Trump não é dono do mundo

Trump não é dono do mundo

Ele apenas está presidente dos Estados Unidos, não é dono do mundo

Crôni­ca de Matilde Ribeiro, pub­li­ca­da no Jor­nal “O POVO”, Ceará, 31 de janeiro de 2025

O pres­i­dente Lula, mes­mo acom­pan­han­do todas as atro­ci­dades de Trump, assu­min­do a posição de Estadista, anun­cia disponi­bil­i­dade de um con­vívio sereno com o Gov­er­no dos EUA, pelo bem da humanidade

O ano começa, e temos que tirar de nos­sa frente alguns assom­bra­men­tos, para que a ante­na gire para o bem da humanidade. Façamos valer a fé (que não pode faiar) e o propósi­to de que “a união faz a força”!

Viven­ci­amos os efeitos do furacão Don­ald Trump. Imag­inem, um políti­co que dev­e­ria estar cumprindo pena por “não cumpri­men­to da lei”, assume a presidên­cia dos EUA? A segun­da gestão de Trump nos EUA, começa empoder­a­da e gera um aler­ta ger­al ao mun­do, pois agre­ga maio­r­ia no Exec­u­ti­vo, nas duas casas leg­isla­ti­vas e na Supre­ma Corte.

Durante a posse no dia 20 de janeiro de 2025, foram apre­sen­tadas 78 medi­das. Várias delas violan­do a leg­is­lação, os princí­pios da Con­sti­tu­ição; enfrentam com­pro­mis­sos inter­na­cionais e a éti­ca; e per­tur­bam a sociedade. Vamos a alguns exemplos:

* O rompi­men­to com o Acor­do de Paris levan­do a situ­ação de não com­bate a crise climáti­ca que os EUA aju­daram a ger­ar. O gov­er­no brasileiro está anal­isan­do o que faz­er diante dos pre­juí­zos às ações e nego­ci­ações sobre o cli­ma, prin­ci­pal­mente jun­to a Con­fer­ên­cia do Cli­ma (COP 30) que ocor­rerá este ano em Belém do Pará.

* A saí­da da Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde afe­tará o plan­e­ta, pois a OMS atua no mon­i­tora­men­to de sis­temas de saúde, detectan­do, pre­venin­do e respon­den­do a emergên­cias, incluin­do sur­tos. A OMS espera que o pres­i­dente recon­sidere a decisão, visan­do o bene­fí­cio da saúde e do bem-estar mundial.

* As depor­tações em mas­sa foram anun­ci­adas des­de a cam­pan­ha eleitoral, quan­do os migrantes foram demo­niza­dos como “sel­vagens”, “ani­mais” ou “crim­i­nosos”, o que ameaça cer­ca de 11 mil­hões de pes­soas vivem em situ­ação irreg­u­lar nos EUA. Após a posse, inúmeros “imi­grantes ile­gais” foram pre­sos, e foi ini­ci­a­da a depor­tação. Os imi­grantes brasileiros tam­bém foram alvo des­de proces­so e o Min­istério das Relações Exte­ri­ores do Brasil (MRE) denun­ciou o trata­men­to desumano, considerando‑o como degradante.

O pres­i­dente Lula, mes­mo acom­pan­han­do todas estas atro­ci­dades, assu­min­do a posição de Estadista, anun­cia disponi­bil­i­dade de um con­vívio sereno com o Gov­er­no dos EUA, pelo bem da humanidade. No entan­to, o gov­er­no Trump ale­ga em relação ao Brasil e a out­ros país­es que “Eles pre­cisam de nós, muito mais do que nós pre­cisamos deles. Todos pre­cisam de nós”.

Sei que tratar dess­es assun­tos, como diria min­ha avó, é “cutu­car onça com vara cur­ta”. Mas, sejamos razoáveis… não dá pra bater pal­mas para Trump. Fique­mos em esta­do de aler­ta e em posição de defe­sa, pois o peri­go está em cena!!!

 

Governança Republicana: na UNESP, disciplina de Relações Internacionais aborda a relação entre Justiça, Economia e Política

Governança Republicana: na UNESP, disciplina de Relações Internacionais aborda a  relação entre Justiça, Economia e Política

O Depar­ta­men­to de Relações Inter­na­cionais da Uni­ver­si­dade Estad­ual Paulista — UNESP ofer­ece a dis­ci­plina Econo­mia Políti­ca Inter­na­cional: para a Gov­er­nança Repub­li­cana e Justiça Mundi­al­izadas, cujas aulas serão min­istradas todas as quin­tas-feiras, a par­tir do dia 13 de março de 2025, na Fac­ul­dade de Ciên­cias Humanas e Soci­ais, no cam­pus Fran­ca.

Tra­ta-se de cur­so de extrema atu­al­i­dade, que ques­tiona os rumos das relações, do dire­ito e da sociedade inter­na­cional, hoje.

A par­tir de uma abor­dagem trans­dis­ci­pli­nar, a con­strução da reflexão — a ser com­par­til­ha­da e enrique­ci­da com a par­tic­i­pação de alu­nas e alunos dos cur­sos de grad­u­ação da impor­tante Uni­ver­si­dade brasileira — o cur­so parte da con­statação da crise do dire­ito, da econo­mia e da políti­ca atu­al, seguin­do pela críti­ca das ondas antir­re­pub­li­cana e anti­democráti­ca, procu­ran­do encon­trar cam­in­hos de recu­per­ação ou de rein­venção da democ­ra­cia e da repúbli­ca, a par­tir do ambi­ente inter­na­cional e do difí­cil con­cer­to dos Esta­dos e da impre­scindív­el con­tribuição dos povos, em per­spec­ti­va inclu­si­va e ampliada.

A par­tir do exame críti­co de uma bib­li­ografia atu­al, alguns dos obje­tivos da dis­ci­plina são: abor­dar o pen­sa­men­to e a análise econômi­ca con­tem­porânea da EPI na bus­ca pela sua trans­dis­ci­pli­nar­i­dade, à vista das questões mais pre­sentes que se for­mam no ambi­ente inter­na­cional, à luz da questão de sua Gov­ern­abil­i­dade. Bem como, a maneira pela qual está recon­strói seu Obje­to de Con­hec­i­men­to e suas pro­postas de inter­venções, ness­es ter­mos, na for­ma de Políti­cas Inter­na­cionais de natureza estatal e públi­cas; exam­i­nar as con­tribuições daí decor­rentes para a com­preen­são das relações que se esta­b­ele­cem entre Econo­mia Nacionais e Inter­na­cional, Sis­temas Políti­cos e de Justiça, Sociedades e Esta­dos e as con­tradições e os con­fli­tos daí decor­rentes; e estim­u­lar a pro­dução pelos estu­dantes de exer­cí­cios e práti­cas de análise em econo­mia políti­ca inter­na­cional, referenciando‑a a atu­al situ­ação do debate em ciên­cias soci­ais, humanas e ciên­cias políticas.

Os Pro­fes­sores serão:

Albe­rio Neves Fil­ho, Dire­tor e Docente do Depar­ta­men­to de Relações Inter­na­cionais da Fac­ul­dade de Ciên­cias Humanas e Soci­ais da UNESP, sociól­o­go pela Fun­dação Esco­la de Soci­olo­gia e Políti­ca de São PauloFESPSP, Mestre em Teo­ria Econômi­ca e Doutor em Ciên­cia Políti­ca e Social pela Pon­tif­í­cia Uni­ver­si­dade Católi­ca de São PauloPUC.SP. Faz pesquisa, ensi­no e exten­são na área de Econo­mia Políti­ca e Econo­mia Políti­ca Inter­na­cional. Nes­sa área explo­ra os temas nuclear­es e asso­ci­a­dos ao desen­volvi­men­to e repro­dução do cap­i­tal­is­mo, em suas diver­sas camadas, que impli­ca des­de as tem­ati­za­ções e inves­ti­gações em teo­rias macro­econômi­cas; em suas for­mas secundárias e per­iféri­c­as de repro­dução cap­i­tal­ista; naqui­lo que se con­ven­cio­nou em estu­dos de repro­dução social dos diver­sos tipos de pro­priedades do perío­do mais recente em que nos encon­tramos na história econômi­ca, con­ju­ga­dos às questões de gênero, raça e class­es soci­ais. Atual­mente, ded­i­ca-se a inves­ti­gações sobre a repro­dução do cap­i­tal às atu­ais for­mas das lutas políti­cas e de class­es; exam­i­na as ino­vações tec­nológ­i­cas sob domínio da socia­bil­i­dade finan­ceira e do cap­i­tal pro­du­tor de juros. . Fez estu­dos em doutora­do no IE.UNICAMP e abor­da questões em dinâmi­cas das Ino­vações tec­nológ­i­cas e das Insti­tu­ições. É um ativista em questões raci­ais, de gêneros e ambi­en­tais, com ações vig­orosas no sen­ti­do da super­ação das diver­sas for­mas de racis­mo, pre­con­ceitos e desigual­dades sócio-econômi­cas e políti­cas. No momen­to prepara tra­bal­hos sobre Gov­ern­abil­i­dade Repub­li­cana; Estu­dos em tra­bal­ho pre­cariza­dos e uma revisão sobre a per­manên­cia do racis­mo na tran­sição para a modernidade;

Renan Rosolem Macha­do, Advo­ga­do for­ma­do pela Fac­ul­dade de Ciên­cias Humanas e Soci­ais da UNESP, Assis­tente de Pesquisa I na Fun­dação José Luiz Egy­dio Setubal, Pesquisador da Rede All 4 FoodA4F. Mes­tran­do em Gestão e Ino­vação na Indús­tria Ani­mal pela Fac­ul­dade de Zootec­nia e Engen­haria de Ali­men­tos da Uni­ver­si­dade de São PauloFZEA.USP.

 

 

 

 

 

 

Alfre­do Attié, jurista, filó­so­fo e escritor, Doutor em Filosofia da Uni­ver­si­dade de São Paulo, onde estu­dou Dire­ito (FD.USP) e História (FFLCH.USP). É Pres­i­dente da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito e Tit­u­lar da Cát­e­dra San Tia­go Dan­tas, na qual sucede a Gof­fre­do da Sil­va Telles Jr. Con­sel­heiro da Fun­dação Esco­la de Soci­olo­gia e Políti­ca de São Paulo. Autor dos livros: Dire­ito e Econo­mia: Pon­to e Con­trapon­to Civ­i­liza­cionais (no pre­lo, São Paulo: Tirant, 2025); África Con­sti­tu­inte (no pre­lo, São Paulo: Tirant, 2025); Dire­ito Con­sti­tu­cional e Dire­itos Con­sti­tu­cionais Com­para­dos (São Paulo: Tirant, 2023); O Brasil em Tem­po Acel­er­a­do: Políti­ca e Dire­ito (São Paulo: Tirant, 2021), Towards Inter­na­tion­al Law of Democ­ra­cy (Valên­cia: Tirant Lo Blanch, 2022); A Recon­strução do Dire­ito: Existên­cia. Liber­dade, Diver­si­dade (Por­to Ale­gre: Fab­ris, 2003) — pub­li­cação de estu­do pio­neiro (Sobre a Alteri­dade: Para uma Críti­ca da Antropolo­gia do Dire­ito, São Paulo: USP, 1987), a respeito do tema da alteri­dade e de críti­ca à antropolo­gia do dire­ito e sobre a con­strução e a per­manên­cia do colo­nial­is­mo, da dis­crim­i­nação e do pre­con­ceito; e Mon­tesquieu (Lis­boa: Chi­a­do, 2018) — estu­do tam­bém pio­neiro (Tópi­ca das Paixões e Esti­lo Moral­iste, São Paulo: USP, 2000) sobre a vin­cu­lação de esti­lo e pro­je­to políti­co, no sécu­lo das Rev­oluções e do nasci­men­to e críti­ca do Con­sti­tu­cional­is­mo, tam­bém é mestre em Filosofia e Teo­ria do Dire­ito pela FD.USP e em Dire­ito Com­para­do pela Cum­ber­land School of Law, foi Procu­rador do Esta­do de São Paulo e Advo­ga­do, e Juiz de Dire­ito, exerce a função de desem­bar­gador no tri­bunal de justiça paulista e é mem­bro de insti­tu­ições inter­na­cionais voltadas ao aper­feiçoa­men­to do dire­ito e da justiça e da real­iza­ção dos dire­itos humanos e da defe­sa da natureza e das águas, do patrimônio mate­r­i­al e ima­te­r­i­al históri­co, social, ambi­en­tal e cul­tur­al, e dos povos.

Sementes da Esperança: Manifesto para a Ação Política Participativa Coletiva

Sementes da Esperança: Manifesto para a Ação Política Participativa Coletiva

Em ini­cia­ti­va da Dep­uta­da Fed­er­al Luiza Erundina, com o apoio da Pon­tif­í­cia Uni­ver­si­dade Católi­ca de São PauloPUC.SP, e de seu Escritório-Mod­e­lo Dom Paulo Evaris­to Arns, será lança­do, na próx­i­ma sex­ta-feira, dia 14 de março de 2025, na própria PUC.SP, rua Monte Ale­gre, 984, sala 333, às 19 horas, o Man­i­festo “Sementes da Esper­ança”.

Luiza Erun­d­i­na, respon­sáv­el pela con­cepção e redação do Man­i­festo, afir­ma que se tra­ta de “um chama­do à ação políti­ca cole­ti­va, con­vi­dan­do indi­ví­du­os e gru­pos a se orga­ni­zarem local­mente para enfrentar desafios soci­ais, políti­cos e econômicos”.

Luiza, que é Dep­uta­da Fed­er­al (reelei­ta sete vezes), Assis­tente Social, for­ma­da pela Uni­ver­si­dade Fed­er­al da Paraí­ba, pós-grad­u­a­da pela Fun­dação Esco­la de Soci­olo­gia Políti­ca de São PauloFESPSP, Pro­fes­so­ra e líder políti­ca brasileira, foi Secretária Munic­i­pal de Edu­cação e Cul­tura de Camp­ina Grande, Dep­uta­da Estad­ual do Esta­do de São Paulo, Min­is­tra de Esta­do da Admin­is­tração Fed­er­al, e Prefei­ta de São Paulo, Cidade da qual foi, tam­bém, Vereadora.

A ideia é for­mar uma rede de Núcleos de Base, autônomos, auto-orga­ni­za­dos, mul­ti­par­tidários e plu­rais, “para amparar nos­sos son­hos.” Sementes lançadas para rea­v­i­var os dese­jos de par­tic­i­pação políti­ca e social, de justiça, em com­pro­mis­so com a vida, para trans­for­mar a sociedade. Sementes que sejam inspi­ração e estru­tu­ra, com o poder do “agir em comum”.

A Acad­e­mia Paulista de Dire­ito,- APD, a Cadeira San Tia­go Dan­tas e seus ACADEMIA PESQUISA — Cen­tros, Insti­tu­tos e Núcleos de estu­do, pesquisa e par­tic­i­pação da sociedade —, cumpri­men­tan­do Luiza Erun­d­i­na por mais essa sua ini­cia­ti­va pelo bem comum e pela vida feliz, apoia o Man­i­festo.

Para Alfre­do Attié, Pres­i­dente da APD, o “doc­u­men­to ref­ere o que é mais legí­ti­mo na vida democráti­ca, além de dar sub­stân­cia e vida ao dese­jo do povo brasileiro, expres­so em sua Con­sti­tu­ição, e dos povos do mun­do, expres­so nas Declar­ações, Trata­dos e Con­venções Inter­na­cionais e Region­ais de Dire­itos Humanos, de realizar a con­strução de um modo de coex­istên­cia mais jus­to, volta­do para o bem viv­er, tema trazi­do ao debate mundi­al pela con­tribuição dos povos lati­no-amer­i­canos, sobre­tu­do pelo pen­sa­men­to e pelas práti­cas dos povos orig­inários e afrode­scen­dentes. Con­vi­da à con­cretiza­ção da democ­ra­cia par­tic­i­pa­ti­va e atuante.” 

Para Tar­so Gen­ro, do Insti­tu­to Novos Par­a­dig­masINP,  que foi Min­istro de Esta­do da Justiça e da Edu­cação, Gov­er­nador do Rio Grande do Sul e Prefeito de Por­to Ale­gre, é uma “belís­si­ma ini­cia­ti­va e recebe meu total apoio. Erun­d­i­na é luz políti­ca da Democ­ra­cia e refer­ên­cia moral da Repúbli­ca!

José Macha­do, do Insti­tu­to Piraci­ca­bano de Estu­dos e Defe­sa da Democ­ra­cia — IPEDD, que foi Prefeito de Piraci­ca­ba, Dep­uta­do Fed­er­al e Dep­uta­do Estad­ual de São Paulo, apoia essa “ini­cia­ti­va impor­tante, de res­gate do faz­er políti­ca pela base.”

Leia a ínte­gra do impor­tante doc­u­men­to, a seguir:

SEMENTES DA ESPERANÇA Núcleos de Base pelo reencantamento do mundo

“O desânimo é conservador, a Esperança é revolucionária!” Luiza Erundina

O desân­i­mo ron­da como um cão sem dono, mas a esper­ança — essa sim — é rev­olu­cionária e sem­pre bro­ta como semente. Não sementes dor­mentes, mas sementes teimosas que cos­tu­ram a vida como quem tece um tapete de flo­res, um man­to de cores que há de cobrir o mun­do de esperança.

Esse momen­to há de vir! Está brotan­do e já avis­ta­mos no hor­i­zonte. Nos­sas sementes são aque­las que não se ren­dem, sementes que querem rev­olu­cionar a sociedade para todo mun­do. Para bro­tar, son­har é o primeiro ato da trans­for­mação, por isso espal­hamos as Sementes da Esperança.

Semeamos como quem tece e fia histórias e nos­so ato de semear começa por regar mil­hares de Núcleos de Base por todo o Brasil. Não impor­ta a quan­ti­dade de pes­soas por Núcleo (Sementes), impor­tam os corações baten­do jun­tos, as vidas mil­hares, cen­te­nas de mil­hares, milhões.…Não quer­e­mos poder, semeamos potên­cia, essa força que só aumen­ta quan­do com­par­til­ha­da. Pela potên­cia que bro­ta do chão ire­mos trans­for­mar o Brasil e o mun­do. Essa é a nos­sa esperança.

Uma rede de Núcleos de Base, autônomos, auto-orga­ni­za­dos, mul­ti­par­tidários e plu­rais para amparar nos­sos son­hos. Uma imen­sa plan­tação para todas as pes­soas que car­regam dese­jo de justiça, com­pro­mis­so com a vida e von­tade de trans­for­mar a sociedade. Não impor­ta a fil­i­ação par­tidária, religião, tra­jetória, impor­ta o com­pro­mis­so com a dig­nidade humana e a eman­ci­pação social. Uma teia dos muitos, dos impre­scindíveis, daque­les que lutam por toda a vida e não se cansam de son­har e semear mudança. Núcleos de Base como força do agir em comum.

Núcleos de Base na quan­ti­dade que for pos­sív­el. Não impor­ta o número, impor­ta o laço, os encon­tros reais. Assim serão os Núcleos a sur­gir. A cada Núcleo de Base uma semente que bro­ta, assim a nos­sa plan­tação vai crescer, se espal­har, expandir, com humil­dade, mas com a força de quem sabe que a mudança começa do chão, nos pequenos gestos, nas peque­nas ações cole­ti­vas, na semeadu­ra de mão em mão.

A cada grupo de pes­soas que assim dese­jarem nascerá um Núcleo; que come­cem, com três, cin­co, oito, treze, vinte e um… Onde hou­ver muito mais gente, que se crie mais Núcleos, com isso preser­va-se a prox­im­i­dade, o afe­to, os vín­cu­los, a cer­ca­nia da ação comum; e que depois se encon­trem com os demais Núcleos. Impor­tante e necessário é ser pres­en­cial; gru­pos de What­sApp, redes soci­ais, reuniões por video­con­fer­ên­cia, podem aux­il­iar, mas nada sub­sti­tui o encon­tro “olho no olho”, “mão com mão”. Vín­cu­los são fortes quan­do se com­par­til­ha vida real, só assim os son­hos se tor­nam realidade.

Cada Núcleo decide suas pau­tas, suas ações, suas pri­or­i­dades. Pode ser a cri­ação de hor­tas urbanas, luta por mora­dia digna, comér­cio de viz­in­hança, defe­sa da edu­cação e par­tic­i­pação em con­sel­hos esco­lares, econo­mia solidária, ban­cos comu­nitários e comér­cio jus­to, luta na fábri­ca, nos locais de tra­bal­ho, par­tic­i­pação em con­sel­hos locais, pon­tos de cul­tura, esco­las. O impe­rioso é estar onde a vida pul­sa, onde o chão sus­ten­ta pas­sos e sonhos.

Um encon­tro pres­en­cial por mês é o mín­i­mo para for­t­ale­cer os vín­cu­los e a luta. Se pos­sív­el, mais encon­tros por mês, incluin­do tem­po para a fes­ta e a ale­gria; afi­nal, uma rev­olução em que as pes­soas não pos­sam dançar não é uma rev­olução da esper­ança. Nada de gru­pos flu­i­dos e sim semeadu­ra cole­ti­va de um Brasil que se ergue de sul­cos e cica­trizes do chão, dos ter­ritórios. Dessa semeadu­ra cole­ti­va ire­mos plan­tar onde a vida é crua. Os Núcleos irão jun­tar corações que pul­sam e se encon­tram no cor­po vivo da luta, de seus sopros nos ter­ritórios ascen­derão faís­cas a ilu­mi­nar cam­in­hos no labir­in­to do tem­po atual.

Somos mãos que se unem pela base, sem sec­taris­mo, falan­do a lín­gua do povo jun­to com o povo. Somos o povo! Do bar­ro ergue­mos alicerces, da dor bro­ta­mos cor­agem. A espera acabou! Sementes da Esper­ança a faz­erem bro­tar um Brasil que não desiste.

 

No ar, o número 14 da POLIFONIA

No ar, o número 14 da POLIFONIA

A POLIFONIA Revista Inter­na­cional da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito com­ple­ta sete anos, com a edição de seu número 14 (Primavera/Verão 2024).

Com a avali­ação Qualis/Capes A3, a POLIFONIA faz-se cada vez mais meio de for­mação, comu­ni­cação, difusão e debate do que de mel­hor se pro­duz em humanidades em con­stante diál­o­go críti­co com o dire­ito e a justiça.

O número 14 apre­sen­ta, em Anexo Espe­cial, o Insti­tu­to Cel­so Fur­ta­do, vin­cu­la­do à Cadeira San Tia­go Dan­tas, da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito.

Na seção Memória, a Revista traz a repro­dução de dis­cur­so de Jusceli­no Kubitschek, pro­feri­do no Sena­do Fed­er­al, em 1961.

Neste ano de 2025, ter­e­mos, além dos dois números semes­trais, mais uma edição espe­cial, cor­re­spon­dente ao encon­tro havi­do no Supre­mo Tri­bunal de Justiça de Por­tu­gal, por ocasião de seu aniversário.

Veja, aqui, o Edi­to­r­i­al, e leia a Intro­dução à edição atual.

A chama­da para a con­tribuição de arti­gos para os inter­es­sa­dos no Brasil e no exte­ri­or per­manece aber­ta, poden­do ser con­sul­tadas, tam­bém, suas Nor­mas Edi­to­ri­ais.

 

 

 

 

Faleceu Cid Flaquer Scartezzini

Faleceu Cid Flaquer Scartezzini

Cid Fla­quer Scartezzi­ni foi min­istro do anti­go Tri­bunal Fed­er­al de Recur­sos, nomea­do por João Batista Figueire­do, de 1981 a 1988, e, quan­do da extinção desse tri­bunal e ad cri­ação do Supe­ri­or Tri­bunal de Justiça, pas­sou a exercer a judi­catu­ra na nova corte brasileira, de 1988 até 1999.

For­ma­do pela Fac­ul­dade de Dire­ito da Uni­ver­si­dade de São Paulo, foi pro­fes­sor no ensi­no secundário, ten­do exer­ci­do o mag­istério, tam­bém, nas Fac­ul­dades Met­ro­pol­i­tanas Unidas e no Insti­tu­to de Ensi­no Supe­ri­or Senador Fla­quer, em San­to André.

Foi Vereador e Pres­i­dente da Câmara Munic­i­pal de San­to André. Advo­ga­do, foi Pres­i­dente da Ordem dos Advo­ga­dos do Brasil, Sub­seção de San­to André, na região do ABC paulista.

Ao se aposen­ta da mag­i­s­tratu­ra, em 1999, foi suce­di­do por seu irmão Jorge Scartezzi­ni.

Foi mem­bro da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, da Acad­e­mia Brasileira de Dire­ito Crim­i­nal e da Sociedad Venezue­lana de Dere­cho Penal y Crim­i­nolo­gia.

A Acad­e­mia Paulista de Dire­ito pres­ta hom­e­nagem ao ilus­tre mag­istra­do brasileiro

Alfredo Attié, em visita à Câmara de Vereadores de Salto

Alfredo Attié, em visita à Câmara de Vereadores de Salto
O Pres­i­dente da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, Alfre­do Attié, esteve em visi­ta à Câmara de Vereadores da Estân­cia Turís­ti­ca de Salto.
Rece­bido pelo his­to­ri­ador Chell Oliveira, Vereador Primeiro Secretário, pela pro­fes­so­ra e Vereado­ra Luzia Vidal, e pelo advo­ga­do e Asses­sor da Presidên­cia, Nil­son S. San­tos, que rep­re­sen­ta­va o Vereador Pres­i­dente, Attié con­ver­sou com Vereadores, Asses­sores Jurídi­cos e fun­cionários do Poder Leg­isla­ti­vo saltense, ain­da ten­do-se encon­tra­do com a advo­ga­da Car­oli­na Reni e com o advo­ga­do Gio­van­ni Car­val­ho.
Na pau­ta, diál­o­gos sobre a Cidade, com destaque para o perío­do em que Attié atu­ou como juiz na Comar­ca, e as trans­for­mações que real­i­zou no rela­ciona­men­to entre Judi­ciário e sociedade civ­il e movi­men­tos soci­ais. Falaram sobre a cri­ação do Setor de Asses­so­ria e Ori­en­tação Jurídi­ca e SocialSAOJUS, dos tra­bal­hos que real­i­zou, na orga­ni­za­ção par­tic­i­pa­ti­va do povo, além do Insti­tu­to de Estu­dos Vale do Tietê — INEVAT, e das questões ambi­en­tais rel­a­ti­vas, sobre­tu­do, aos recur­sos hídricos.
A seguir, acom­pan­hado de Chell Oliveira e de Gio­van­ni Car­val­ho, Attié vis­i­tou as dependên­cias do Fórum e do imóv­el que havia sido des­ti­na­do, por Lei Munic­i­pal, cujo antepro­je­to foi redigi­do por Attié, para o SAOJUS e os Juiza­dos Espe­ci­ais da Comar­ca, que, até então, cor­re­spon­dia, em decor­rên­cia de decre­to munic­i­pal, a residên­cia de juízes.
Attié pode con­hecer o impor­tante tra­bal­ho real­iza­do pelo Vereador Chell, na rep­re­sen­tação dos munícipes, espe­cial­mente dos ter­ritórios mais vul­neráveis. Chell tem real­iza­do impor­tante recu­per­ação históri­ca das Biografias Afros­altens­es.

Money Above All: a ruptura norte-americana com a ética internacional

Money Above All: a ruptura norte-americana com a ética internacional

Em impor­tante arti­go, o Miguel Reale Jr., Acadêmi­co Eméri­to da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito e Pro­fes­sor Tit­u­lar da Uni­ver­si­dade de São Paulo, apon­ta o rompi­men­to dos Esta­dos Unidos com a Lei con­tra Práti­cas Cor­rup­tas no Exte­ri­or por empre­sas norte-amer­i­canas. Em nome da com­petição a qual­quer cus­to, o atu­al Pres­i­dente Don­ald Trump deter­mi­nou a sus­pen­são da apli­cação do FCP Act.

Leia o arti­go a seguir.

AMÉRICA CORRUPTA AGAIN

Miguel Reale Jr

Após o escân­da­lo de Water­gate, o Con­gres­so amer­i­cano decid­iu enfrentar o tema sabido da cor­rupção — de agentes políti­cos ou admin­is­tra­tivos no exte­ri­or — como for­ma de obter ou man­ter negócios.

 Lem­bra Mike Koehler (The sto­ry of FCPA Act) que a Gulf Oil fez con­tribuições para a cam­pan­ha políti­ca do Pres­i­dente da Repúbli­ca da Cor­eia; Northrop real­i­zou paga­men­tos a gen­er­al da Arábia Sau­di­ta; a Exxon e a Mobil Oil der­am din­heiro a par­tidos políti­cos ital­ianos. Por fim, Lock­heed fez paga­men­tos ao primeiro-min­istro japonês Tana­ka e ao príncipe Bern­hard, Inspetor Ger­al das Forças Armadas holan­desas e mari­do da Rain­ha Juliana dos País­es Baixos. Os paga­men­tos foram feitos para gan­har van­ta­gens, espe­cial­mente na obtenção ou manutenção de con­tratos gov­er­na­men­tais ou para influ­en­ciar qual­quer ato ou decisão de fun­cionário estrangeiro.

De 1975 a 1977, foram real­izadas audiên­cias, no Sena­do, acer­ca da edição de lei incrim­i­nan­do a cor­rupção de autori­dades estrangeiras. D. J. Haughton, pres­i­dente do Con­sel­ho da Lock­heed Air­craft Cor­po­ra­tion, depon­do no Sena­do, disse: “pare­cia ser necessário efe­t­u­ar tais paga­men­tos para com­pe­tir com suces­so em muitas partes do mun­do, sob pena de per­da de com­pet­i­tivi­dade”.

Como bem ressaltam Lee C. Buch­heit e Ralph Reis­ner (Why Has the FCPA Pros­pered?), o Con­gres­so sabia que a proibição do sub­or­no colo­caria empre­sas dos EUA em desvan­tagem com­pet­i­ti­va com os seus homól­o­gos estrangeiros, mas prevale­ceu a bus­ca do obje­ti­vo maior de pro­mover relações inter­na­cionais transparentes.

Empresários tam­bém obser­varam que a proibição de paga­men­tos a fun­cionários de gov­er­no estrangeiro aux­il­iaria as empre­sas a resi­s­tir às exigên­cias de sub­or­no em muitos países.

 O Senador Frank Church, pres­i­dente da Comis­são encar­rega­da de estu­do da proibição de sub­or­no, de for­ma exa­ta disse: “Há um amp­lo con­sen­so de que o paga­men­to de sub­or­nos para influ­en­ciar decisões de negó­cios cor­rói a livre ini­cia­ti­va. O sub­or­no provo­ca um cur­to-cir­cuito no mer­ca­do. Onde os sub­or­nos são pagos, não prevalece o pro­du­tor mais efi­ciente, mas o mais cor­rup­to”.

O senador Prox­mire, por sua vez, desta­cou que com o sub­or­no se tem cus­to mais ele­va­do por pro­du­to de qual­i­dade infe­ri­or. Para o senador Williams, há com o sub­or­no uma inter­fer­ên­cia prej­u­di­cial ao País, pois man­cha sua imagem e a dos empresários norte-amer­i­canos, minan­do obje­tivos impor­tantes da políti­ca externa.

Para o pres­i­dente Ford, a pre­venção e repressão ao sub­or­no de autori­dades estrangeiras per­mi­tiri­am que os Esta­dos Unidos dessem exem­p­lo vig­oroso ao comér­cio, a par­ceiros e a con­cor­rentes, quan­to à neces­si­dade impe­riosa de se acabar com práti­cas ilíc­i­tas na obtenção de negó­cios. Assim, era necessário que dis­posições anti­s­sub­or­no, como do FCPA, fos­sem apli­cadas a cidadãos e cor­po­rações dos EUA, bem como a empre­sas estrangeiras cujos títu­los este­jam lis­ta­dos em bol­sa dos EUA.

Ao ver do pres­i­dente Carter, o sub­or­no é eti­ca­mente repug­nante e com­pet­i­ti­va­mente desnecessário, além de minar a inte­gri­dade dos gov­er­nos. Assim, o FCPA Act (Lei de Práti­cas Cor­rup­tas no Exte­ri­or), edi­ta­da em novem­bro de 1997, exige, como pre­venção, que se man­ten­ham livros e reg­istros pre­cisos, bem como rig­orosos con­troles con­tábeis, com­i­nan­do à cor­rupção sanções civis aplicáveis pela SECComis­são de Val­ores Imo­bil­iários - e crim­i­nais pelo DOJ - Depar­ta­men­to de Justiça.

O FCPA influ­en­ciou organ­is­mos inter­na­cionais, que assumi­ram a mes­ma ori­en­tação, geran­do nor­ma­ti­vas de repressão ao sub­or­no de autori­dades estrangeiras, tais como: a Orga­ni­za­ção para a Econo­mia Coop­er­ação e Desen­volvi­men­to (OCDE); Ban­co Mundi­al; FMI. Hou­ve des­de 1997 inves­ti­gações e punições de graves atos de cor­rupção, inclu­sive rel­a­tivos ao Brasil.

Todavia, nos primeiros dias de manda­to, Don­ald Trump orde­nou ao Depar­ta­men­to de Justiça sus­pender a apli­cação da lei anti­s­sub­or­no – o FCPA — com a seguinte des­cul­pa: “Isso sig­nifi­cará muito mais negó­cios para a Améri­ca”; “Parece bom no papel, mas na [práti­ca] é um desas­tre”; “Isso sig­nifi­ca que, se um amer­i­cano vai a um país estrangeiro e começa a faz­er negó­cios lá legal, legit­i­ma­mente ou de out­ra for­ma, é quase uma garan­tia de inves­ti­gação, indi­ci­a­men­to e ninguém quer faz­er negó­cios com os amer­i­canos por causa dis­so”.

Para fun­cionário da Casa Bran­ca, a “segu­rança nacional do país depende de a Améri­ca e suas empre­sas obterem van­ta­gens com­er­ci­ais estratég­i­cas ao redor do mun­do”. O fun­cionário acres­cen­tou: “O pres­i­dente Trump está inter­rompen­do a apli­cação exces­si­va e impre­visív­el da FCPA que tor­na as empre­sas amer­i­canas menos com­pet­i­ti­vas.”

No momen­to em que a luta con­tra a cor­rupção em favor da inte­gri­dade alcança âmbito mundi­al, com a imple­men­tação dos fatores ESG (Envi­ron­men­tal, Social, Gov­er­nance) lança­dos pelo então Secretário Ger­al da ONU, Kofi Annan, por via do Pacto Glob­al, Trump despreza os argu­men­tos tão inci­si­va­mente trazi­dos na dis­cussão do FCPA Act, con­tra a per­mis­são da des­on­esti­dade para gan­ho com­pet­i­ti­vo, e ago­ra visa a con­sagrar a ilic­i­tude, que trará negó­cios para a Améri­ca. Grana aci­ma de tudo.”

Alfredo Attié falará no Clube de Engenharia sobre “Desenvolvimento e Processo Civilizatório”

Alfredo Attié falará no Clube de Engenharia sobre “Desenvolvimento e Processo Civilizatório”

Aten­den­do a con­vite da econ­o­mista Ceci Juruá, coor­de­nado­ra do Insti­tu­to Cen­so Fur­ta­do, vin­cu­la­do à Cát­e­dra San Tia­go Dan­tas da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, o Pres­i­dente da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, Alfre­do Attié Tit­u­lar da Cát­e­dra San Tia­go Dan­tas, falará no Clube de Engen­haria, np Rio de Janeiro, em data a ser anun­ci­a­da em breve, sobre o tema  “Desen­volvi­men­to ou Proces­so Civ­i­liza­tório? Entre o Mito e a Aber­tu­ra para o Futuro”, que cor­re­sponde a um dos capí­tu­los de seu últi­mo livro, a sair, neste ano, pela Edi­to­ra Tirant, “Dire­ito e Econo­mia: Pon­to e Con­trapon­to Civ­i­liza­tórios”.

O even­to dará iní­cio à pro­gra­mação anu­al do Insti­tu­to Cel­so Furtado.

Alfre­do Attié é jurista, filó­so­fo e escritor, Doutor em Filosofia da Uni­ver­si­dade de São Paulo, onde estu­dou Dire­ito (FD.USP) e História (FFLCH.USP). É Pres­i­dente da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito e Tit­u­lar da Cát­e­dra San Tia­go Dan­tas, na qual sucede a Gof­fre­do da Sil­va Telles Jr. Con­sel­heiro da Fun­dação Esco­la de Soci­olo­gia e Políti­ca de São Paulo. Autor dos livros: Dire­ito e Econo­mia: Pon­to e Con­trapon­to Civ­i­liza­cionais (no pre­lo, São Paulo: Tirant, 2025); África Con­sti­tu­inte (no pre­lo, São Paulo: Tirant, 2025); Dire­ito Con­sti­tu­cional e Dire­itos Con­sti­tu­cionais Com­para­dos (São Paulo: Tirant, 2023); O Brasil em Tem­po Acel­er­a­do: Políti­ca e Dire­ito (São Paulo: Tirant, 2021), Towards Inter­na­tion­al Law of Democ­ra­cy (Valên­cia: Tirant Lo Blanch, 2022); A Recon­strução do Dire­ito: Existên­cia. Liber­dade, Diver­si­dade (Por­to Ale­gre: Fab­ris, 2003) — pub­li­cação de estu­do pio­neiro (Sobre a Alteri­dade: Para uma Críti­ca da Antropolo­gia do Dire­ito, São Paulo: USP, 1987), a respeito do tema da alteri­dade e de críti­ca à antropolo­gia do dire­ito e sobre a con­strução e a per­manên­cia do colo­nial­is­mo, da dis­crim­i­nação e do pre­con­ceito; e Mon­tesquieu (Lis­boa: Chi­a­do, 2018) — estu­do tam­bém pio­neiro (Tópi­ca das Paixões e Esti­lo Moral­iste, São Paulo: USP, 2000) sobre a vin­cu­lação de esti­lo e pro­je­to políti­co, no sécu­lo das Rev­oluções e do nasci­men­to e críti­ca do Con­sti­tu­cional­is­mo, tam­bém é mestre em Filosofia e Teo­ria do Dire­ito pela FD.USP e em Dire­ito Com­para­do pela Cum­ber­land School of Law, foi Procu­rador do Esta­do de São Paulo e Advo­ga­do, e Juiz de Dire­ito, exerce a função de desem­bar­gador no tri­bunal de justiça paulista e é mem­bro de insti­tu­ições inter­na­cionais voltadas a ao aper­feiçoa­men­to do dire­ito e da justiça e da real­iza­ção dos dire­itos humanos e da defe­sa da natureza e das águas, do patrimônio mate­r­i­al e ima­te­r­i­al históri­co, social, ambi­en­tal e cul­tur­al, e dos povos.

Discurso em Homenagem ao Ministro e Professor Edson Fachin

Discurso em Homenagem ao Ministro e Professor Edson Fachin

A Acad­e­mia Paulista de Dire­ito faz pub­licar, pela importân­cia de seu  con­teú­do e do even­to de hom­e­nagem, real­iza­do pela Pon­tif­í­cia Uni­ver­si­dade Católi­ca de São Paulo e sua Fac­ul­dade de Dire­ito, ao Min­istro do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al e jurista Edson Fachin, em São Paulo, no mês de março de 2024.

O Dis­cur­so foi pro­feri­do pelo Pro­fes­sor Livre-Docente da PUC.SP, Acadêmi­co Tit­u­lar da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, da qual foi Pres­i­dente, Rogério Don­ni­ni.

A cer­imô­nia cor­re­spon­deu à entre­ga do Colar de Eméri­to Acadêmi­co da Fac­ul­dade de Dire­ito da PUC.SP ao Pro­fes­sor Fachin, que, em seu dis­cur­so de agradec­i­men­to,  exal­tou a importân­cia do Esta­do Democráti­co de Dire­ito: “apan­ho tam­bém um laço, ago­ra entre con­sti­tu­ição e sobera­nia, para pro­je­tar luz no que enten­do que se encon­tra em tes­si­tu­ra no espaço da dis­putabil­i­dade de sen­ti­dos neste sécu­lo 21, ou seja, no esta­do de dire­itos humanos e fun­da­men­tais que redesen­ha a noção de sobera­nia, fazen­do man­i­fes­tar-se a sociedade transter­ri­to­ri­al­iza­da. É a Con­sti­tu­ição que cria as insti­tu­ições des­ti­nadas a con­cretizar os dire­itos humanos e fun­da­men­tais, que par­til­ha o poder para evi­tar o arbítrio e que descen­tral­iza para que tais dire­itos pos­sam chegar aos rincões em que vivem brasileiras e brasileiros. É a con­sti­tu­ição que norma­ti­za os princí­pios que con­duzem ao ade­qua­do fun­ciona­men­to das insti­tu­ições, garan­ti­n­do com força vin­cu­lante e obri­gatória o trata­men­to não dis­crim­i­natório, o fun­da­men­to das ter­ras e dos dire­itos indí­ge­nas, o dire­ito a edu­cação, a seguri­dade social, a autono­mia uni­ver­sitária, o dire­ito a vida e a segu­rança, a sociedade livre da vio­lên­cia, a saúde e ao meio ambi­ente eco­logi­ca­mente equi­li­bra­do, a liber­dade reli­giosa, o dire­ito a pro­priedade e a redução da pobreza e das desigual­dades soci­ais e region­ais.

Coube ao Pro­fes­sor Vidal Ser­ra­no, então Dire­tor da Fac­ul­dade de Dire­ito, e atu­al Reitor da PUC.SP, Acadêmi­co Tit­u­lar da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, pro­ced­er à entre­ga do Colar de Méri­to ao Min­istro Fachin..

Den­tre tan­tas autori­dades e diante do auditório lota­do, esteve pre­sente a esposa do hom­e­nagea­do, Rosana Ama­ra Girar­di Fachin, desem­bar­gado­ra aposen­ta­da do Tri­bunal de Justiça do Esta­do do Paraná.

Leia o dis­cur­so de Don­ni­ni, a seguir.

Mag­ní­fi­ca vice-reito­ra, Douto­ra Ângela Lessa, Exce­len­tís­si­mo Dire­tor da nos­sa tradi­cional Fac­ul­dade Paulista de Dire­ito da PUC-SP, Pro­fes­sor Vidal Ser­ra­no, Exce­len­tís­si­mo Min­istro Edson Fachin, autori­dades aqui pre­sentes, ilus­tres cole­gas, meus pro­fes­sores, cole­gas atual­mente, meus queri­dos alunos, min­has  sen­ho­ras e meus sen­hores, a quem cumpri­men­to na pes­soa da Douto­ra Rosana Fachin, que nos hon­ra com a presença. 

         Eu vou ser breve, aliás o nos­so dire­tor me pediu abso­lu­ta bre­v­i­dade e eu me lem­bro da máx­i­ma vita bre­vis ars lon­ga, ou seja, a arte é lon­ga e a vida breve, mas nesse mun­do instan­tâ­neo em que vive­mos, bre­v­i­dade não seria a palavra mais ade­qua­da, pois nós deve­mos ser brevís­si­mos nos dias de hoje e eu apren­di a duras penas ser sucin­to logo que me formei aqui nes­ta Fac­ul­dade. Atu­a­va nes­sa época em todas as áreas do Dire­ito e um cliente me procurou para que eu o defend­esse, pois ele havia atro­pela­do um transe­unte bêba­do à noite, que atrav­es­sa­va fora da faixa de pedestres e respon­dia a um proces­so-crime. Era um caso típi­co de absolvição, até porque se trata­va de uma lesão cor­po­ral leve, mas o Min­istério Públi­co insis­tia na sua con­de­nação. Eu o defen­di e na audiên­cia tin­ha vinte min­u­tos para a apre­sen­tação das ale­gações finais. O juiz deu a enten­der que eu não pre­cisa­va faz­er aque­la per­oração, mas eu havia me prepara­do para tan­to. Ini­ciei de maneira ráp­i­da, inces­sante, e já pas­sa­va das 19h00. Depois de dez min­u­tos falan­do, sem pon­to, sem vír­gu­la, o juiz, in ver­bis, disse o seguinte: “Doutor, por favor, ven­ha aqui”. Eu fui e ele, um mag­istra­do expe­ri­ente, afir­mou: “Se o doutor con­tin­uar falan­do, eu con­de­no o seu cliente”.

         Gostaria, antes de tudo, cumpri­men­tar a Fac­ul­dade de Dire­ito por essa ini­cia­ti­va, que é fun­da­men­tal para alguém que não ape­nas merece esse tipo de hom­e­nagem, mas é um ícone do nos­so Supre­mo Tri­bunal Federal.

         Eu tive o priv­ilé­gio de con­hecer o nos­so hom­e­nagea­do bem antes de ter sido ele alça­do ao Pretório Excel­so, par­tic­i­pamos de Ban­cas de Doutora­do, tive­mos aqui na casa um grande ami­go, que é tam­bém um ícone do dire­ito, o saudoso Pro­fes­sor Arru­da Alvim, um sím­bo­lo do dire­ito de todos os tem­pos, taman­ha a sua mag­ni­tude. Tive­mos tam­bém a opor­tu­nidade de hom­e­nagear um ilus­tre pro­fes­sor aqui da casa,  em duas obras que escreve­mos em con­jun­to, o pro­fes­sor Rui Ger­al­do Camar­go Viana. Enfim, des­frutei do con­hec­i­men­to do nos­so hom­e­nagea­do, tro­camos livros, o que eu enviei a ele não tin­ha o mes­mo bril­ho, óbvio, mas ele fez uma ded­i­catória que me emo­cio­nou bas­tante à época.

         É impor­tante fris­ar que atual­mente alguns dos nos­sos mag­istra­dos, incluin­do, em espe­cial, aque­les dos Tri­bunais Supe­ri­ores, têm alter­ado o seu com­por­ta­men­to nos últi­mos tem­pos. Eu me lem­bro aqui das aulas de Mestra­do e de Doutora­do, de um jurista, Johan Huizin­ga, que escreveu em 1938 a obra Homo ludens, isto é, o homem lúdi­co, aque­le que, nos dias de hoje, é afeito às câmeras, às entre­vis­tas, o homem que aparece na mídia, o homem social. Esse homo ludens  aparece numa ter­ceira fase do com­por­ta­men­to humano. A primeira é a do homo faber, o con­stru­tor; a segun­da, do ani­mal lab­o­rans, aque­le que tra­bal­ha e vive em uma sociedade de mas­sa, de con­sumo; e a ter­ceira fase (homo ludens) é daque­le que real­iza, na real­i­dade, um espetácu­lo, é o ser humano espetácu­lo. E eu diria o seguinte, usan­do dessa mes­ma mes­ma lin­guagem, seria aque­le mag­i­s­tra­tus ludens, que ado­ra uma ilu­mi­nação das câmeras e nor­mal­mente pre­jul­ga, o que leva a nos­sa democ­ra­cia a um sério risco de descon­fi­ança, o que é péssimo.

         Difer­ente­mente desse tipo de juiz, o nos­so hom­e­nagea­do, Min­istro Fachin, age da maneira mais ade­qua­da para um jul­gador, pois ele é dis­cre­to, age sem­pre com dis­crição, soma­do esse fato à sua inve­jáv­el capaci­dade int­elec­tu­al, que eu tive o priv­ilé­gio e todos nós temos ao nos deparar­mos com seus votos, con­cordemos ou não, ele segue à risca o req­ui­si­to máx­i­mo para ser um inte­grante do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al, flex­i­bi­liza­do em alguns casos ulti­ma­mente, que é o notáv­el saber jurídi­co. Meu caro puquiano Fachin, esta casa tem orgul­ho de tê-lo na mais alta Corte do País. Muito obrigado.”

 

Historiador James Green fala sobre os riscos da nova gestão Trump

Historiador James Green fala sobre os riscos da nova gestão Trump

Denise Assis, jor­nal­ista do Por­tal 247, entre­vista o his­to­ri­ador e estu­dioso do Brasil James Green, Pro­fes­sor da Duke Uni­ver­si­ty.

James Green, autor de impor­tantes livros sobre o Brasil, fala sobre o impacto do retorno de Don­ald Trump ao poder, nos Esta­dos Unidos, pre­ven­do tem­pos sombrios.

Assista, aqui, ou pelo link da TV 247.

Instituto Novos Paradigmas articula “Carta em Defesa da Democracia e da República”

Instituto Novos Paradigmas articula “Carta em Defesa da Democracia e da República”

A Car­ta em Defe­sa da Democ­ra­cia e da Repúbli­ca, artic­u­la­da pelo INP — Insti­tu­to Novos Par­a­dig­mas, sob a lid­er­ança do jurista Tar­so Gen­ro, que foi Min­istro da Justiça e da Edu­cação, Gov­er­nador do Rio Grande do Sul e Prefeito de Por­to Ale­gre, con­ta com assi­nat­uras de um amp­lo espec­tro políti­co e com o apoio da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito.

A nova pro­pos­ta de movi­men­to, chama­da de Vamos em Frente, aprox­i­ma vearias orga­ni­za­ções e movi­men­tos da sociedade civ­il. Seu eixo cen­tral é estim­u­lar as forças democráti­cas e repub­li­canas do país, a par­tir da sociedade civ­il, dirigin­do-se a lid­er­anças par­tidárias, líderes políti­cos, for­madores de opinião, int­elec­tu­ais e diri­gentes sele­ciona­dos dos movi­men­tos soci­ais, para a for­mação de uma Nova Frente Política.

Seu sen­ti­do estratégi­co não é um acor­do pro­gramáti­co, mas tem duas direções: procla­mar a neces­si­dade de Frentes Eleitorais que poderão se for­mar, tan­to no 1º como no 2º turno, para reduzir a capaci­dade da ultra-dire­i­ta e da extrema-dire­i­ta; e ampli­ar o diál­o­go social e políti­ca no cam­po democráti­co insti­tu­cional­iza­do no país.
Esta e as demais car­tas con­sti­tuí­das nesse movi­men­to cívi­co têm entre seus obje­tivos reduzir dras­ti­ca­mente as influên­cias dos setores fisi­ológi­cos e oligárquicos no Con­gres­so Nacional; esta­b­ele­cer com­pro­mis­sos políti­cos region­ais e nacionais, em torno da defe­sa das insti­tu­ições legit­i­mas do Esta­do, for­matadas na Con­sti­tu­ição Fed­er­al de 88, bem como estim­u­lar for­mas dire­tas de par­tic­i­pação da cidada­nia na gestão pública.

O prin­ci­pal instru­men­to des­ta artic­u­lação políti­co-eleitoral é a pub­li­cação de car­tas públi­cas region­ais e nacionais, que pro­pon­ham essa uma unidade políti­ca mínima.

Esta é uma primeira ver­são da primeira Car­ta que dev­erá ser enrique­ci­da por con­tribuições e dis­cussões que con­seguir fomentar.

A Car­ta pode ser assi­na­da medi­ante preenchi­men­to de nome e e‑mail, neste link.

O doc­u­men­to ´´assi­na­do por impor­tantes lid­er­anças políti­cas, entre as quais ex-Min­istros dos gov­er­nos democráti­cos de Fer­nan­do Hen­rique Car­doso, Luís Iná­cio Lula da Sil­va e Dil­ma Rouss­eff.

Leia a ínte­gra da Car­ta a seguir:

“Esta car­ta é dirigi­da a todos os que pro­fes­sam a democ­ra­cia e defen­d­em a paz e ordem repub­li­cana do Esta­do Social da Con­sti­tu­ição de 1988. E é um man­i­festo em defe­sa do Brasil, como país sober­a­no, do tra­bal­ho como val­or fun­da­men­tal, da con­strução da nação como comu­nidade de des­ti­no, do empreende­doris­mo ino­vador — em todos os níveis — basea­do na inteligên­cia cien­tifi­ca uni­ver­sal. As guer­ras das grandes potên­cias mil­itares com seus inter­ess­es estratégi­cos estão trans­for­man­do o plan­e­ta inteiro num cat­a­stró­fi­co teatro de ações políti­cas e oper­ações mil­itares, que já ameaçam as condições nat­u­rais mín­i­mas para a sobre­vivên­cia humana e a sobera­nia das nações. As guer­ras, em ger­al, são propa­gado­ras da bar­bárie e ali­men­ta­do­ras do autori­taris­mo e das ditaduras. Esta Car­ta propõe que aqui no Brasil, a par­tir da sociedade civ­il, propague­mos um amp­lo movi­men­to cívi­co descen­tral­iza­do, com ini­cia­ti­vas locais, region­ais, nacional — idên­ti­cas ou análo­gas — para defend­er o futuro da democ­ra­cia no país. A her­ança do gov­er­no ante­ri­or, com um déficit fis­cal de 782 bil­hões, des­man­che de insti­tu­ições e políti­cas públi­cas, negação retrógra­da da inteligên­cia cien­tí­fi­ca uni­ver­sal, propa­gação da vio­lên­cia mili­ciana e o cul­to da morte — erigi­dos como políti­ca de Segu­rança Públi­ca — tam­bém são um lega­do per­ver­so do qual deve­mos defend­er o país. Afir­mamos, primeiro, que a solução é mais democ­ra­cia, não menos; e que isso só será pos­sív­el com o suporte de um cam­po políti­co unifi­ca­do, capaz de mostrar difer­enças: entre democ­ra­cia e ditadu­ra; entre frentes políti­cas eleitorais sem princí­pios e frentes eleitorais baseadas em princí­pios mín­i­mos, tan­to volta­dos para a restau­ração da dig­nidade da políti­ca, como da preser­vação dos Poderes da Repúbli­ca. Esta Car­ta, por­tan­to, propõe que seja pos­sív­el esta­b­ele­cer uma comu­ni­cação entre as múlti­plas visões democráti­cas — nos Esta­dos e na própria União — para bus­car pon­tos de unidade em direção a novas Frentes políti­cas, com suas especi­fi­ci­dades region­ais, já no turno ou, alter­na­ti­va­mente, no 2º turno das eleições de 2026, pau­tan­do-se pelos seguintes objetivos:1. Blo­quear a influên­cia no Con­gres­so Nacional, de ban­cadas oligárquicas e fisi­ológ­i­cas, que se dedicam a extorquir, para proveito próprio, os orça­men­tos públi­cos, assim sub­ver­tendo a relação insti­tu­cional entre os poderes da União;2. Defe­sa dos princí­pios do Esta­do de Dire­ito, da Con­sti­tu­ição de 88 e da preser­vação dos seus poderes constitucionais;3. Defe­sa de uma políti­ca inter­na e exter­na, que unifique o país na tran­sição climáti­ca, para uma potente políti­ca de pre­venção de catástro­fes e de redução das desigual­dades soci­ais e regionais;4. Com­pro­mis­so de não fir­mar alianças com setores de par­tidos ou par­tidos, da dire­i­ta autoritária e da extrema-dire­i­ta, ou de quais­quer orga­ni­za­ções par­tidárias que pro­pon­ham ditaduras de qual­quer natureza nos proces­sos eleitorais em cur­so no ano vin­douro. Estas novas frentes denun­cia­rão ten­ta­ti­vas golpis­tas, defend­erão a iden­ti­dade laica do Esta­do, defend­erão a profis­sion­al­iza­ção das Forças Armadas e seus pro­po­nentes envi­darão esforços des­de ago­ra — autônomos, comuns ou asso­ci­a­dos em rede — para pro­por­cionar múlti­plas man­i­fes­tações e novos man­i­festos pau­ta­dos pelos obje­tivos ora con­cer­ta­dos.

Maria Helena Diniz lança “Estado Atual do Biodireito”, pela JusPodium Editora

Maria Helena Diniz lança “Estado Atual do Biodireito”, pela JusPodium Editora

A Jurista Maria Hele­na Diniz, Pro­fes­so­ra Tit­u­lar da Pon­tif­í­cia Uni­ver­si­dade Católi­ca de São Paulo e Acadêmi­ca Tit­u­lar da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, lançou, no iní­cio deste ano de 2025, impor­tante pub­li­cação sobre um dos temas mais atu­ais da ciên­cia e da práti­ca jurídicas.

Tra­ta-se do livro Esta­do Atu­al do Biodi­re­ito: questões polêmi­cas éti­co-jurídi­cas, pub­li­ca­do pela edi­to­ra Jus­Podi­um, de São Paulo.

Segun­do a jus­civilista brasileira, respon­sáv­el pela for­mação de inúmeras ger­ações de juris­tas, recon­heci­da inter­na­cional­mente, sua pre­ocu­pação, ao realizar exten­sa pesquisa e redi­gir seu mais novo livro, esteve em atu­alizar a reflexão jurídi­ca em face dos notáveis avanços tec­nológi­cos nos cam­pos da med­i­c­i­na e da saúde, ten­do em vista o risco para o futuro da humanidade e para o meio ambi­ente: “a biolo­gia mol­e­c­u­lar e a engen­haria genéti­ca e as novas práti­cas bio­médi­cas resul­tantes do desco­bri­men­to do DNA recom­bi­nante con­te­ri­am, em si, poderes de cri­ação e destru­ição da vida e da natureza, dan­do ense­jo à explo­ração econômi­ca, ante o irre­sistív­el fascínio de desven­dar os mis­térios que desafi­am a argú­cia da ciên­cia, e à imposição de uma perigosa e injus­ti­fi­ca­da autori­dade cien­tí­fi­ca, que podem ger­ar resul­ta­dos esteti­ca­mente desas­trosos e prob­le­mas éti­co-jurídi­cos volta­dos à vida, à morte, ao paciente ter­mi­nal, à sex­u­al­i­dade, à iden­ti­dade de gênero, à repro­dução humana, às tec­nolo­gias con­cep­ti­vas, à pater­nidade, à mater­nidade, à fil­i­ação, ao patrimônio genéti­co, à cor­reção de defeitos físi­cos e hered­itários, ao uso de mate­r­i­al embri­onário em pesquisas, à euge­nia, às exper­iên­cias far­ma­cológ­i­cas e clíni­cas com seres humanos, ao equi­líbrio do meio ambi­ente, à cri­ação de seres trans­gêni­cos, à clon­agem, ao trans­plante de órgãos e teci­dos humanos, à trans­fusão de sangue, ao mapea­men­to sequen­cial do geno­ma humano, ao paten­tea­men­to da vida, à mudança de sexo, etc.” 

Como resul­ta­do de seu tra­bal­ho teóri­co, a auto­ra, com base em lev­an­ta­men­to exaus­ti­vo de infor­mações, sub­meti­das a coer­ente juí­zo éti­co e exis­ten­cial, apre­sen­ta um feixe de reflexões de ordem epis­te­mológ­i­ca a respeito dos “prob­le­mas polêmi­cos bioéti­cos e bio­jurídi­cos, como sug­estões de lege fer­en­da, com a esper­ança de que os cam­in­hos apon­ta­dos pos­sam, em mel­hores mãos, mudar os des­ti­nos do mun­do, medi­ante uma reg­u­la­men­tação jurídi­ca mais especí­fi­ca, um Códi­go Nacional de Bioéti­ca ou, até mes­mo, emen­das con­sti­tu­cionais para que se ten­ha uma real­i­dade social mais jus­ta e mais humana.”

Para o Pres­i­dente da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, Alfre­do Attié, “a riqueza de con­teú­do filosó­fi­co-jurídi­co e de análise de questões jurídi­cas conc­re­tas faz da obra não ape­nas viva­mente recomendáv­el para os que mane­jam o dire­ito e a políti­ca, como impre­scindív­el em sua inserção no cur­so de con­sti­tu­ição do proces­so civ­i­lizador do dire­ito.”

A Acad­e­mia Paulista de Dire­ito cumpri­men­ta a auto­ra pelo lança­men­to da obra, mais uma con­tribuição fun­da­men­tal trazi­da pelo empen­ho con­stante da Pro­fes­so­ra Maria Hele­na Diniz em con­tribuir para o bem comum de maneira qual­i­fi­ca­da e didática.

 

Djair Rotta entrevista Alfredo Attié, para o Jornal Meio Dia

Djair Rotta entrevista Alfredo Attié, para o Jornal Meio Dia

Em Moco­ca, no inte­ri­or do Esta­do de São Paulo, após palestra na Ordem dos Advo­ga­dos do Brasil, Seção de São Paiu­lo, na sub­secção local, a con­vite do Dr. Leonar­do Bel­lot­ti, o Pres­i­dente da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito foi rece­bido pelo Dr. Djair Rot­ta, em seu escritório e em seu estú­dio, para par­tic­i­par do Jor­nal Meio Dia, na entre­vista que pode ser acom­pan­ha­da a seguir.

Jor­nal Meio Dia Entre­vista o Dr. Alfre­do Attié

Alfre­do Attié é jurista, filó­so­fo e escritor. Doutor em Filosofia da Uni­ver­si­dade de São Paulo, onde estu­dou Dire­ito (FD.USP) e História (FFLCH.USP). É Pres­i­dente da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito e Tit­u­lar da Cát­e­dra San Tia­go Dan­tas, na qual sucede a Gof­fre­do da Sil­va Telles Jr. Con­sel­heiro (do Con­sel­ho Supe­ri­or) da Fun­dação Esco­la de Soci­olo­gia e Políti­ca de São Paulo — FESPSP. Autor dos livros:

Dire­ito e Econo­mia: Pon­to e Con­trapon­to Civ­i­liza­tórios (no pre­lo, São Paulo: Tirant, 2025);

-Dire­ito Con­sti­tu­cional e Dire­itos Con­sti­tu­cionais Com­para­dos (São Paulo: Tirant, 2023);

O Brasil em Tem­po Acel­er­a­do: Políti­ca e Dire­ito (São Paulo: Tirant, 2021),

Towards Inter­na­tion­al Law of Democ­ra­cy (Valên­cia: Tirant Lo Blanch, 2022);

A Recon­strução do Dire­ito: Existên­cia. Liber­dade, Diver­si­dade (Por­to Ale­gre: Fab­ris, 2003) — pub­li­cação de estu­do pio­neiro (Sobre a Alteri­dade: Para uma Críti­ca da Antropolo­gia do Dire­ito, São Paulo: USP, 1987), a respeito do tema da alteri­dade e de críti­ca à antropolo­gia do dire­ito e sobre a con­strução e a per­manên­cia do colo­nial­is­mo, da dis­crim­i­nação e do preconceito;

Mon­tesquieu (Lis­boa: Chi­a­do, 2018) — estu­do tam­bém pio­neiro (Tópi­ca das Paixões e Esti­lo Moral­iste, São Paulo: USP, 2000) sobre a vin­cu­lação de esti­lo e pro­je­to políti­co, no sécu­lo das Rev­oluções e do nasci­men­to e críti­ca do Constitucionalismo;

África Con­sti­tu­inte: Con­sti­tu­ições Africanas (no pre­lo, São Paulo: Tirant, 2025)

É mestre em Filosofia e Teo­ria do Dire­ito pela FD.USP. É mestre em Dire­ito Com­para­do pela Cum­ber­land School of Law, Sam­ford Uni­ver­si­ty. Foi Procu­rador do Esta­do de São Paulo, Advo­ga­do, e Juiz de Dire­ito. Exerce a função de Desem­bar­gador no Tri­bunal de Justiça paulista. É mem­bro de insti­tu­ições inter­na­cionais voltadas ao aper­feiçoa­men­to do dire­ito e da justiça e da real­iza­ção dos dire­itos humanos e da defe­sa da natureza e das águas, do patrimônio mate­r­i­al e ima­te­r­i­al históri­co, social, ambi­en­tal e cul­tur­al, e dos povos. Edi­tor da POLIFONIA Revista Inter­na­cional da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito (CAPES/QUALIS A3). Mem­bro do Con­sel­ho Edi­to­r­i­al de várias Revis­tas, no Brasil e no Exte­ri­or. Estu­dou, pesquisou, deu aulas e con­fer­ên­cias e pub­li­cou arti­gos e tex­tos de aulas e estu­dos no Brasil e no exte­ri­or: nas Améri­c­as — Argenti­na, Méx­i­co, Esta­dos Unidos — na Europa — Por­tu­gal, Espan­ha, França, Ale­man­ha, Itália — no Sud­este Asiáti­co — Tailân­dia, Indonésia — na África — Nigéria, Ango­la. Site: http://apd.org.br e‑mail: aattiejr@gmail.com Face­book: https://www.facebook.com/alfredo.attie Insta­gram: alfredo.attie.  Linkedin: https://www.linkedin.com/in/alfredo-attié X (twit­ter): @alfredo.attie.