Ele apenas está presidente dos Estados Unidos, não é dono do mundo
Crônica de Matilde Ribeiro, publicada no Jornal “O POVO”, Ceará, 31 de janeiro de 2025
O presidente Lula, mesmo acompanhando todas as atrocidades de Trump, assumindo a posição de Estadista, anuncia disponibilidade de um convívio sereno com o Governo dos EUA, pelo bem da humanidade
O ano começa, e temos que tirar de nossa frente alguns assombramentos, para que a antena gire para o bem da humanidade. Façamos valer a fé (que não pode faiar) e o propósito de que “a união faz a força”!
Vivenciamos os efeitos do furacão Donald Trump. Imaginem, um político que deveria estar cumprindo pena por “não cumprimento da lei”, assume a presidência dos EUA? A segunda gestão de Trump nos EUA, começa empoderada e gera um alerta geral ao mundo, pois agrega maioria no Executivo, nas duas casas legislativas e na Suprema Corte.
Durante a posse no dia 20 de janeiro de 2025, foram apresentadas 78 medidas. Várias delas violando a legislação, os princípios da Constituição; enfrentam compromissos internacionais e a ética; e perturbam a sociedade. Vamos a alguns exemplos:
* O rompimento com o Acordo de Paris levando a situação de não combate a crise climática que os EUA ajudaram a gerar. O governo brasileiro está analisando o que fazer diante dos prejuízos às ações e negociações sobre o clima, principalmente junto a Conferência do Clima (COP 30) que ocorrerá este ano em Belém do Pará.
* A saída da Organização Mundial da Saúde afetará o planeta, pois a OMS atua no monitoramento de sistemas de saúde, detectando, prevenindo e respondendo a emergências, incluindo surtos. A OMS espera que o presidente reconsidere a decisão, visando o benefício da saúde e do bem-estar mundial.
* As deportações em massa foram anunciadas desde a campanha eleitoral, quando os migrantes foram demonizados como “selvagens”, “animais” ou “criminosos”, o que ameaça cerca de 11 milhões de pessoas vivem em situação irregular nos EUA. Após a posse, inúmeros “imigrantes ilegais” foram presos, e foi iniciada a deportação. Os imigrantes brasileiros também foram alvo desde processo e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) denunciou o tratamento desumano, considerando‑o como degradante.
O presidente Lula, mesmo acompanhando todas estas atrocidades, assumindo a posição de Estadista, anuncia disponibilidade de um convívio sereno com o Governo dos EUA, pelo bem da humanidade. No entanto, o governo Trump alega em relação ao Brasil e a outros países que “Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Todos precisam de nós”.
Sei que tratar desses assuntos, como diria minha avó, é “cutucar onça com vara curta”. Mas, sejamos razoáveis… não dá pra bater palmas para Trump. Fiquemos em estado de alerta e em posição de defesa, pois o perigo está em cena!!!
O Departamento de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista — UNESP oferece a disciplina Economia Política Internacional: para a Governança Republicana e Justiça Mundializadas, cujas aulas serão ministradas todas as quintas-feiras, a partir do dia 13 de março de 2025, na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, no campus Franca.
Trata-se de curso de extrema atualidade, que questiona os rumos das relações, do direito e da sociedade internacional, hoje.
A partir de uma abordagem transdisciplinar, a construção da reflexão — a ser compartilhada e enriquecida com a participação de alunas e alunos dos cursos de graduação da importante Universidade brasileira — o curso parte da constatação da crise do direito, da economia e da política atual, seguindo pela crítica das ondas antirrepublicana e antidemocrática, procurando encontrar caminhos de recuperação ou de reinvenção da democracia e da república, a partir do ambiente internacional e do difícil concerto dos Estados e da imprescindível contribuição dos povos, em perspectiva inclusiva e ampliada.
A partir do exame crítico de uma bibliografia atual, alguns dos objetivos da disciplina são: abordar o pensamento e a análise econômica contemporânea da EPI na busca pela sua transdisciplinaridade, à vista das questões mais presentes que se formam no ambiente internacional, à luz da questão de sua Governabilidade. Bem como, a maneira pela qual está reconstrói seu Objeto de Conhecimento e suas propostas de intervenções, nesses termos, na forma de Políticas Internacionais de natureza estatal e públicas; examinar as contribuições daí decorrentes para a compreensão das relações que se estabelecem entre Economia Nacionais e Internacional, Sistemas Políticos e de Justiça, Sociedades e Estados e as contradições e os conflitos daí decorrentes; e estimular a produção pelos estudantes de exercícios e práticas de análise em economia política internacional, referenciando‑a a atual situação do debate em ciências sociais, humanas e ciências políticas.
Os Professores serão:
Alberio Neves Filho, Diretor e Docente do Departamento de Relações Internacionais da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNESP, sociólogo pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo — FESPSP, Mestre em Teoria Econômica e Doutor em Ciência Política e Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo — PUC.SP. Faz pesquisa, ensino e extensão na área de Economia Política e Economia Política Internacional. Nessa área explora os temas nucleares e associados ao desenvolvimento e reprodução do capitalismo, em suas diversas camadas, que implica desde as tematizações e investigações em teorias macroeconômicas; em suas formas secundárias e periféricas de reprodução capitalista; naquilo que se convencionou em estudos de reprodução social dos diversos tipos de propriedades do período mais recente em que nos encontramos na história econômica, conjugados às questões de gênero, raça e classes sociais. Atualmente, dedica-se a investigações sobre a reprodução do capital às atuais formas das lutas políticas e de classes; examina as inovações tecnológicas sob domínio da sociabilidade financeira e do capital produtor de juros. . Fez estudos em doutorado no IE.UNICAMP e aborda questões em dinâmicas das Inovações tecnológicas e das Instituições. É um ativista em questões raciais, de gêneros e ambientais, com ações vigorosas no sentido da superação das diversas formas de racismo, preconceitos e desigualdades sócio-econômicas e políticas. No momento prepara trabalhos sobre Governabilidade Republicana; Estudos em trabalho precarizados e uma revisão sobre a permanência do racismo na transição para a modernidade;
Renan Rosolem Machado, Advogado formado pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNESP, Assistente de Pesquisa I na Fundação José Luiz Egydio Setubal, Pesquisador da Rede All 4 Food — A4F. Mestrando em Gestão e Inovação na Indústria Animal pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo — FZEA.USP.
Alfredo Attié, jurista, filósofo e escritor, Doutor em Filosofia da Universidade de São Paulo, onde estudou Direito (FD.USP) e História (FFLCH.USP). É Presidente da Academia Paulista de Direito e Titular da Cátedra San Tiago Dantas, na qual sucede a Goffredo da Silva Telles Jr. Conselheiro da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Autor dos livros: Direito e Economia: Ponto e Contraponto Civilizacionais (no prelo, São Paulo: Tirant, 2025); África Constituinte (no prelo, São Paulo: Tirant, 2025); Direito Constitucional e Direitos Constitucionais Comparados (São Paulo: Tirant, 2023); O Brasil em Tempo Acelerado: Política e Direito (São Paulo: Tirant, 2021), Towards International Law of Democracy (Valência: Tirant Lo Blanch, 2022); A Reconstrução do Direito: Existência. Liberdade, Diversidade (Porto Alegre: Fabris, 2003) — publicação de estudo pioneiro (Sobre a Alteridade: Para uma Crítica da Antropologia do Direito, São Paulo: USP, 1987), a respeito do tema da alteridade e de crítica à antropologia do direito e sobre a construção e a permanência do colonialismo, da discriminação e do preconceito; e Montesquieu (Lisboa: Chiado, 2018) — estudo também pioneiro (Tópica das Paixões e Estilo Moraliste, São Paulo: USP, 2000) sobre a vinculação de estilo e projeto político, no século das Revoluções e do nascimento e crítica do Constitucionalismo, também é mestre em Filosofia e Teoria do Direito pela FD.USP e em Direito Comparado pela Cumberland School of Law, foi Procurador do Estado de São Paulo e Advogado, e Juiz de Direito, exerce a função de desembargador no tribunal de justiça paulista e é membro de instituições internacionais voltadas ao aperfeiçoamento do direito e da justiça e da realização dos direitos humanos e da defesa da natureza e das águas, do patrimônio material e imaterial histórico, social, ambiental e cultural, e dos povos.
Em iniciativa da Deputada Federal Luiza Erundina, com o apoio da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo — PUC.SP, e de seu Escritório-Modelo Dom Paulo Evaristo Arns, será lançado, na próxima sexta-feira, dia 14 de março de 2025, na própria PUC.SP, rua Monte Alegre, 984, sala 333, às 19 horas, o Manifesto “Sementes da Esperança”.
Luiza Erundina, responsável pela concepção e redação do Manifesto, afirma que se trata de “um chamado à ação política coletiva, convidando indivíduos e grupos a se organizarem localmente para enfrentar desafios sociais, políticos e econômicos”.
Luiza, que é Deputada Federal (reeleita sete vezes), Assistente Social, formada pela Universidade Federal da Paraíba, pós-graduada pela Fundação Escola de Sociologia Política de São Paulo — FESPSP, Professora e líder política brasileira, foi Secretária Municipal de Educação e Cultura de Campina Grande, Deputada Estadual do Estado de São Paulo, Ministra de Estado da Administração Federal, e Prefeita de São Paulo, Cidade da qual foi, também, Vereadora.
A ideia é formar uma rede de Núcleos de Base, autônomos, auto-organizados, multipartidários e plurais, “para amparar nossos sonhos.” Sementes lançadas para reavivar os desejos de participação política e social, de justiça, em compromisso com a vida, para transformar a sociedade. Sementes que sejam inspiração e estrutura, com o poder do “agir em comum”.
A Academia Paulista de Direito,- APD, a Cadeira San Tiago Dantas e seus ACADEMIA PESQUISA — Centros, Institutos e Núcleos de estudo, pesquisa e participação da sociedade —, cumprimentando Luiza Erundina por mais essa sua iniciativa pelo bem comum e pela vida feliz, apoia o Manifesto.
Para Alfredo Attié, Presidente da APD, o “documento refere o que é mais legítimo na vida democrática, além de dar substância e vida ao desejo do povo brasileiro, expresso em sua Constituição, e dos povos do mundo, expresso nas Declarações, Tratados e Convenções Internacionais e Regionais de Direitos Humanos, de realizar a construção de um modo de coexistência mais justo, voltado para o bem viver, tema trazido ao debate mundial pela contribuição dos povos latino-americanos, sobretudo pelo pensamento e pelas práticas dos povos originários e afrodescendentes. Convida à concretização da democracia participativa e atuante.”
Para Tarso Genro, do Instituto Novos Paradigmas — INP, que foi Ministro de Estado da Justiça e da Educação, Governador do Rio Grande do Sul e Prefeito de Porto Alegre, é uma “belíssima iniciativa e recebe meu total apoio. Erundina é luz política da Democracia e referência moral da República!”
José Machado, do Instituto Piracicabano de Estudos e Defesa da Democracia — IPEDD, que foi Prefeito de Piracicaba, Deputado Federal e Deputado Estadual de São Paulo, apoia essa “iniciativa importante, de resgate do fazer política pela base.”
Leia a íntegra do importante documento, a seguir:
“SEMENTES DA ESPERANÇA Núcleos de Base pelo reencantamento do mundo
“O desânimo é conservador, a Esperança é revolucionária!” Luiza Erundina
O desânimo ronda como um cão sem dono, mas a esperança — essa sim — é revolucionária e sempre brota como semente. Não sementes dormentes, mas sementes teimosas que costuram a vida como quem tece um tapete de flores, um manto de cores que há de cobrir o mundo de esperança.
Esse momento há de vir! Está brotando e já avistamos no horizonte. Nossas sementes são aquelas que não se rendem, sementes que querem revolucionar a sociedade para todo mundo. Para brotar, sonhar é o primeiro ato da transformação, por isso espalhamos as Sementes da Esperança.
Semeamos como quem tece e fia histórias e nosso ato de semear começa por regar milhares de Núcleos de Base por todo o Brasil. Não importa a quantidade de pessoas por Núcleo (Sementes), importam os corações batendo juntos, as vidas milhares, centenas de milhares, milhões.…Não queremos poder, semeamos potência, essa força que só aumenta quando compartilhada. Pela potência que brota do chão iremos transformar o Brasil e o mundo. Essa é a nossa esperança.
Uma rede de Núcleos de Base, autônomos, auto-organizados, multipartidários e plurais para amparar nossos sonhos. Uma imensa plantação para todas as pessoas que carregam desejo de justiça, compromisso com a vida e vontade de transformar a sociedade. Não importa a filiação partidária, religião, trajetória, importa o compromisso com a dignidade humana e a emancipação social. Uma teia dos muitos, dos imprescindíveis, daqueles que lutam por toda a vida e não se cansam de sonhar e semear mudança. Núcleos de Base como força do agir em comum.
Núcleos de Base na quantidade que for possível. Não importa o número, importa o laço, os encontros reais. Assim serão os Núcleos a surgir. A cada Núcleo de Base uma semente que brota, assim a nossa plantação vai crescer, se espalhar, expandir, com humildade, mas com a força de quem sabe que a mudança começa do chão, nos pequenos gestos, nas pequenas ações coletivas, na semeadura de mão em mão.
A cada grupo de pessoas que assim desejarem nascerá um Núcleo; que comecem, com três, cinco, oito, treze, vinte e um… Onde houver muito mais gente, que se crie mais Núcleos, com isso preserva-se a proximidade, o afeto, os vínculos, a cercania da ação comum; e que depois se encontrem com os demais Núcleos. Importante e necessário é ser presencial; grupos de WhatsApp, redes sociais, reuniões por videoconferência, podem auxiliar, mas nada substitui o encontro “olho no olho”, “mão com mão”. Vínculos são fortes quando se compartilha vida real, só assim os sonhos se tornam realidade.
Cada Núcleo decide suas pautas, suas ações, suas prioridades. Pode ser a criação de hortas urbanas, luta por moradia digna, comércio de vizinhança, defesa da educação e participação em conselhos escolares, economia solidária, bancos comunitários e comércio justo, luta na fábrica, nos locais de trabalho, participação em conselhos locais, pontos de cultura, escolas. O imperioso é estar onde a vida pulsa, onde o chão sustenta passos e sonhos.
Um encontro presencial por mês é o mínimo para fortalecer os vínculos e a luta. Se possível, mais encontros por mês, incluindo tempo para a festa e a alegria; afinal, uma revolução em que as pessoas não possam dançar não é uma revolução da esperança. Nada de grupos fluidos e sim semeadura coletiva de um Brasil que se ergue de sulcos e cicatrizes do chão, dos territórios. Dessa semeadura coletiva iremos plantar onde a vida é crua. Os Núcleos irão juntar corações que pulsam e se encontram no corpo vivo da luta, de seus sopros nos territórios ascenderão faíscas a iluminar caminhos no labirinto do tempo atual.
Somos mãos que se unem pela base, sem sectarismo, falando a língua do povo junto com o povo. Somos o povo! Do barro erguemos alicerces, da dor brotamos coragem. A espera acabou! Sementes da Esperança a fazerem brotar um Brasil que não desiste.”
A POLIFONIARevista Internacional da Academia Paulista de Direitocompleta sete anos, com a edição de seu número 14 (Primavera/Verão 2024).
Com a avaliação Qualis/Capes A3, a POLIFONIA faz-se cada vez mais meio de formação, comunicação, difusão e debate do que de melhor se produz em humanidades em constante diálogo crítico com o direito e a justiça.
Na seção Memória, a Revista traz a reprodução de discurso de Juscelino Kubitschek, proferido no Senado Federal, em 1961.
Neste ano de 2025, teremos, além dos dois números semestrais, mais uma edição especial, correspondente ao encontro havido no Supremo Tribunal de Justiça de Portugal, por ocasião de seu aniversário.
A chamada para a contribuição de artigos para os interessados no Brasil e no exterior permanece aberta, podendo ser consultadas, também, suas Normas Editoriais.
Cid Flaquer Scartezzini foi ministro do antigo Tribunal Federal de Recursos, nomeado por João Batista Figueiredo, de 1981 a 1988, e, quando da extinção desse tribunal e ad criação do Superior Tribunal de Justiça, passou a exercer a judicatura na nova corte brasileira, de 1988 até 1999.
Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, foi professor no ensino secundário, tendo exercido o magistério, também, nas Faculdades Metropolitanas Unidas e no Instituto de Ensino Superior Senador Flaquer, em Santo André.
Foi Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Santo André. Advogado, foi Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Santo André, na região do ABC paulista.
Ao se aposenta da magistratura, em 1999, foi sucedido por seu irmão Jorge Scartezzini.
Foi membro da Academia Paulista de Direito, da Academia Brasileira de Direito Criminal e da Sociedad Venezuelana de Derecho Penal y Criminologia.
A Academia Paulista de Direito presta homenagem ao ilustre magistrado brasileiro
O Presidente da Academia Paulista de Direito, Alfredo Attié, esteve em visita à Câmara de Vereadores da Estância Turística de Salto.
Recebido pelo historiador Chell Oliveira, Vereador Primeiro Secretário, pela professora e Vereadora Luzia Vidal, e pelo advogado e Assessor da Presidência, Nilson S. Santos, que representava o Vereador Presidente, Attié conversou com Vereadores, Assessores Jurídicos e funcionários do Poder Legislativo saltense, ainda tendo-se encontrado com a advogada Carolina Reni e com o advogado Giovanni Carvalho.
Na pauta, diálogos sobre a Cidade, com destaque para o período em que Attié atuou como juiz na Comarca, e as transformações que realizou no relacionamento entre Judiciário e sociedade civil e movimentos sociais. Falaram sobre a criação do Setor de Assessoria e Orientação Jurídica e Social — SAOJUS, dos trabalhos que realizou, na organização participativa do povo, além do Instituto de Estudos Vale do Tietê — INEVAT, e das questões ambientais relativas, sobretudo, aos recursos hídricos.
A seguir, acompanhado de Chell Oliveira e de Giovanni Carvalho, Attié visitou as dependências do Fórum e do imóvel que havia sido destinado, por Lei Municipal, cujo anteprojeto foi redigido por Attié, para o SAOJUS e os Juizados Especiais da Comarca, que, até então, correspondia, em decorrência de decreto municipal, a residência de juízes.
Attié pode conhecer o importante trabalho realizado pelo Vereador Chell, na representação dos munícipes, especialmente dos territórios mais vulneráveis. Chell tem realizado importante recuperação histórica das Biografias Afrosaltenses.
Em importante artigo, o Miguel Reale Jr., Acadêmico Emérito da Academia Paulista de Direito e Professor Titular da Universidade de São Paulo, aponta o rompimento dos Estados Unidos com a Lei contra Práticas Corruptas no Exterior por empresas norte-americanas. Em nome da competição a qualquer custo, o atual Presidente Donald Trump determinou a suspensão da aplicação do FCP Act.
Leia o artigo a seguir.
AMÉRICA CORRUPTA AGAIN
Miguel Reale Jr
Após o escândalo de Watergate, o Congresso americano decidiu enfrentar o tema sabido da corrupção — de agentes políticos ou administrativos no exterior — como forma de obter ou manter negócios.
Lembra Mike Koehler (The story of FCPA Act) que a Gulf Oil fez contribuições para a campanha política do Presidente da República da Coreia; Northrop realizou pagamentos a general da Arábia Saudita; a Exxon e a Mobil Oil deram dinheiro a partidos políticos italianos. Por fim, Lockheed fez pagamentos ao primeiro-ministro japonês Tanaka e ao príncipe Bernhard, Inspetor Geral das Forças Armadas holandesas e marido da Rainha Juliana dos Países Baixos. Os pagamentos foram feitos para ganhar vantagens, especialmente na obtenção ou manutenção de contratos governamentais ou para influenciar qualquer ato ou decisão de funcionário estrangeiro.
De 1975 a 1977, foram realizadas audiências, no Senado, acerca da edição de lei incriminando a corrupção de autoridades estrangeiras. D. J. Haughton, presidente do Conselho da Lockheed Aircraft Corporation, depondo no Senado, disse: “parecia ser necessário efetuar tais pagamentos para competir com sucesso em muitas partes do mundo, sob pena de perda de competitividade”.
Como bem ressaltam Lee C. Buchheit e Ralph Reisner (Why Has the FCPA Prospered?), o Congresso sabia que a proibição do suborno colocaria empresas dos EUA em desvantagem competitiva com os seus homólogos estrangeiros, mas prevaleceu a busca do objetivo maior de promover relações internacionais transparentes.
Empresários também observaram que a proibição de pagamentos a funcionários de governo estrangeiro auxiliaria as empresas a resistir às exigências de suborno em muitos países.
O Senador Frank Church, presidente da Comissão encarregada de estudo da proibição de suborno, de forma exata disse: “Há um amplo consenso de que o pagamento de subornos para influenciar decisões de negócios corrói a livre iniciativa. O suborno provoca um curto-circuito no mercado. Onde os subornos são pagos, não prevalece o produtor mais eficiente, mas o mais corrupto”.
O senador Proxmire, por sua vez, destacou que com o suborno se tem custo mais elevado por produto de qualidade inferior. Para o senador Williams, há com o suborno uma interferência prejudicial ao País, pois mancha sua imagem e a dos empresários norte-americanos, minando objetivos importantes da política externa.
Para o presidente Ford, a prevenção e repressão ao suborno de autoridades estrangeiras permitiriam que os Estados Unidos dessem exemplo vigoroso ao comércio, a parceiros e a concorrentes, quanto à necessidade imperiosa de se acabar com práticas ilícitas na obtenção de negócios. Assim, era necessário que disposições antissuborno, como do FCPA, fossem aplicadas a cidadãos e corporações dos EUA, bem como a empresas estrangeiras cujos títulos estejam listados em bolsa dos EUA.
Ao ver do presidente Carter, o suborno é eticamente repugnante e competitivamente desnecessário, além de minar a integridade dos governos. Assim, o FCPA Act (Lei de Práticas Corruptas no Exterior), editada em novembro de 1997, exige, como prevenção, que se mantenham livros e registros precisos, bem como rigorosos controles contábeis, cominando à corrupção sanções civis aplicáveis pela SEC – Comissão de Valores Imobiliários - e criminais pelo DOJ - Departamento de Justiça.
O FCPA influenciou organismos internacionais, que assumiram a mesma orientação, gerando normativas de repressão ao suborno de autoridades estrangeiras, tais como: a Organização para a Economia Cooperação e Desenvolvimento (OCDE); Banco Mundial; FMI. Houve desde 1997 investigações e punições de graves atos de corrupção, inclusive relativos ao Brasil.
Todavia, nos primeiros dias de mandato, Donald Trump ordenou ao Departamento de Justiça suspender a aplicação da lei antissuborno – o FCPA — com a seguinte desculpa: “Isso significará muito mais negócios para a América”; “Parece bom no papel, mas na [prática] é um desastre”; “Isso significa que, se um americano vai a um país estrangeiro e começa a fazer negócios lá legal, legitimamente ou de outra forma, é quase uma garantia de investigação, indiciamento e ninguém quer fazer negócios com os americanos por causa disso”.
Para funcionário da Casa Branca, a “segurança nacional do país depende de a América e suas empresas obterem vantagens comerciais estratégicas ao redor do mundo”. O funcionário acrescentou: “O presidente Trump está interrompendo a aplicação excessiva e imprevisível da FCPA que torna as empresas americanas menos competitivas.”
No momento em que a luta contra a corrupção em favor da integridade alcança âmbito mundial, com a implementação dos fatores ESG (Environmental, Social, Governance) lançados pelo então Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, por via do Pacto Global, Trump despreza os argumentos tão incisivamente trazidos na discussão do FCPA Act, contra a permissão da desonestidade para ganho competitivo, e agora visa a consagrar a ilicitude, que trará negócios para a América. Grana acima de tudo.”
Atendendo a convite da economista Ceci Juruá, coordenadora do Instituto Censo Furtado, vinculado à Cátedra San Tiago Dantas da Academia Paulista de Direito, o Presidente da Academia Paulista de Direito, Alfredo Attié Titular da Cátedra San Tiago Dantas, falará no Clube de Engenharia, np Rio de Janeiro, em data a ser anunciada em breve, sobre o tema “Desenvolvimento ou Processo Civilizatório? Entre o Mito e a Abertura para o Futuro”, que corresponde a um dos capítulos de seu último livro, a sair, neste ano, pela Editora Tirant, “Direito e Economia: Ponto e Contraponto Civilizatórios”.
O evento dará início à programação anual do Instituto Celso Furtado.
Alfredo Attié é jurista, filósofo e escritor, Doutor em Filosofia da Universidade de São Paulo, onde estudou Direito (FD.USP) e História (FFLCH.USP). É Presidente da Academia Paulista de Direito e Titular da Cátedra San Tiago Dantas, na qual sucede a Goffredo da Silva Telles Jr. Conselheiro da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Autor dos livros: Direito e Economia: Ponto e Contraponto Civilizacionais (no prelo, São Paulo: Tirant, 2025); África Constituinte (no prelo, São Paulo: Tirant, 2025); Direito Constitucional e Direitos Constitucionais Comparados (São Paulo: Tirant, 2023); O Brasil em Tempo Acelerado: Política e Direito (São Paulo: Tirant, 2021), Towards International Law of Democracy (Valência: Tirant Lo Blanch, 2022); A Reconstrução do Direito: Existência. Liberdade, Diversidade (Porto Alegre: Fabris, 2003) — publicação de estudo pioneiro (Sobre a Alteridade: Para uma Crítica da Antropologia do Direito, São Paulo: USP, 1987), a respeito do tema da alteridade e de crítica à antropologia do direito e sobre a construção e a permanência do colonialismo, da discriminação e do preconceito; e Montesquieu (Lisboa: Chiado, 2018) — estudo também pioneiro (Tópica das Paixões e Estilo Moraliste, São Paulo: USP, 2000) sobre a vinculação de estilo e projeto político, no século das Revoluções e do nascimento e crítica do Constitucionalismo, também é mestre em Filosofia e Teoria do Direito pela FD.USP e em Direito Comparado pela Cumberland School of Law, foi Procurador do Estado de São Paulo e Advogado, e Juiz de Direito, exerce a função de desembargador no tribunal de justiça paulista e é membro de instituições internacionais voltadas a ao aperfeiçoamento do direito e da justiça e da realização dos direitos humanos e da defesa da natureza e das águas, do patrimônio material e imaterial histórico, social, ambiental e cultural, e dos povos.
A Academia Paulista de Direito faz publicar, pela importância de seu conteúdo e do evento de homenagem, realizado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e sua Faculdade de Direito, ao Ministro do Supremo Tribunal Federal e jurista Edson Fachin, em São Paulo, no mês de março de 2024.
O Discurso foi proferido pelo Professor Livre-Docente da PUC.SP, Acadêmico Titular da Academia Paulista de Direito, da qual foi Presidente, Rogério Donnini.
A cerimônia correspondeu à entrega do Colar de Emérito Acadêmico da Faculdade de Direito da PUC.SP ao Professor Fachin, que, em seu discurso de agradecimento, exaltou a importância do Estado Democrático de Direito: “apanho também um laço, agora entre constituição e soberania, para projetar luz no que entendo que se encontra em tessitura no espaço da disputabilidade de sentidos neste século 21, ou seja, no estado de direitos humanos e fundamentais que redesenha a noção de soberania, fazendo manifestar-se a sociedade transterritorializada. É a Constituição que cria as instituições destinadas a concretizar os direitos humanos e fundamentais, que partilha o poder para evitar o arbítrio e que descentraliza para que tais direitos possam chegar aos rincões em que vivem brasileiras e brasileiros. É a constituição que normatiza os princípios que conduzem ao adequado funcionamento das instituições, garantindo com força vinculante e obrigatória o tratamento não discriminatório, o fundamento das terras e dos direitos indígenas, o direito a educação, a seguridade social, a autonomia universitária, o direito a vida e a segurança, a sociedade livre da violência, a saúde e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, a liberdade religiosa, o direito a propriedade e a redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.”
Coube ao Professor Vidal Serrano, então Diretor da Faculdade de Direito, e atual Reitor da PUC.SP, Acadêmico Titular da Academia Paulista de Direito, proceder à entrega do Colar de Mérito ao Ministro Fachin..
Dentre tantas autoridades e diante do auditório lotado, esteve presente a esposa do homenageado, Rosana Amara Girardi Fachin, desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Leia o discurso de Donnini, a seguir.
“Magnífica vice-reitora, Doutora Ângela Lessa, Excelentíssimo Diretor da nossa tradicional Faculdade Paulista de Direito da PUC-SP, Professor Vidal Serrano, Excelentíssimo Ministro Edson Fachin, autoridades aqui presentes, ilustres colegas, meus professores, colegas atualmente, meus queridos alunos, minhas senhoras e meus senhores, a quem cumprimento na pessoa da Doutora Rosana Fachin, que nos honra com a presença.
Eu vou ser breve, aliás o nosso diretor me pediu absoluta brevidade e eu me lembro da máxima vita brevis ars longa, ou seja, a arte é longa e a vida breve, mas nesse mundo instantâneo em que vivemos, brevidade não seria a palavra mais adequada, pois nós devemos ser brevíssimos nos dias de hoje e eu aprendi a duras penas ser sucinto logo que me formei aqui nesta Faculdade. Atuava nessa época em todas as áreas do Direito e um cliente me procurou para que eu o defendesse, pois ele havia atropelado um transeunte bêbado à noite, que atravessava fora da faixa de pedestres e respondia a um processo-crime. Era um caso típico de absolvição, até porque se tratava de uma lesão corporal leve, mas o Ministério Público insistia na sua condenação. Eu o defendi e na audiência tinha vinte minutos para a apresentação das alegações finais. O juiz deu a entender que eu não precisava fazer aquela peroração, mas eu havia me preparado para tanto. Iniciei de maneira rápida, incessante, e já passava das 19h00. Depois de dez minutos falando, sem ponto, sem vírgula, o juiz, in verbis, disse o seguinte: “Doutor, por favor, venha aqui”. Eu fui e ele, um magistrado experiente, afirmou: “Se o doutor continuar falando, eu condeno o seu cliente”.
Gostaria, antes de tudo, cumprimentar a Faculdade de Direito por essa iniciativa, que é fundamental para alguém que não apenas merece esse tipo de homenagem, mas é um ícone do nosso Supremo Tribunal Federal.
Eu tive o privilégio de conhecer o nosso homenageado bem antes de ter sido ele alçado ao Pretório Excelso, participamos de Bancas de Doutorado, tivemos aqui na casa um grande amigo, que é também um ícone do direito, o saudoso Professor Arruda Alvim, um símbolo do direito de todos os tempos, tamanha a sua magnitude. Tivemos também a oportunidade de homenagear um ilustre professor aqui da casa, em duas obras que escrevemos em conjunto, o professor Rui Geraldo Camargo Viana. Enfim, desfrutei do conhecimento do nosso homenageado, trocamos livros, o que eu enviei a ele não tinha o mesmo brilho, óbvio, mas ele fez uma dedicatória que me emocionou bastante à época.
É importante frisar que atualmente alguns dos nossos magistrados, incluindo, em especial, aqueles dos Tribunais Superiores, têm alterado o seu comportamento nos últimos tempos. Eu me lembro aqui das aulas de Mestrado e de Doutorado, de um jurista, Johan Huizinga, que escreveu em 1938 a obra Homo ludens, isto é, o homem lúdico, aquele que, nos dias de hoje, é afeito às câmeras, às entrevistas, o homem que aparece na mídia, o homem social. Esse homo ludens aparece numa terceira fase do comportamento humano. A primeira é a do homo faber, o construtor; a segunda, do animal laborans, aquele que trabalha e vive em uma sociedade de massa, de consumo; e a terceira fase (homo ludens) é daquele que realiza, na realidade, um espetáculo, é o ser humano espetáculo. E eu diria o seguinte, usando dessa mesma mesma linguagem, seria aquele magistratus ludens, que adora uma iluminação das câmeras e normalmente prejulga, o que leva a nossa democracia a um sério risco de desconfiança, o que é péssimo.
Diferentemente desse tipo de juiz, o nosso homenageado, Ministro Fachin, age da maneira mais adequada para um julgador, pois ele é discreto, age sempre com discrição, somado esse fato à sua invejável capacidade intelectual, que eu tive o privilégio e todos nós temos ao nos depararmos com seus votos, concordemos ou não, ele segue à risca o requisito máximo para ser um integrante do Supremo Tribunal Federal, flexibilizado em alguns casos ultimamente, que é o notável saber jurídico. Meu caro puquiano Fachin, esta casa tem orgulho de tê-lo na mais alta Corte do País. Muito obrigado.”
Denise Assis, jornalista do Portal 247, entrevista o historiador e estudioso do Brasil James Green, Professor da Duke University.
James Green, autor de importantes livros sobre o Brasil, fala sobre o impacto do retorno de Donald Trump ao poder, nos Estados Unidos, prevendo tempos sombrios.
A Carta em Defesa da Democracia e da República, articulada pelo INP — Instituto Novos Paradigmas, sob a liderança do jurista Tarso Genro, que foi Ministro da Justiça e da Educação, Governador do Rio Grande do Sul e Prefeito de Porto Alegre, conta com assinaturas de um amplo espectro político e com o apoio da Academia Paulista de Direito.
A nova proposta de movimento, chamada de Vamos em Frente, aproxima vearias organizações e movimentos da sociedade civil. Seu eixo central é estimular as forças democráticas e republicanas do país, a partir da sociedade civil, dirigindo-se a lideranças partidárias, líderes políticos, formadores de opinião, intelectuais e dirigentes selecionados dos movimentos sociais, para a formação de uma Nova Frente Política.
Seu sentido estratégico não é um acordo programático, mas tem duas direções: proclamar a necessidade de Frentes Eleitorais que poderão se formar, tanto no 1º como no 2º turno, para reduzir a capacidade da ultra-direita e da extrema-direita; e ampliar o diálogo social e política no campo democrático institucionalizado no país.
Esta e as demais cartas constituídas nesse movimento cívico têm entre seus objetivos reduzir drasticamente as influências dos setores fisiológicos e oligárquicos no Congresso Nacional; estabelecer compromissos políticos regionais e nacionais, em torno da defesa das instituições legitimas do Estado, formatadas na Constituição Federal de 88, bem como estimular formas diretas de participação da cidadania na gestão pública.
O principal instrumento desta articulação político-eleitoral é a publicação de cartas públicas regionais e nacionais, que proponham essa uma unidade política mínima.
Esta é uma primeira versão da primeira Carta que deverá ser enriquecida por contribuições e discussões que conseguir fomentar.
A Carta pode ser assinada mediante preenchimento de nome e e‑mail, neste link.
O documento ´´assinado por importantes lideranças políticas, entre as quais ex-Ministros dos governos democráticos de Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Leia a íntegra da Carta a seguir:
“Esta carta é dirigida a todos os que professam a democracia e defendem a paz e ordem republicana do Estado Social da Constituição de 1988. E é um manifesto em defesa do Brasil, como país soberano, do trabalho como valor fundamental, da construção da nação como comunidade de destino, do empreendedorismo inovador — em todos os níveis — baseado na inteligência cientifica universal. As guerras das grandes potências militares com seus interesses estratégicos estão transformando o planeta inteiro num catastrófico teatro de ações políticas e operações militares, que já ameaçam as condições naturais mínimas para a sobrevivência humana e a soberania das nações. As guerras, em geral, são propagadoras da barbárie e alimentadoras do autoritarismo e das ditaduras. Esta Carta propõe que aqui no Brasil, a partir da sociedade civil, propaguemos um amplo movimento cívico descentralizado, com iniciativas locais, regionais, nacional — idênticas ou análogas — para defender o futuro da democracia no país. A herança do governo anterior, com um déficit fiscal de 782 bilhões, desmanche de instituições e políticas públicas, negação retrógrada da inteligência científica universal, propagação da violência miliciana e o culto da morte — erigidos como política de Segurança Pública — também são um legado perverso do qual devemos defender o país. Afirmamos, primeiro, que a solução é mais democracia, não menos; e que isso só será possível com o suporte de um campo político unificado, capaz de mostrar diferenças: entre democracia e ditadura; entre frentes políticas eleitorais sem princípios e frentes eleitorais baseadas em princípios mínimos, tanto voltados para a restauração da dignidade da política, como da preservação dos Poderes da República. Esta Carta, portanto, propõe que seja possível estabelecer uma comunicação entre as múltiplas visões democráticas — nos Estados e na própria União — para buscar pontos de unidade em direção a novas Frentes políticas, com suas especificidades regionais, já no turno ou, alternativamente, no 2º turno das eleições de 2026, pautando-se pelos seguintes objetivos:1. Bloquear a influência no Congresso Nacional, de bancadas oligárquicas e fisiológicas, que se dedicam a extorquir, para proveito próprio, os orçamentos públicos, assim subvertendo a relação institucional entre os poderes da União;2. Defesa dos princípios do Estado de Direito, da Constituição de 88 e da preservação dos seus poderes constitucionais;3. Defesa de uma política interna e externa, que unifique o país na transição climática, para uma potente política de prevenção de catástrofes e de redução das desigualdades sociais e regionais;4. Compromisso de não firmar alianças com setores de partidos ou partidos, da direita autoritária e da extrema-direita, ou de quaisquer organizações partidárias que proponham ditaduras de qualquer natureza nos processos eleitorais em curso no ano vindouro. Estas novas frentes denunciarão tentativas golpistas, defenderão a identidade laica do Estado, defenderão a profissionalização das Forças Armadas e seus proponentes envidarão esforços desde agora — autônomos, comuns ou associados em rede — para proporcionar múltiplas manifestações e novos manifestos pautados pelos objetivos ora concertados.”
A Jurista Maria Helena Diniz, Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Acadêmica Titular da Academia Paulista de Direito, lançou, no início deste ano de 2025, importante publicação sobre um dos temas mais atuais da ciência e da prática jurídicas.
Trata-se do livro Estado Atual do Biodireito: questões polêmicas ético-jurídicas, publicado pela editora JusPodium, de São Paulo.
Segundo a juscivilista brasileira, responsável pela formação de inúmeras gerações de juristas, reconhecida internacionalmente, sua preocupação, ao realizar extensa pesquisa e redigir seu mais novo livro, esteve em atualizar a reflexão jurídica em face dos notáveis avanços tecnológicos nos campos da medicina e da saúde, tendo em vista o risco para o futuro da humanidade e para o meio ambiente: “a biologia molecular e a engenharia genética e as novas práticas biomédicas resultantes do descobrimento do DNA recombinante conteriam, em si, poderes de criação e destruição da vida e da natureza, dando ensejo à exploração econômica, ante o irresistível fascínio de desvendar os mistérios que desafiam a argúcia da ciência, e à imposição de uma perigosa e injustificada autoridade científica, que podem gerar resultados esteticamente desastrosos e problemas ético-jurídicos voltados à vida, à morte, ao paciente terminal, à sexualidade, à identidade de gênero, à reprodução humana, às tecnologias conceptivas, à paternidade, à maternidade, à filiação, ao patrimônio genético, à correção de defeitos físicos e hereditários, ao uso de material embrionário em pesquisas, à eugenia, às experiências farmacológicas e clínicas com seres humanos, ao equilíbrio do meio ambiente, à criação de seres transgênicos, à clonagem, ao transplante de órgãos e tecidos humanos, à transfusão de sangue, ao mapeamento sequencial do genoma humano, ao patenteamento da vida, à mudança de sexo, etc.”
Como resultado de seu trabalho teórico, a autora, com base em levantamento exaustivo de informações, submetidas a coerente juízo ético e existencial, apresenta um feixe de reflexões de ordem epistemológica a respeito dos “problemas polêmicos bioéticos e biojurídicos, como sugestões de lege ferenda, com a esperança de que os caminhos apontados possam, em melhores mãos, mudar os destinos do mundo, mediante uma regulamentação jurídica mais específica, um Código Nacional de Bioética ou, até mesmo, emendas constitucionais para que se tenha uma realidade social mais justa e mais humana.”
Para o Presidente da Academia Paulista de Direito, Alfredo Attié, “a riqueza de conteúdo filosófico-jurídico e de análise de questões jurídicas concretas faz da obra não apenas vivamente recomendável para os que manejam o direito e a política, como imprescindível em sua inserção no curso de constituição do processo civilizador do direito.”
A Academia Paulista de Direito cumprimenta a autora pelo lançamento da obra, mais uma contribuição fundamental trazida pelo empenho constante da Professora Maria Helena Diniz em contribuir para o bem comum de maneira qualificada e didática.
Em Mococa, no interior do Estado de São Paulo, após palestra na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paiulo, na subsecção local, a convite do Dr. Leonardo Bellotti, o Presidente da Academia Paulista de Direito foi recebido pelo Dr. Djair Rotta, em seu escritório e em seu estúdio, para participar do Jornal Meio Dia, na entrevista que pode ser acompanhada a seguir.
Jornal Meio Dia Entrevista o Dr. Alfredo Attié
Alfredo Attié é jurista, filósofo e escritor. Doutor em Filosofia da Universidade de São Paulo, onde estudou Direito (FD.USP) e História (FFLCH.USP). É Presidente da Academia Paulista de Direito e Titular da Cátedra San Tiago Dantas, na qual sucede a Goffredo da Silva Telles Jr. Conselheiro (do Conselho Superior) da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo — FESPSP. Autor dos livros:
Direito e Economia: Ponto e Contraponto Civilizatórios (no prelo, São Paulo: Tirant, 2025);
-Direito Constitucional e Direitos Constitucionais Comparados (São Paulo: Tirant, 2023);
O Brasil em Tempo Acelerado: Política e Direito (São Paulo: Tirant, 2021),
Towards International Law of Democracy (Valência: Tirant Lo Blanch, 2022);
A Reconstrução do Direito: Existência. Liberdade, Diversidade (Porto Alegre: Fabris, 2003) — publicação de estudo pioneiro (Sobre a Alteridade: Para uma Crítica da Antropologia do Direito, São Paulo: USP, 1987), a respeito do tema da alteridade e de crítica à antropologia do direito e sobre a construção e a permanência do colonialismo, da discriminação e do preconceito;
Montesquieu (Lisboa: Chiado, 2018) — estudo também pioneiro (Tópica das Paixões e Estilo Moraliste, São Paulo: USP, 2000) sobre a vinculação de estilo e projeto político, no século das Revoluções e do nascimento e crítica do Constitucionalismo;
África Constituinte: Constituições Africanas (no prelo, São Paulo: Tirant, 2025)
É mestre em Filosofia e Teoria do Direito pela FD.USP. É mestre em Direito Comparado pela Cumberland School of Law, Samford University. Foi Procurador do Estado de São Paulo, Advogado, e Juiz de Direito. Exerce a função de Desembargador no Tribunal de Justiça paulista. É membro de instituições internacionais voltadas ao aperfeiçoamento do direito e da justiça e da realização dos direitos humanos e da defesa da natureza e das águas, do patrimônio material e imaterial histórico, social, ambiental e cultural, e dos povos. Editor da POLIFONIA Revista Internacional da Academia Paulista de Direito (CAPES/QUALIS A3). Membro do Conselho Editorial de várias Revistas, no Brasil e no Exterior. Estudou, pesquisou, deu aulas e conferências e publicou artigos e textos de aulas e estudos no Brasil e no exterior: nas Américas — Argentina, México, Estados Unidos — na Europa — Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália — no Sudeste Asiático — Tailândia, Indonésia — na África — Nigéria, Angola. Site: http://apd.org.br e‑mail: aattiejr@gmail.com Facebook: https://www.facebook.com/alfredo.attie Instagram: alfredo.attie. Linkedin: https://www.linkedin.com/in/alfredo-attié X (twitter): @alfredo.attie.