O antigo Acadêmico Titular e Honorário da Academia Paulista de Direito Pedro Paulo Teixeira Manus faleceu, no dia 25 de dezembro deste ano, em Campinas, São Paulo.
Pedro Manus foi Diretor e Vice-Reitor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tendo estudado na mesma PUC.SP, instituição na qual obteve seu título de Doutor, ainda realizado seu mestrado ma Universidade de São Paulo, e especialização na Universidade de Roma, La Sapienza.
Foi Juiz do Trabalho, carreira na qual alcançou os postos de Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho e de Ministro do Tribunal Superior do Trabalho.
Na PUC.SP, foi professor de Direito do Trabalho, nos cursos de graduação e pós-graduação. Escreveu inúmeras obras jurídicas.
Em artigo recente, Pedro Manus afirmava, em sólida argumentação garantista: “É necessário que o Estado cumpra seu papel e garanta a todos os trabalhadores, e não só aos empregados, o patamar mínimo civilizatório, assegurando-lhes os direitos sociais do artigo 6º da Constituição Federal, em obediência ao fundamento da dignidade do artigo 1º, III, da norma constitucional.” Acrescentava: “o reconhecimento da condição de empregado a um determinado prestador de serviços significa colocá-lo num patamar de proteção, que, mesmo não sendo ideal, diante dos baixos salários que se praticam entre nós, sem dúvida o distingue do trabalhador autônomo, diante da proteção legal emprestada ao primeiro. Esse a nosso ver é um dos motivos de se buscar o quanto possível, e às vezes além disso, o enquadramento do prestador de serviços na condição de trabalhador subordinado, a fim de livrá-lo da situação de autônomo, o que, na grande maioria dos casos, agrava sua situação social e financeira, ameaçando seu sustento e o de sua família. Ao longo do tempo, fomos afastando cada vez mais a situação de segurança social entre o empregado e o trabalhador sem vínculo, relegando este último a uma condição de vida indigna.”
A Academia Paulista de Direito homenageia seu antigo acadêmico, cujo trabalho influenciou gerações de juristas brasileiros. O “jurista Pedro Manus”, afirmou o Presidente da Academia Paulista de Direito, Alfredo Attié, que com ele esteve, em evento recente da Comunidade de Juristas da Língua Portuguesa, no Tribunal da Relação de Lisboa, Portugal, “além da sensibilidade humana e da cordialidade e bom humor, cultuava o direito como poucos, fazendo estender ao tema da justiça do trabalho uma dedicação que engrandeceu a construção dos direitos humanos no Brasil, sendo professor muito querido de seus alunos e alunas.”