Homenagem a Dalmo de Abreu Dallari

Homenagem a Dalmo de Abreu Dallari

Um dos mais impor­tantes juris­tas brasileiros, defen­sor da justiça, da paz e dos dire­itos humanos, Dal­mo de Abreu Dal­lari deixa o exem­p­lo insub­sti­tuív­el de sua vida e o lega­do de suas ações, aulas e escritos para a con­strução do proces­so civ­i­liza­cional do dire­ito em nos­so País.

O queri­do Pro­fes­sor Dal­mo, como ger­ações de alunos e alu­nas gostavam de chamá-lo, foi Pro­fes­sor Tit­u­lar da Fac­ul­dade de Dire­ito da Uni­ver­si­dade de São Paulo, da qual foi Dire­tor,  e se tornou, por decisão de sua Con­gre­gação, Pro­fes­sor Eméri­to.

Foi, tam­bém, tit­u­lar da Cát­e­dra da Unesco para a Edu­cação para a Paz, Dire­itos Humanos e Democ­ra­cia e Tol­erân­cia, na mes­ma USP.

Mem­bro e um dos fun­dadores da Comis­são Pon­tif­í­cia de Justiça e Paz da Arquid­io­cese de São Paulo, cri­a­da por ini­cia­ti­va de Paulo Evaris­to, Cardeal Arns, e teve atu­ação deci­si­va e cora­josa na defe­sa dos dire­itos humanos e dos persegui­dos pela ditadu­ra mil­i­tar.

Foi ain­da Secretário dos Negó­cios Jurídi­cos de São Paulo, na impor­tante admin­is­tração da Prefei­ta Luiza Erun­d­i­na.

Em sua vas­ta obra, desta­cam-se os livros Ele­men­tos de Teo­ria Ger­al do Esta­do, O Futuro do Esta­do, Con­sti­tu­ição e Con­sti­tu­inte, e O Que é Par­tic­i­pação Políti­ca. Rece­beu o Prêmio Jabu­ti, na cat­e­go­ria de livros jurídi­cos, pela pub­li­cação de A Con­sti­tu­ição na Vida dos Povos.

Desta­cou-se, ao lado de Raimun­do Faoro e Fabio Com­para­to, na luta pela Con­sti­tu­inte, no proces­so de rede­moc­ra­ti­za­ção brasileira.

Sua influên­cia na Con­sti­tu­ição de 1988 foi mar­cante, notada­mente na defe­sa dos indí­ge­nas, assim como na jurisprudên­cia brasileira, espe­cial­mente do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al — como desta­cou seu dis­cípu­lo, o Pro­fes­sor e Min­istro Enrique Ricar­do Lewandows­ki.

Nos anos 80, por ini­cia­ti­va democráti­ca da comu­nidade uspi­ana, foi eleito reitor da USP, em votação de alunos e fun­cionários e parte do cor­po docente, numa ten­ta­ti­va de alter­ar o modo de escol­ha ado­ta­do na Uni­ver­si­dade.

Acadêmi­co Eméri­to da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, será sem­pre lem­bra­do como aque­le que fez o dire­ito se conec­tar defin­i­ti­va­mente com a democ­ra­cia.

A APD ficará dez dias de luto, em sua hom­e­nagem, man­i­fe­s­tando seu pesar e sol­i­dariedade a famil­iares e aos juris­tas brasileiros.

 

Men­sagens rece­bidas pela Acad­e­mia Paulista de Dire­ito de insti­tu­ições, ami­gos e ami­gas, admi­radores e admi­rado­ras de Dal­mo Dal­lari:

Perdemos mais uma grande refer­ên­cia pra todos os luta­dores do nos­so povo , aque­les que resi­s­ti­ram cora­josa­mente aos arbítrios cometi­dos pela ditadu­ra mil­i­tar, a luta pela rede­moc­ra­ti­za­ção e sobre­tu­do a pro­moção dos dire­itos humanos e a defe­sa intran­si­gente da democ­ra­cia. Com certeza quem teve o priv­ilé­gio de con­hecer e estar na mes­ma trincheira, no mes­mo lado da história, só pode agrade­cer pela vida gen­erosa desse que sem som­bra de dúvi­da está entre os maiores juris­tas brasileiros. Obri­ga­do Dr Dal­mo por tudo o que fez , por tudo o que nos ensi­nou , suas causas per­manecem. Dr Dal­mo, pre­sente, ago­ra e sem­pre !!!!

Paulo Pedri­ni

“Este grande jurista, homem públi­co e ser humano que nos deixa deste plano hoje”

Dani­lo César

Refer­ên­cia dos Dire­itos Humanos no Brasil. Triste!

Car­los Eduar­do de Abreu Bou­cault

Estou muito triste com o falec­i­men­to do meu queri­do e eter­no prof Dal­mo. Mar­cou muito a min­ha vida acadêmi­ca e pes­soal.

Riva Sobra­do de Fre­itas

Pes­soa Extra­ordinária!”

Jorge Luís Mial­he

Que ele des­canse em paz . Seus alunos jamais o esque­cerão. Que Deus con­sole sua família neste momen­to triste.

Maria Cristi­na Zuc­chi

Tam­bém lem­bro per­feita­mente das aulas dele no primeiro ano… que des­canse no céu nos­so queri­do pro­fes­sor.

Ana de Lour­des Fon­se­ca

Queri­do pro­fes­sor! Suas aulas no primeiro ano do cur­so de dire­ito foram um dos motivos da min­ha per­manên­cia no cur­so. Que Deus o rece­ba!

Hertha Hele­na

Jus­ta hom­e­nagem. O pro­fes­sor Dal­mo Dalari foi um pen­sador do nos­so fed­er­al­is­mo. Na elab­o­ração da lei dos con­sór­cios públi­cos seu pare­cer foi deci­si­vo para fun­da­men­tar a con­sti­tu­cional­i­dade do pro­je­to envi­a­do pelo gov­er­no Lula . O pro­fes­sor Dalari teve um papel rel­e­vante nos esforços de dar con­sistên­cia à fun­dação esco­la de soci­olo­gia e políti­ca de São Paulo. Nos­sas hom­e­na­gens ao ilus­tre brasileiro e defen­sor da democ­ra­cia e dos dire­itos do povo brasileiro.

Vicente Trevas

Grande Defen­sor do Indi­gena­to! Deve­mos a ele o Art. 231, e 232, da CF, 1988.

Yakuy Tupinam­bá

“Em nome da Comissão de Defe­sa dos Dire­itos Humanos Dom Paulo Evaris­to Arns – Comissão Arns, man­i­festo pro­fun­do pesar pelo falec­i­men­to, nes­ta data, de um dos nos­sos mem­bros fun­dadores, o emi­nente jurista e pro­fes­sor Dal­mo de Abreu Dal­lari. Tra­ta-se de um golpe para os cidadãos e cidadãs com­pro­meti­dos com a defe­sa da vida e da dig­nidade humana, pilares dos dire­itos humanos, além de uma per­da para o País. Dal­mo deixa vas­to lega­do no cam­po jurídico, não só como teórico, mas como mestre cujo bril­ho int­elec­tu­al mar­cou gerações no estu­do do Dire­ito. Sua trajetória acadêmica estará sem­pre lig­a­da à história da Fac­ul­dade de Dire­ito da Uni­ver­si­dade de São Paulo, da qual foi dire­tor e pro­fes­sor emérito. Para a Comissão Arns, ele con­tin­uará sendo um farol. Sem­pre lem­braremos da sua cor­agem ao enfrentar a ditadu­ra, cujo apara­to repres­si­vo também o atingiu. Como não ces­sare­mos de lem­brar que são de sua inspiração os arti­gos 231 e 232 da Constituição Fed­er­al, recon­hecen­do os dire­itos originários dos indígenas, a sua capaci­dade jurídica e as obrigações que o Esta­do tem per­ante estes povos. São ape­nas exem­p­los do bom com­bate que Dal­mo travou ao lon­go da sua vida. Tive a hon­ra de sucedê-lo em 1978 na presidência da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, cri­a­da por Dom Paulo, patrono da Comissão Arns. E aqui peço licença para uma nota pes­soal: a inte­gri­dade e a inabalável defe­sa dos mais fra­cos, naque­les anos tão duros, me fazi­am pen­sar que Dal­mo era um sábio e um san­to entre nós. À queri­da família Dal­lari, esposa, fil­hos, netos e bis­ne­tos, também me cabe trans­mi­tir o sen­ti­men­to, o respeito e a amizade de toda a Comissão Arns.

José Car­los Dias

Comissão Arns

Quan­do o Papa João Paulo II veio ao Brasil, em 1980, o jurista Dal­mo Dal­lari, pro­fes­sor tit­u­lar da USP, foi des­ig­na­do para faz­er uma leitu­ra na primeira agen­da do sumo-pon­tí­fice em São Paulo: uma mis­sa no Cam­po de Marte. Dal­lari rep­re­sen­taria a Comis­são Justiça e Paz (CJP), braço da cúria met­ro­pol­i­tana volta­do para a defe­sa dos dire­itos humanos, dos pre­sos políti­cos e de seus famil­iares, que o arce­bis­po Dom Paulo Evaris­to Arns havia cri­a­do em 1972. Dal­lari havia sido seu primeiro pres­i­dente, por mais de um manda­to, e, naque­le momen­to, ain­da era seu mem­bro mais con­heci­do. Na véspera, Dal­lari foi ao Cam­po de Marte para se inteirar dos prepar­a­tivos e da litur­gia do ato. Quis se cer­ti­ficar quan­tos min­u­tos teria dire­ito a usar para que pudesse faz­er os últi­mos ajustes no tex­to, já escrito. Infor­mações reunidas, foi emb­o­ra para casa, no comecin­ho da noite. Ao chegar, bem em frente ao portão, lev­ou uma coron­ha­da e foi enfi­a­do den­tro de um car­ro. O grupo de agres­sores o lev­ou para um ter­reno bal­dio na Aveni­da Jusceli­no Kubitschek e o espan­cou até deixá-lo caí­do, soz­in­ho e ensanguen­ta­do. A muito cus­to, Dal­lari se levan­tou e andou até a aveni­da. Demor­ou para que um motorista parasse e aceitasse levá-lo, machu­ca­do, de vol­ta para casa. Foi a esposa quem o lev­ou ao pron­to-socor­ro. Durante todo o tra­je­to e tam­bém no atendi­men­to médi­co, a maior pre­ocu­pação de Dal­lari era com a mis­sa. Ele pre­cisa­va estar a pos­tos para ler seu tex­to, uma agen­da impor­tan­tís­si­ma, de alcance inter­na­cional, que ago­ra talvez reper­cutisse ain­da mais. No dia seguinte, de cadeira de rodas, foi impe­di­do de subir ao pal­co pelo aces­so nor­mal, nos fun­dos, por um mil­i­tar. Ami­gos erguer­am a cadeira de rodas nos braços e ele con­seguiu chegar à tri­buna. Levan­tou-se, ampara­do pelos cole­gas José Car­los Dias e Flávio Bier­ren­bach, ambos da CJP. O Papa se assus­tou com os machu­ca­dos, cura­tivos e fer­i­men­tos e per­gun­tou o que havia acon­te­ci­do. Foi Dom Paulo quem respon­deu, atribuin­do o aten­ta­do a gru­pos de exter­mínio lig­a­dos à ditadu­ra. “Fiz­er­am isso com ele porque não tiver­am cor­agem de faz­er comi­go, mas é um reca­do para mim”, acres­cen­tou o arce­bis­po.Dal­lari, pre­sente. Hoje e sem­pre!

Cami­lo Van­nuchi

Nos anos 80, após con­gres­so democráti­co da USP, foi eleito reitor por estu­dantes, docentes e servi­dores da uni­ver­si­dade. Isso foi essen­cial

Jean-Michel Bouchara

Uma grande per­da,  o já saudoso Dal­mo de Abreu Dalari, sol­i­dariedade ao Pedro Dalari e Irmã Mar­cia Dalari.

Nel­son Faria de Oliveira

Comu­nidade de Juris­tas de Lin­gua Por­tugue­sa

“Que per­da para a humanidade!”

Ser­gio Spe­nas­sat­to

Uma enorme per­da para o Brasil, para o Dire­ito, para a Acad­e­mia.

Maria Cristi­na De Cic­co

Mor­reu Dal­mo Dal­lari. Bril­hante jurista, queri­do e respeita­do mundial­mente, mil­i­tante da paz, da democ­ra­cia e do repub­li­can­is­mo, deixa uma grande her­ança int­elec­tu­al e moral con­struí­da ao lon­go da sua lon­ga e gen­erosa existên­cia.

Tar­so Gen­ro

Real­mente é uma las­timáv­el per­da. Grande human­ista. Ele foi meu ori­en­ta­dor e tam­bém do Min­istro Levandows­ki. Agradáveis lem­branças.”

Alaôr Caf­fé Alves

Muito mere­ci­do. Nos­so queri­do mestre.

Elza Boi­teux

“Entris­te­ci­dos pro­fun­da­mente pelo falec­i­men­to do queri­do Pro­fes­sor Dal­mo. O Brasil perde seu jurista, democ­ra­ta e defen­sor dos dire­itos humanos, que pautou sua vida pelo amor ao out­ro e pela excelên­cia, o que está para sem­pre grava­do na Con­sti­tu­ição Cidadã e no tra­bal­ho de defe­sa dos indí­ge­nas e do povo brasileiro. Suas lições e seu lega­do estão em ger­ações de dis­cípu­los e na vir­tude de for­mação de seus fil­hos.”

Alfre­do Attié. Acad­e­mia Paulista de Dire­ito

Homenagem a Floriano Corrêa Vaz da Silva

Homenagem a Floriano Corrêa Vaz da Silva

O Desem­bar­gador do Tra­bal­ho Flo­ri­ano Cor­rêa Vaz da Sil­va fale­ceu em dezoito de dezem­bro de 2021.

Flo­ri­ano Vaz da Sil­va foi Acadêmi­co Tit­u­lar da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito (vis­ite a pági­na dos anti­gos acadêmi­cos e hon­orários). Defen­sor dos dire­itos humanos e da democ­ra­cia, foi ain­da mem­bro da Acad­e­mia Brasileira de Dire­ito do Tra­bal­ho e do Insti­tu­to de Dire­ito Social, fun­da­dos pelo saudoso Pro­fes­sor Cesari­no Jr, no bojo de suas ini­cia­ti­vas para a con­strução do dire­ito do tra­bal­ho, no Brasil.

Foi pres­i­dente do Tri­bunal Region­al do Tra­bal­ho da 2ª Região e um dos fun­dadores da Asso­ci­ação Nacional dos Mag­istra­dos e Mag­istradas do Tra­bal­ho, assim como da Asso­ci­ação Juízes para a Democ­ra­cia, ao lado, entre out­ros, dos Desem­bar­gadores Urbano Ruiz, Anto­nio Car­los Villen e Dirceu Cin­tra.

Lecio­nou nos Depar­ta­men­tos de Dire­ito Públi­co e de Dire­ito Social da Fac­ul­dade de Dire­ito da Uni­ver­si­dade de São Paulo, ten­do pub­li­ca­do impor­tantes arti­gos.

A Acad­e­mia Paulista de Dire­ito hom­e­nageia seu anti­go mem­bro, pela importân­cia de seu tra­bal­ho no esforço de con­sti­tu­ição do dire­ito brasileiro e de seu proces­so civ­i­liza­cional.

No vídeo prepara­do pelo pro­je­to de história oral do TRT-2a Região, pode-se assi­s­tir a seu depoi­men­to, que retra­ta não ape­nas seu pro­tag­o­nis­mo e importân­cia na história recente do dire­ito brasileiro, mas tam­bém o con­tex­to em que se desen­volveu sua vocação jurídi­ca e humanís­ti­ca.

 

Georgette Nacarato Nazo

Georgette Nacarato Nazo

Fale­ceu, ontem, dia 20 de janeiro de 2022,  Geor­gette Nacara­to Nazo, Acadêmi­ca Tit­u­lar da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito e Pro­fes­so­ra Asso­ci­a­da da Fac­ul­dade de Dire­ito da Uni­ver­si­dade de São Paulo.

A Pro­fes­so­ra Geor­gette, como era chama­da car­in­hosa­mente por seus alunos e alu­nas, teve toda a vida ded­i­ca­da não ape­nas à con­strução de sól­i­da tradição doutrinária, sobre­tu­do na área do dire­ito inter­na­cional do tra­bal­ho e das relações inter­na­cionais, mas tam­bém na con­tribuição da leg­is­lação brasileira, com a redação de vários antepro­je­tos de lei  e o enga­ja­men­to na defe­sa dos dire­itos humanos, nas órbitas inter­na­cional e inter­na.

Den­tre suas con­tribuições como leg­is­lado­ra, desta­cam-se os ante-pro­je­tos  de Leis em bene­fí­cio da mul­her, das cri­anças e ado­les­centes e estrangeiros, sendo igual­mente coau­to­ra da Emen­da Con­sti­tu­cional que intro­duz­iu o divór­cio no Brasil em 1977, ten­do, ade­mais, atu­a­do para a alter­ação con­stru­ti­va do Capit­u­lo VII da Con­sti­tu­ição Cidadã de 1988„ no sen­ti­do de acol­her a pro­teção do casa­men­to homoafe­ti­vo.

Foi a primeira Con­sel­heira da Asso­ci­ação dos Advo­ga­dos de São Paulo, ten­do dado impor­tantes pas­sos na con­strução da igual­dade de gêneros na Advo­ca­cia brasileira.

A Acad­e­mia Paulista de Dire­ito per­manecerá em luto, por sete dias.

 

Fim de Ano, realizações e esperanças

Fim de Ano, realizações e esperanças

De 2017 — quan­do a Acad­e­mia Paulista de Dire­ito retornou ao Salão Nobre da Fac­ul­dade de Dire­ito da Uni­ver­si­dade de São Paulo, local de seu nasci­men­to — para cá, várias mudanças ocor­reram em nos­sa APD„ em um proces­so que enga­jou Con­frades e Con­sórores, insti­tu­ições, sociedade civ­il, cole­tivos  e movi­men­tos políti­co-soci­ais, sociedade civ­il e os movi­men­tos soci­ais,  de ver­dadeira refun­dação da APD, no sen­ti­do de pô-la como insti­tu­ição de van­guar­da na recu­per­ação e revi­tal­iza­ção do proces­so civ­i­liza­cional do dire­ito em nos­so País.

Ness­es qua­tro aos, tra­tou-se de cumpriria os com­pro­mis­sos assum­i­dos, na ren­o­vação dos quadros acadêmi­cos; na cri­ação dos ACADEMIA PESQUISA, Núcleos e Cen­tros de excelên­cia para o estu­do, a pesquisa a exten­são e a par­tic­i­pação da sociedade, nos temas jurídi­cos de fron­teira, assim com­preen­di­dos aque­les não ape­nas em que o dire­ito vin­ha alargan­do seus lim­ites e se desen­vol­ven­do com mais vig­or, mas igual­mente aque­les em que o dire­ito empreen­dia um proces­so de con­strução de pontes com out­ros saberes e práti­cas, out­ras exper­iên­cias cien­tí­fi­cas e de saberes tradi­cionais; na ren­o­vação edi­to­r­i­al da Acad­e­mia, com a cri­ação de instru­men­tos de comu­ni­cação mais ágeis e atu­ais, com a uti­liza­ção das fer­ra­men­tas das redes soci­ais e de tec­nolo­gia da infor­mação, de modo vir­tu­oso, como o web­site defin­i­ti­vo e ino­vador, os pod­casts, as lives, na TV ACADEMIA, os posts, o enga­ja­men­to nas questões vivas da políti­ca e do dire­ito, na defe­sa dos val­ores con­sti­tu­cionais e inter­na­cionais de dire­itos humanos, dos povos e da natureza, e na resistên­cia ati­va con­tra um regime que já se fazia anti­con­sti­tu­cional; na POLIFONIA, em tran­scri­ação da revista que vin­ha acom­pan­han­do os pas­sos acadêmi­cos des­de sua fun­dação, com a aber­tu­ra a pesquisadores e pesquisado­ras e a arti­gos de excelên­cia, debates, tex­tos de res­gate de memória, revisão rig­orosa das con­tribuições, qual­i­fi­cação; no Con­gres­sos Inter­na­cionais, já real­iza­dos o primeiro e o segun­do, sobre os temas dos Trin­ta Anos da Con­sti­tu­ição Cidadã, dos Seten­ta Anos da Declar­ação Uni­ver­sal de Dire­itos Humanos, das Cidades, e aviz­in­han­do-se o ter­ceiro, em que serão, em cel­e­bração críti­ca, debati­dos os temas dos 200 Anos do Brasil, dos 100 Anos da Sem­ana de Arte Mod­er­na, dos 50 ANOS da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, e do Meio Ambi­ente, em torno da con­cepção da “ERA dos DEVERES e RESPONSABILIDADES,” con­ceito por mim grafa­do para enten­der as trans­for­mações que levaram ao tér­mi­no da chama­da Era dos Dire­itos e ini­cia­ram o cur­so de um novo pas­so naque­le proces­so civ­i­liza­cional jurídi­co que ten­ho tan­to feito rel­e­var; na par­tic­i­pação ati­va em even­tos inter­na­cionais e nacionais, em debates que importem na defe­sa da expressão jurídi­ca autên­ti­ca e sin­toniza­da com a democ­ra­cia; na real­iza­ção das Con­ver­sas da Acad­e­mia  e do Brasil 2022 Uma Cel­e­bração Críti­ca, ambas pelo YouTube, con­sti­tuin­do série de pro­gra­mas que alcançaram e vêm alcançan­do imen­so suces­so de públi­co e de par­tic­i­pação; nas ações soci­ais da Acad­e­mia, sobre­tu­do no cur­so da pan­demia e de suas con­se­quên­cias; na atu­ação judi­cial, com a proposi­tu­ra da inédi­ta e desafi­ado­ra Ação de Inca­paci­dade per­ante o Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al, ao lado de int­elec­tu­ais de alta enver­gadu­ra brasileiros; na real­iza­ção de Con­vênios e Parce­rias com insti­tu­ições e Uni­ver­si­dades nacionais e estrangeiras; na pub­li­cação de livros e de arti­gos em revis­tas e livros; no envolvi­men­to de pesquisadores e pesquisado­ras, trazi­dos à Acad­e­mia para par­tic­i­par dos ACADEMIA PESQUISA e das ini­cia­ti­vas edi­to­ri­ais, jovens ori­un­dos de cen­tros de estu­do e pesquisa do mun­do todo; nas aulas e rodas de con­ver­sa feitas em praça públi­ca, em diver­sas local­i­dades, para difundir e con­stru­ir uma cul­tura de defe­sa do meio ambi­ente, da cidade e dos dire­itos humanos; nas pro­postas a organ­is­mos inter­na­cionais, para o apri­mora­men­to dos dire­itos humanos, dos povos e do meio ambi­ente, inclu­sive por meio de parce­rias inteligentes e democráti­cas.

Enfim, ess­es foram os com­pro­mis­sos e essas as real­iza­ções, que expandi­ram os pro­je­tos ini­ci­ais apre­sen­ta­dos a Acadêmi­cos e Acadêmi­cas e à sociedade brasileira.

Na Cel­e­bração Críti­ca que se aviz­in­ha, repen­sare­mos o que chamamos de Brasil, e os desen­raiza­men­tos que pro­por­cio­nou, ao negar o próprio dire­ito ao nome aos povos indí­ge­nas ou orig­inários de Pin­do­ra­ma, Aby Yala, Tawan­tinsuyu, Anauhuac, Pachama­ma etc., bem como aos povos que viri­am a con­sti­tuir a maior nação afrode­scen­dente do mun­do, assim com o amál­ga­ma de povos europeus, asiáti­cos e de todos os can­tos do mun­do, suas cul­turas e lín­guas, enfim, um País pluri­na­cional extrema­mente rico, mas em que o con­fli­to vedou a expressão e a expan­são dessa riqueza. Repen­sare­mos os pro­je­tos dos cem anos do Brasil, a par­tir da Sem­ana de 1922, mas sobre­tu­do qual o papel da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, em seus cinquen­ta anos de par­tic­i­pação e recente pro­tag­o­nis­mo na vida políti­co-jurídi­co brasileira.

É pre­ciso preparar não ape­nas a recu­per­ação do proces­so civ­i­liza­cional do dire­ito, mas igual­mente na rein­venção da políti­ca e na trans­for­mação da justiça, tudo em con­jun­to com a sociedade civ­il e seus movi­men­tos políti­co-soci­ais, com as insti­tu­ições brasileiras e inter­na­cionais, num con­jun­to de pro­postas e pro­je­tos ren­o­vadores e cri­adores de novas pos­si­bil­i­dades para o humano inseri­do na natureza.

Esse per­cur­so vir­tu­oso, de real­iza­ção de uma gestão ren­o­vado­ra, mas de indi­cação de novos pas­sos, novas per­spec­ti­vas, novas inter­venções e inclusões, num proces­so de per­ma­nente democ­ra­ti­za­ção e enriquec­i­men­to da existên­cia e da con­vivên­cia.

Pre­stando o com­pro­mis­so de levar ain­da mais adi­ante essa rad­i­cal­iza­ção democ­ra­cia e do jurídi­co, con­vi­do a  todas, todos e todes, nes­sa lin­guagem que se atu­al­iza e se lib­er­ta,  a par­tic­i­parem dos cam­in­hos e encan­tos de uma civ­i­liza­ção mais plur­al e autên­ti­ca.

Felizes Fes­tas e Ano Novo!

Alfre­do Attié

Tit­u­lar da Cadeira San Tia­go Dan­tas

Pres­i­dente da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito

Homenagem a Pedro Paulo Teixeira Manus

Homenagem a Pedro Paulo Teixeira Manus

O anti­go Acadêmi­co Tit­u­lar e Hon­orário da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito Pedro Paulo Teix­eira Manus fale­ceu, no dia 25 de dezem­bro deste ano, em Camp­inas, São Paulo.

Pedro Manus foi Dire­tor e Vice-Reitor da Pon­tif­í­cia Uni­ver­si­dade Católi­ca de São Paulo, ten­do estu­da­do na mes­ma PUC.SP, insti­tu­ição na qual obteve seu títu­lo de Doutor, ain­da real­iza­do seu mestra­do ma Uni­ver­si­dade de São Paulo, e espe­cial­iza­ção na Uni­ver­si­dade de Roma, La Sapien­za.

Foi Juiz do Tra­bal­ho, car­reira na qual alcançou os pos­tos de Vice-Pres­i­dente do Tri­bunal Region­al do Tra­bal­ho e de Min­istro do Tribunal Supe­ri­or do Tra­bal­ho.

Na PUC.SP, foi pro­fes­sor de Dire­ito do Tra­bal­ho, nos cur­sos de grad­u­ação e pós-grad­u­ação. Escreveu inúmeras obras jurídi­cas.

Em arti­go recente, Pedro Manus afir­ma­va, em sól­i­da argu­men­tação garan­tista: “É necessário que o Esta­do cumpra seu papel e garan­ta a todos os tra­bal­hadores, e não só aos empre­ga­dos, o pata­mar mín­i­mo civ­i­liza­tório, asse­gu­ran­do-lhes os dire­itos soci­ais do arti­go 6º da Con­sti­tu­ição Fed­er­al, em obe­diên­cia ao fun­da­men­to da dig­nidade do arti­go 1º, III, da nor­ma con­sti­tu­cional.” Acres­cen­ta­va: “o recon­hec­i­men­to da condição de empre­ga­do a um deter­mi­na­do presta­dor de serviços sig­nifi­ca colocá-lo num pata­mar de pro­teção, que, mes­mo não sendo ide­al, diante dos baixos salários que se prati­cam entre nós, sem dúvi­da o dis­tingue do tra­bal­hador autônomo, diante da pro­teção legal empresta­da ao primeiro. Esse a nos­so ver é um dos motivos de se bus­car o quan­to pos­sív­el, e às vezes além dis­so, o enquadra­men­to do presta­dor de serviços na condição de tra­bal­hador sub­or­di­na­do, a fim de livrá-lo da situ­ação de autônomo, o que, na grande maio­r­ia dos casos, agra­va sua situ­ação social e finan­ceira, ameaçan­do seu sus­ten­to e o de sua família. Ao lon­go do tem­po, fomos afa­s­tan­do cada vez mais a situ­ação de segu­rança social entre o empre­ga­do e o tra­bal­hador sem vín­cu­lo, rel­e­gan­do este últi­mo a uma condição de vida indigna.

A Acad­e­mia Paulista de Dire­ito hom­e­nageia seu anti­go acadêmi­co, cujo tra­bal­ho influ­en­ciou ger­ações de juris­tas brasileiros. O “jurista Pedro Manus”, afir­mou o Pres­i­dente da Acad­e­mia Paulista de Dire­ito, Alfre­do Attié, que com ele esteve, em even­to recente da Comu­nidade de Juris­tas da Lín­gua Por­tugue­sa, no Tri­bunal da Relação de Lis­boa, Por­tu­gal, “além da sen­si­bil­i­dade humana e da cor­dial­i­dade e bom humor, cul­tua­va o dire­ito como poucos, fazen­do esten­der ao tema da justiça do tra­bal­ho uma ded­i­cação que engrande­ceu a con­strução dos dire­itos humanos no Brasil, sendo pro­fes­sor muito queri­do de seus alunos e alu­nas.”

 

Inundações e Terras Indígenas: Pedido de Ajuda

Inundações e Terras Indígenas: Pedido de Ajuda

A Bahia está sofren­do com as fortes chu­vas. Inun­dações, desaba­men­tos e destru­ição de casas têm atingi­do sobre­tu­do a pop­u­lação mais pobre e os ter­ritórios indí­ge­nas.

Relatos e ima­gens têm demon­stra­do essa des­o­lação. A força da natureza é implacáv­el e muitos locais e municí­pios ain­da não estão receben­do a aju­da necessária para pro­te­ger as pes­soas e as casas.

As chu­vas não ces­saram e já deixaram mil­hares de desabri­ga­dos e plan­tações inun­dadas.

Segun­do a impren­sa, são mais de duzen­tas e vinte mil pes­soas afe­tadas pelos efeitos das chu­vas.

A neces­si­dade mais urgente é de ali­men­tos, tel­has e lonas.

Comi­da

As plan­tações e ter­ras inun­dadas colo­ca em risco a segu­rança ali­men­tar dessas pes­soas e de seus ani­mais. A fome é a prin­ci­pal pre­ocu­pação e a pro­teção à inte­gri­dade dessas pes­soas.

Tel­has

Com os ven­davais e chu­vas fortes, muitas residên­cias tiver­am seus tel­ha­dos extrema­mente dan­i­fi­ca­dos.

Lonas

Muitas habitações são feitas de taipa, mate­r­i­al que não supor­ta o vol­ume de chu­va que está cain­do, as lonas são necessárias para pro­te­ger as estru­turas das casas que ain­da per­manecem de pé.

Toda aju­da pos­sív­el é bem vin­da

A Acad­e­mia Paulista de Dire­ito apoia a cam­pan­ha dos povos indí­ge­nas locais.

A Rede pelas Mul­heres Indí­ge­nas pede:

a) às pes­soas que estiverem na região de Olivença, Ilhéus Bahia:

entre em con­ta­to para a doação de qual­quer um dos itens: ces­tas bási­cas, ali­men­tos, roupas, tel­has e lonas. Pro­cure seus ami­gos que ten­ham comér­cio na região se pud­erem aju­dar!

b) se pud­erem con­tribuir finan­ceira­mente para a com­pra dess­es itens, as doações podem ser feitaspe­lo PIX.

c)  É impor­tante com­par­til­hares cam­pan­ha. “Jun­tos somos mais fortes e podemos aju­dar nos­sos irmãos que estão viven­cian­do esse momen­to difí­cil”

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Con­ta da Rede Pelas Mul­heres indí­ge­nas

Olivença, Ilhéus, Bahia.

Impor­tante: antes de realizar doações, entre em con­ta­to com a Rede, para con­fir­mar as infor­mações.