, e os cam­in­hos difer­entes que seguiram as duas partes do movi­men­to. A par­tir dis­so, mostra as car­ac­terís­ti­cas da coal­izão que, hoje, for­ma a base do Gov­er­no, expres­sa em cin­co fac­etas, as do “Evan­gel­i­cal­is­mo, do Lava­jatismo, do Mil­i­taris­mo, do Redes­o­cial­is­mo e do Bol­sonar­is­mo”, demon­stran­do seus aspec­tos essen­ci­ais e sua con­ju­gação no jogo da políti­ca de gov­er­no. Attié vai além, ao exam­i­nar os aspec­tos que com­põem o out­ro lado dessa relação de poder, a do povo, isto é, do con­jun­to dos gov­er­na­dos, que con­stituem a maio­r­ia a fun­dar, por seu modo de agir e se con­sti­tuir, a democ­ra­cia brasileira.

Ao final, Attié define a democ­ra­cia, como regime políti­co por excelên­cia, regime de rup­tura. Attié empre­ga, em todo o tex­to, uma série de ima­gens e con­strói metá­foras de ordem musi­cal, sobre­tu­do, para demon­strar as nuances e as potên­cias das prat­i­cas mate­ri­ais e dis­cur­si­vas envolvi­das em sua analise bas­tante sofisti­ca­da, mas clara e dire­ta em sua men­sagem.

De modo orig­i­nal, Attié define o bol­sonar­is­mo como o exer­cí­cio da feito­ria colo­nial e um modo de caudil­his­mo.

Attié ain­da faz uma críti­ca do dire­ito con­sti­tu­cional brasileiro, do ensi­no jurídi­co e faz indi­cações para a mudança dessa real­i­dade.

A Revista é dirigi­da pelo jurista Tar­so Gen­ro, ex-Min­istro da Justiça e ex-Gov­er­nador do Rio Grande do Sul, e con­ta, em seu Con­sel­ho Curador com a par­tic­i­pação de Rogério Vio­la Coel­ho; Raquel Paese; Elisa Torel­ly; Vicente Mar­tins; Mau­ro Menezes; Mer­cedes Cánepa; Arman­do de Negri Fil­ho; Juliana Botel­ho Foernges, Ingrid Renz Birn­field, Mar­co Aurélio Pereira da Sil­va e Jorge Bran­co.

O arti­go pode ser lido aqui.