
Correspondendo ao Número Especial 15 da POLIFONIA Revista Internacional da Academia Paulista de Direito, organizado e coordenado por Alfredo Attié, está em vias de publicação o livro 190 Anos do Supremo Tribunal de Justiça da República Portuguesa: Liberdade, Meio Ambiente e Justiça — Tribunal da Relação do Porto: Novas Formas de Governação Global: Tecnologias, Direito, Democracia e Paz — POLIFONIA Revista Internacional da Academia Paulista de Direito: n. 15 Nova Série Edição Especial Outono-Inverno 2025.
O livro corresponde a compilação de parte dos trabalhos apresentados em dois eventos de direito comparado, realizados em Portugal, nas cidades de Lisboa e Porto, em organização do Supremo Tribunal de Justiça da República Portuguesa e do Tribunal da Relação do Porto, respectivamente, com a participação da Comunidade dos Juristas de Lingua Portuguesa e da Academia Paulista de Direito, além de outras importantes instituições judiciais e acadêmicas dos Continentes Africano, Americano, Asiático e Europeu.
De excerto da Apresentação da obra, redigida por Alfredo Attié, observa-se a importância da publicação:
“(…) A Academia Paulista de Direito vem realizando vários eventos internacionais, em parceria com outras entidades, universidades e instituições públicas e privadas. Com a Comunidade dos Juristas de Língua Portuguesa, estivemos por três vezes, em Portugal, nos Tribunais da Relação de Lisboa e do Porto e no Supremo Tribunal de Justiça, em encontro de troca científica e cultural de alta importância. Quero agradecer a recepção que tivemos da parte do então Presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, Juiz-Desembargador Orlando dos Santos Nascimento, do Presidente do Tribunal da Relação do Porto, Juiz-Desembargador José Igreja, e, muito especialmente, do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça da República Portuguesa, o Juiz-Conselheiro Henrique Araujo. Estendo meus agradecimentos aos organizadores e organizadoras dos eventos, bem como aos que os acompanharam e a seus participantes, fazendo ressaltar a amizade e a busca de ideais comuns científico-jurídicos com o ilustre antigo Juiz-Desembargador e atual Juiz-Conselheiro Nuno Miguel Pereira Ribeiro Coelho, Presidente Honorário da União Internacional dos Juízes de Língua Portuguesa. Estendo o agradecimento e os cumprimentos a todas as entidades parceiras desses eventos, Universidades portuguesas, brasileiras, angolanas e dos demais Países irmãos, bem como instituições judiciais e da advocacia pública e privada de todos esses Países.
Nesses três eventos, o envolvimento da história e da amizade presente foram inspiradores de despertar de relações renovadas e criadoras. A presente publicação abrange apenas as duas últimas celebrações referidas, porque, não consegui obter o tempo necessário para resgatar a primeira, prometendo, contudo, que o farei, em novo encontro em Lisboa.
Os temas dos eventos no STJ de Portugal e no Tribunal da Relação do Porto foram por mim pinçados, a pedido de Nelson Oliveira, para que pudéssemos, nos encontros, não apenas buscar a confraternização e a troca de experiências judiciais, mas, sobretudo, provocar as entidades jurídicas de nossos Países a refletirem e a divulgarem seu trabalho, como contribuição à busca mundial de soluções para os problemas graves da contemporaneidade. O objetivo foi alcançado, tendo em vista as importantes contribuições trazidas aos seminários, em boa parte publicadas aqui. Leitoras e leitores desfrutarão de artigos científicos da mais alta importância para o desenvolvimento da prática e da teoria do direito e da justiça internacionais e comparadas. Também poderão acompanhar alguns dos breves discursos proferidos, nos quais se identifica a consciência da dimensão dos eventos.
O Livro se divide em duas partes. A primeira está destinada à contribuição dos que compareceram na celebração dos cento e noventa anos do Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa. A segunda, a algumas contribuições no evento do Porto.
Espero que autoras e autores revivam os bons momentos que passamos juntos nessas belíssimas e ricas de cultura cidades portuguesas. Aos novos leitoras e leitores, desejo que um pouco do prazer e da riqueza desses encontros alcance a leitura dos textos, transcendendo‑a na multiplicação virtuosa do quanto de cada um dos que contribuíram experimentou e difundiu.
Dentre os discursos, além das palavras dos Presidentes do Supremo Tribunal de Justiça, Juiz-Conselheiro Henrique Araujo, e do Tribunal da Relação do Porto, Juiz-Desembargador José Igreja, que bem lograram resumir os históricos encontros; saliento aqueles proferidos pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça de Cabo Verde, Juiz-Conselheiro Benfeito Mosso Ramos, pelo Presidente do Tribunal de Recursos e do Conselho Superior da Magistratura de Timor-Leste, Deolindo dos Santos, por ocasião da reunião em Lisboa.
Dentre os artigos, que representam, efetivamente, a contribuição desses encontros para o debate presente e para o enfrentamento dos problemas, servindo ao pensamento e à formação das gerações presentes e futuras, destaco as reflexões de Alexandra Aragão, da Universidade de Coimbra, sobre a questão do direito ao clima e sua relação com a jurisprudência europeia de direitos humanos; de Fernanda Paula Oliveira, da mesma Universidade, sobre necessidade de tornar as cidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis; de Maria da Conceição Sango, do Tribunal Constitucional de Angola, sobre a jurisdição constitucional daquele País; de João Manuel Albuquerque, do Centro de Formação Jurídica e Judiciária de Macau, sobre as implicações da exigência comunitária do risco ambiental; de Carlos Alberto de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo, sobre a tutela penal do meio ambiente; de António Abrantes Geraldes, do Supremo Tribunal de Justiça de Portugal, sobre a jurisprudência cível dessa corte em matéria ambiental; de Lina Castro Batista, da Escola da Magistratura de Portugal, sobre a difícil questão da formação de juízes contemporânea; de Manuel Masseno, do Instituto Politécnico da Beja, de análise de importante precedente judicial europeu, em matéria de decisões automatizadas, bem como as modestas contribuições que apresentei, nos encontros, sobre constitucionalismo global e a análise crítica da situação contemporânea, a partir do fenômeno dos novos autoritarismos e da presença do que denominei de estado de sítio. Dito isso, com profunda emoção, pela concretização da publicação, retomo o tema da presente introdução (..).”